Winter Flower

By ficsGiKa

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Na fuga do seu destino como herdeiro da coroa, Namjoon se junta ao seu melhor amigo, o duque Seokjin, e contr... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 98
Capítulo 99
Capítulo 100

Capítulo 89

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By ficsGiKa

Seokjin e Namjoon tiveram que andar todo o caminho que antes já fizeram para ir ao encontro de Hoseok. Não seria um problema se Namjoon não estivesse machucado.

— Amor...?

— Estou bem, Jin — respondeu Namjoon. Não era a primeira vez que o duque perguntava e não era a primeira vez que o príncipe dava a mesma resposta.

Seokjin não questionou outra vez, sabia que o outro não pararia por nada até ter aqueles que amava seguros consigo, então o apoio que lhe deu foi segurar a sua mão e seguir o caminho daquela maneira.

════ •⊰♛⊱• ════

Mais vagarosos que da primeira vez, demoraram cerca de quarenta minutos para alcançarem a trilha e mais meia hora para irem para o local onde marcaram com Taekwoon.

Namjoon estava preocupado. Ele queria confiar em Taekwoon como os namorados confiavam, mas tinha muito receio de todos naquele momento, porém, naquela situação, teria que confiar no segurança.

— Cadê eles? — Seokjin perguntou. — Já era para eles estarem por aqui.

— Vou ligar para eles...

Antes que Namjoon pegasse o telefone, eles viram um carro se aproximando em baixa velocidade. O príncipe logo viu Hoseok com um olhar desanimado pelo vidro da frente, mas assim que os viu, o rosto do dançarino se iluminou.

Taekwoon parou o carro em frente a eles em seguida e os dois foram direto ao namorado que estava no banco ao lado do motorista.

— Oh, céus! São vocês! — Hoseok começou a chorar. Ele esticou os braços pelo vidro, afoito por tocá-los. — Taek está dando voltas aqui há m-meia hora! E-eu pensei que... Oh, céus!

Foi confuso, no mínimo. Hoseok queria abraçar os namorados, mas ainda estava no carro e eles também queriam segurar o dançarino, mas a emoção era grande demais. Ficaram somente algumas horas separados, mas com tudo o que estava acontecendo, parecia muito mais do que isso.

Taekwoon então tomou conta da situação. Ele saiu do carro, abriu a porta de trás para as meninas e por fim conseguiu afastar Seokjin e Namjoon para então, Hoseok poder sair do automóvel.

— Não tinha como passar com eles — disse o segurança. Sua expressão era tensa e ele estava atento em todos os lados. — Está tudo fechado, até os caminhos pouco utilizados. Eles estão revistando todos os carros... Seu irmão deu dois dias para as pessoas irem embora, mas já está mandando as prender desde agora.

A situação estava cada vez mais grave, mas não era surpresa para Namjoon. Ele imaginou que o outro faria algo assim.

— Tudo bem, obrigado por os manter em segurança — disse Namjoon, fazendo uma reverência para o segurança.

Taekwoon pareceu sem graça com o cumprimento, coçando a nuca no processo. Por fim, deu um sorriso envergonhado.

— Cuido de Hobi como se fosse meu próprio irmão. Não foi nada, majestade.

Majestade. Por que as pessoas o tratavam assim? Namjoon se perguntava. As pessoas confiam tanto assim em mim? Será que eu mereço?

— Eu posso andar.

A fala de Hoseok fez Namjoon sair dos próprios pensamentos. Ele viu Sakura com a cadeira retirada do porta-malas já próxima a Hoseok, porém, o dançarino recusava.

— Impossível eu usar essa cadeira na mata, só vai estragá-la. Posso ir andando.

Seokjin se meteu na conversa.

— Amor, pode ser perigoso — ponderou o arquiteto.

— Eu já consigo andar e bem. Só precisamos ir devagar, okay? — garantiu Hoseok, afagando o rosto de Seokjin. — Você sabe que uso a cadeira na rua por conforto.

Aquilo seria um problema, Namjoon logo pensou. Ele conhecia Seokjin para saber como ele era protetor e naquele momento, a última coisa que precisavam, era uma briga.

— Eu posso carregar a cadeira — disse Taekwoon, prestativo. Ele chegou a se movimentar em direção a cadeira, mas Namjoon entrou na sua frente, parando-o. — Majestade?

— Obrigado pelos seus serviços, mas eu preciso pedir que você não nos siga.

A voz de Namjoon foi séria e precisa. O príncipe estava deixando claro que ali, Taekwoon não era bem-vindo.

Hoseok deu alguns passos a frente, segurando no braço de Namjoon.

— Amor, Taek é confiável! — garantiu Hoseok, defendendo o amigo de anos. Taekwoon definidamente era uma das pessoas que mais confiava no mundo e sentia o seu rosto esquentar ao imaginar que Namjoon estava o destratando daquela maneira. — Ele nos protegeu agora a pouco, por favor!

Namjoon já tinha sua resposta e essa era negativa.

— Hoseok, eu não estou dizendo que não confio nele... — Namjoon voltou a encarar o segurança. Sua expressão era séria, mas não irritada. Namjoon sabia o que era o melhor naquela situação e agora o bunker já estava cheio demais para ser tornar um lugar totalmente seguro. — Taekwoon, você tem treinando do exército. Você sabe o que quero dizer, certo?

De fato, o homem sabia, mas ainda assim era estranho não poder estar ali, perto dos rapazes que se tornaram rapidamente a sua família.

— Eu entendo. Quanto menos pessoas souberem, é o melhor — disse Taekwoon. O homem então fitou Hoseok antes de se aproximar dele, tomando a liberdade de afagar o rosto do dançarino. — Muito cuidado com a sua coluna, okay? E... fique bem, Hobi. Por favor, eu preciso que você me prometa que Yoon e você ficarão bem.

Talvez pela primeira vez, Namjoon tenha visto o porquê seus namorados confiarem tanto em Taekwoon. O segurança tinha os adotados de coração: uma concepção talvez não compreensível para muitos, mas basicamente uma forma intrigante de usar a "A-palavra". Ali, não eram um segurança e um dançarino, e sim dois irmãos que se amavam de coração.

Hoseok sentiu o coração se fechar ao se despedir de Taekwoon. Estava perdendo tanto e tão rápido. Estava fugindo de um ditador, sem saber se um dia poderia voltar para a casa — o que era realmente assustador.

Taekwoon voltou a olhar Namjoon, fazendo uma reverência, antes de voltar a falar com o príncipe.

— Sei que você ainda não confia cem porcento em mim e está tudo bem. Mas, se vocês precisarem de qualquer coisa, é só me contactar — afirmou Taekwoon. — Não sei se o psicopata irá manter o meu emprego, mas se for o caso, tentarei arrancar alguma informação dele.

Namjoon observou o brilho pátrio no olhar de Taekwoon naquele momento. O segurança, assim como ele, queria acabar com Woobin e o tirar do poder de uma vez por todas — era bom saber daquilo, Namjoon concluiu.

— Eu irei me lembrar disso — afirmou Namjoon.

O segurança então parou na frente de Namjoon e em posição de sentido, bateu continência. Namjoon repetiu o gesto, igualmente ficando na mesma pose de Taekwoon.

— Dispensando, soldado.

Assim, Taekwoon se virou e seguiu para o carro, sem muita demora acelerando e saindo da frente deles.

Namjoon suspirou e se virou para os namorados e as moças, que o encaravam com um misto de admiração e preocupação.

— Daqui a pouco Haneul tem que mamar e ela começa a chorar alto se acordar com fome — esclareceu Gyuyoung.

Um bebê chorando na floresta realmente não era uma boa coisa. Então, Namjoon logo se adiantou a falar que deveriam caminhar de uma vez. Eram um grupo diverso e com algumas dificuldades, mas, naquele momento, por mais que estivessem correndo para se esconder, eram a resistência de todo um país agora tomado por um ditador.

Teriam que ser muito fortes no final das contas.

════ •⊰♛⊱• ════

Foi difícil chegar no bunker. Hoseok por mais que estivesse andando, ainda tinha que ir bastante devagar e a perna de Namjoon também em nada ajudava. Então, Seokjin acabou sendo aquele que auxiliava os namorados enquanto mostrava o caminho — gravara da primeira vez que passara por ali.

Quando chegaram no bunker, a tranquilidade tomou conta deles de imediato. Gyuyoung deixou algumas lágrimas escorrerem dos seus olhos e Sakura a abraçou. O medo de serem capturadas e mortas era grande, porém, o que mais doía era o pensamento de não veriam a pequena Haneul crescer. Agora, no bunker, parecia mais fácil respirar fundo e tentar viver daquela maneira — era precária, porém, estariam vivas.

Hoseok logo se jogou contra Yoongi, que chorou sem perceber. Desde que deixara Hoseok ir sozinho para o aeroporto, tivera um sentimento ruim no peito e agora tudo estava calmo outra vez, o primeiro dos seus amores estava bem e ao lado deles, então era menos uma preocupação.

— Vim andando, você viu? — Hoseok anunciou animado. Estava tão cansado agora, pois uma coisa era dar alguns passos dentro da sua casa ou na fisioterapia, outra coisa era andar por quase duas horas em uma mata fechada.

Yoongi concordou, o fantasma de um sorriso no rosto, mesmo que, no fundo, ele conhecesse Hoseok bem demais para reconhecer todos os sinais de que de fato, o outro estava sofrendo.

— Estou tão orgulhoso, Hoseok, Muito mesmo, mas agora, é melhor você se deitar, certo?

Hoseok não discutiu. Do que adiantava ser forte quando estava com tanta dor? Ele pedia silenciosamente aos céus que aquele esforço não tivesse colocado sua fisioterapia a perder, ou pior: ter afetado a sua coluna de uma vez.

Quando se viu deitado em uma das camas do bunker, Hoseok deixou um suspiro pesado escapar dos seus lábios. Ele olhou para os pés, perguntando silenciosamente o porquê de Yoongi não o ajudar a retirar os sapatos.

— Não é bom ficar sem sapatos — disse Yoongi. — É sempre bom estarmos atentos na hora de fugir.

Assim como ocorreu com o próprio Yoongi mais cedo, Hoseok sentiu seu corpo ficar arrepiado. Estavam realmente fugindo, céus! Fugindo de um ditador que queria todos naquele bunker mortos, talvez até Seokjin, dependendo da situação. Era tão absurdo que Hoseok ainda não tinha a processado por completo.

— Por favor...? — Hoseok pediu, em tom baixo. — Está doendo muito.

O coração de Yoongi se partiu ao ouvir aquilo. É claro que estava doendo muito, há meses o corpo do namorado não se esforçava tanto.

— Tudo bem, amor. Estamos seguros agora — Yoongi prometeu, retirando os sapatos do namorado e massageando os pés do dançarino por um curto tempo. — Você quer um comprimido para dor agora?

Hoseok negou com cabeça. Era difícil ele tomar remédios, algo que negava sempre quando achava que não era necessário — por mais que na maior parte das vezes, fosse.

— Vou esperar na hora de dormir — disse Hoseok.

— Ainda estamos no meio da tarde, Hobi.

— Está tudo bem, só fica aqui comigo — pediu Hoseok, engolindo a seco. Ele olhou em volta outra vez e por mais que tentasse ter esperança, o local era tão escuro e frio, parecia tenebroso viver ali. — Eu... queria os meninos também — confessou.

Yoongi concordou com a cabeça, conseguindo dar um beijo na testa do namorado antes de sair da cama.

— Vou buscá-los — garantiu Yoongi.

Porém, assim que Yoongi saiu do quarto, Sakura e Gyuyoung entraram, já jogando suas bolsas em uma cama e escolhendo aquela para ficarem.

— Seus pés estão inchados — comentou Sakura, apontando para o pé de Hoseok. — Os sapatos não irão caber de volta, pelo menos não agora.

Gyuyoung não estava muito atenta a conversa. Ela abaixou a alça do vestido que usava, finalmente colocando Haneul para mamar, a menina ainda estava sonolenta, porém não demorou a começar a sugar o seio da mãe.

Hoseok sentiu um aperto no peito. Era aquela a realidade agora, uma confusão-unida e não sabia como iria se sentir daquela maneira. Estava exausto e queria beijar seus namorados até sentir que estava tudo bem outra vez, porém, seria difícil ter aqueles momentos íntimos com as moças agora dividindo o quarto com eles.

— Não vai demorar para desinchar — comentou Hoseok, em tom de defesa, mesmo sem querer.

Sakura levantou a sobrancelha e em seguida os braços, como se estivesse se rendendo.

— Okay, baby — disse a moça.

— Ei! — reclamou Gyuyoung, fazendo bico. — Baby sou eu.

— Posso ter meus babys-gays, Gyu.

Gyuyoung suspirou, estalando a língua.

— Sou gay e baby. Então, só pode ser eu!

Hoseok desviou o olhar. Era demais para ele. Ele estava tão apavorado agora, principalmente em atrapalhar caso toda precisassem fugir rapidamente. Foi um erro se deixar levar para ali. Deveria ter ficado em casa e aguentado Woobin. Assim todos ficariam mais seguros.

Há tempos Hoseok não se sentia daquela maneira. Aquele era outro problema: trouxera os remédios antidepressivos na bolsa, porém, eles não durariam para sempre e para piorar, Seokjin usava o mesmo e na mesma quantidade, então a caixa que tinham acabaria ainda mais rápido. Eram pequenas coisas, mas ao todo, somente fazia Hoseok pensar que todos ali poderiam ajudar, menos ele — e talvez Haneul, contudo, parecia cruel apontar tal coisa.

— Amor, Yoongi disse que você estava querendo beijinhos...

Seokjin entrou no quarto displicentemente, sorrindo para a irmã antes de se sentar ao lado de Hoseok na cama.

— Yoon e Joon estão fazendo aquelas estratégias políticas que os deixam bem sexys — comentou Seokjin.

— Hm... claro, okay. — Hoseok suspirou, fitando o próprio colo. — Você pode... me cobrir?

— Claro, anjo. Quer que eu cante para você dormir?

— Não quero dormir, só quero não morrer de hipotermia e atrapalhar ainda mais vocês!

Seokjin não respondeu à reclamação do namorado. Ele sabia que não tinha como convencer o dançarino com simples palavras, então apenas se moveu para se deitar ao lado dele, puxando a coberta consigo para os cobrir, arrumando uma posição que as costas de Hoseok estivessem grudadas em seu peitoral. O calor sempre ajudava a diminuir parte das dores, ao menos era o que o médico afirmara.

— Estou tão feliz e aliviado por ter você aqui — murmurou o duque, beijando o ombro do outro.

— Eu irei atrapalhar vocês — disse Hoseok, aproveitando estar fitando a parede de pedra para despejar todas as suas inseguranças.

— Pelo contrário — disse Seokjin, beijando outra vez a derme do dançarino. Hoseok tremeu no seu contato dessa vez. — Você aqui nos dar força para não temermos nada que Woobin tente. A família está completa aqui, Hobi, então seremos ainda mais fortes juntos.

Hoseok fechou os olhos, fungando. Ele nem tinha reparado quando as lágrimas começaram a descer do seu rosto.

— Eu só queria um pouco de paz e felicidade — confessou Hoseok. — Sinto que perderei vocês a qualquer momento e estou apavorado, de verdade.

Seokjin não soube o que dizer, pois, ele entendia o medo de Hoseok. Ele também estava assustado com o que o futuro os reservava, mas estava tentando seguir o seu caminho, da melhor maneira possível.

— Amor, todos estamos com muito medo — garantiu Seokjin. Ele deixou seus dedos afagarem o braço do namorado, tentando levar alguma calma ao dançarino daquela maneira. — Mas, temos que ser fortes e só seremos fortes juntos.

— Eu não sou forte e pior, ainda enfraqueço vocês.

Seokjin se movimentou na cama, seus dedos desceram pelas costas do namorado e ele tocou na região onde havia sido a operação, a cicatriz estava ali, mas contra seus dígitos não parecia extensa, somente uma área sensível.

— Hobi, isso aqui mostra como você é forte. — Seokjin deixou os dedos ali, vagarosamente massageando o local como aprendeu com Jo Kwon. — Você passou por tanta coisa e claro, teve altos e baixos, mas, você venceu o câncer! Não desanime agora, amor da minha vida.

Hoseok sorriu. Ouvir ser amor da vida de Seokjin fez seu coração pular no lugar.

— Seremos fortes, Hobi — disse Seokjin, beijando o ombro do namorado. — Estaremos juntos para enfrentar Woobin e essa ditadura.

Concordando, Hoseok pode dizer para si mesmo que se sentia um pouco melhor. Ainda estava assustado e sua mente mandava os piores cenários para um futuro, contudo, podia acreditar em um futuro em que as coisas ficariam melhores de alguma maneira.

— Nós sempre estaremos do seu lado, Hoseok — garantiu Seokjin.

O dançarino acreditou naquelas palavras e se agarrou a elas. Era tão difícil ficar forte quando o mundo todo desmoronava, mas tentaria, por si, pelos namorados e pelas meninas. A convivência não seria a mais fácil do mundo e o risco de serem pegos ainda era grande, contudo, juntos ainda podiam superar várias barreiras e Hoseok sinceramente esperava que Woobin fosse uma delas.

Hoseok estava cansado de fugir e mal esperava pelo dia que pudesse sentar no sofá da sua sala e pensar que finalmente tinha paz.

════ •⊰♛⊱• ════

A despedida de Taehyung de Jimin e Jungkook foi estranha. Eles não choraram ou gritaram o quanto era injusto, somente se abraçaram e ficaram daquela maneira por longos minutos. Era uma injustiça e não podia negar que estavam com medo do futuro, porém, chorar e espernear não traria mais momentos deles juntos e daquele apartamento, eles queriam carregar bonitas lembranças, que um dia contariam felizes por vivenciarem juntos.

— Isso não é nada — disse Jungkook. Ele levou os dedos pelo cabelo de Taehyung, parando no rosto e contornando toda a face do príncipe. — Nós estaremos juntos logo. Woobin não vai durar muito no poder.

Jungkook, de fato, estava sendo extremamente otimista. Porém, não queria desistir da esperança, desistir deles e da bela história que tinham juntos. O amor deles superaria aquilo tudo como superara todas as outras adversidades que passaram juntos.

— Logo vamos voltar no parque e fazer um belo piquenique — disse Jimin. Ele, como o último a entrar na relação, queria ter esperança de que o amor deles permaneceria apesar de todos os problemas. — E faremos amor em todos os cômodos que ainda faltam desse apartamento.

Taehyung sorriu, deitando a cabeça no encosto das costas do sofá. Como poderia não amar os belos, maravilhosos e compreensivos namorados que tinha? Amava-os tanto e de uma maneira que até expressar da melhor forma que conseguia — pela pintura —, parecia difícil. Um sentimento que para muitos não tinha explicação e que para outros nem significava algo, para ele era o motivo de levantar da cama e enfrentar até os piores dias, como era aquele que estava.

— Obrigado — Taehyung disse, abaixando o olhar. — Obrigado por não desistirem de mim.

Jimin sorriu e beijou Taehyung. Era simplesmente impossível desistir de Taehyung, passara tantos anos correndo dos sentimentos conflituosos que tinha no peito e agora quando estava feliz ao lado dos namorados, o destino parecia brincar com ele, mostrando que perdera tempo no passado e agora estava perdendo ainda mais e mais tempo.

O destino era cruel com os amantes.

Assim que Jimin se afastou Taehyung, Jungkook tomou os lábios do príncipe. Era engraçado para o jornalista como todas às vezes, o beijo deles parecia irreal, quase uma invenção fantástica para uma vida que nem deveria ser dele; namorado e segurança de um príncipe. Quem diria, certo?

Taehyung só soube sorrir quando se separaram. Ele estava feliz por ter aqueles momentos com os homens que amava, por mais que não soubesse ao certo o que lhe esperava fora daquele apartamento.

— Talvez eu tenha que beijá-lo na frente das câmeras — disse Taehyung. Era um medo dele que os namorados interpretarem mal qualquer coisa que vissem. — Somos ex-namorados, mas eu não sinto mais nada por ele, okay?

Jimin foi o primeiro a segurar a mão de Taehyung, seguido por Jungkook, que deixou seus dedos cobrirem a mão dos outros dois.

— A gente sabe — disse o segurança, sorrindo. — Nós não sentiremos ciúmes de uma simples atuação, okay?

Jungkook completou:

— O que parte nosso coração é que você terá que fazer algo que não quer — garantiu Jungkook, afagando com cuidado as dermes sob a sua. — Só queremos felicidade para você, nosso TaeTae.

Taehyung pode sorrir, sentindo-se completo naquele momento, o que era bastante doloroso, pois em poucas horas, estariam em partes, sem os amores da sua vida. Até quanto o destino continuaria brincando com eles? Taehyung se perguntou, mas não teve uma resposta.

════ •⊰♛⊱• ════

O processo de arrumar as malas foi um pouco lento, mas Taehyung não chorou, de fato, era um homem mais forte e usaria daquela força para vencer o seu irmão mais velho.

— Acho que isso é tudo — disse Jimin, com um suspiro.

Ali naquelas malas haviam meses de namoro, por mais que fossem somente roupas, não deixavam de ser importantes, afinal cada peça daquela foi vestida pelo namorado em algum momento em que estiveram juntos.

— Não, tem o quadro! — afirmou Jungkook, apontando para o quadro pendurado na parede acima da cama.

Taehyung fitou o quadro, de tons azuis e amarelos que se misturavam em pássaros, mas que para muitos era uma pintura abstrata. Ele sorriu, percebendo que por mais que pensasse não se inspirar nos namorados, aquele quadro representava Jungkook e Jimin quando riam juntos.

O príncipe sentiu uma lágrima solitária descer do seu olho, caminhando por sua bochecha e derramando-se contra a sua mão. Ele os amava de uma maneira que antes diria ser impossível, porém, era errado falar daquilo em um momento de despedidas — seria ainda mais doloroso para aqueles que amava. Assim, Taehyung se viu falando:

— Fiz para vocês, Kookie — explicou o príncipe, engolindo a seco. — Foi um presente, eu não irei o levar.

Jungkook concordou enquanto Jimin dava um sorriso antes de falar:

— Esse sempre foi um dos meus quadros favoritos. Obrigado por deixar conosco, Tae.

Taehyung sorriu e concordou com a cabeça, pois, os namorados não sabiam que aquele quadro simplesmente representava os dois e como eles mudaram a sua vida com simples sorrisos.

— Então, é isso — disse Taehyung, um fraco sorriso dançando em seus lábios. — Eu acho que preciso ir agora.

A falta de certeza era a brecha para que de alguma maneira, surgisse um plano mirabolante para que Taehyung escapar daquele inferno. Mas, a verdade era que a única coisa que restava era ficar com Namjoon em seu esconderijo, mas Taehyung sabia que se fizesse isso, poderia colocar tudo a perder e ainda arriscar a vida de todos que o amavam.

Sem nenhuma resposta animadora dos namorados, Taehyung pigarreou, beijou os dois pela última vez e saiu do apartamento como noivo de Park Seojoon.

════ •⊰♛⊱• ════

Assim que Taehyung piscou fora do apartamento, Jungkook se deixou desabar. Seu corpo foi contra o sofá e ele escondeu o rosto nas mãos enquanto chorava sem parar. Jimin se assustou, mas deixou o namorado sofrer a perda, sem deixar de abraçá-lo da maneira que conseguiu, murmurando algumas palavras de carinho — ele também estava sofrendo, mas seria forte por aquele que tanto amava.

— Isso é tão injusto! Nós nunca conseguimos ficar juntos! Nunca!

Jungkook grunhiu, afastando-se de Jimin somente para socar uma almofada. Estava tão irado, queria destruir tudo o que pudesse, porém, mais especificamente, Kim Woobin.

— Amor...

Jimin estava com o coração apertado, pois não se lembrava de ver o namorado daquela maneira, tão revoltado ao ponto de socar algo. Jungkook era mais sensível, porém, não de uma forma fraca — de fato, Jungkook era muito forte —, ele levava muito em conta os sentimentos e raiva extrema nunca era um deles.

Jungkook ficou daquela maneira por alguns minutos, a tristeza tomando conta dele por completo. Já Jimin não saiu do lado do namorado até o jornalista se sentir melhor, secando suas lágrimas e se levantando em supetão.

— Você está bem? — Jimin perguntou, preocupado. Estava estranhando as atitudes do namorado.

— Vou na revista — disse Jungkook, passando as mãos fortemente no rosto uma vez mais. — Tenho novos artigos e pedirei para o meu chefe colocar. Não aguento mais me esconder em um pseudônimo online.

— Kookie, isso é perigoso — afirmou Jimin, ficando de pé para buscar a mão de Jungkook. O jornalista o fitou com tristeza. — Tae não te quer correndo riscos, amor.

Jungkook suspirou pesado.

— Ainda manterei o pseudônimo, baby. Eu só pedirei para postar na revista assim como os artigos com o meu nome. Mudei o estilo de escrita, então não dá para perceber que sou eu — afirmou Jungkook. — Não se preocupe, eu serei cuidadoso.

Havia algo na expressão de Jungkook que não abria espaço para discussão. Ele estava totalmente decidido de que aquela era a melhor maneira de lidar com o problema que era Woobin. Jimin assim entendeu o recado silencioso e deu espaço para o namorado.

— Por favor, tenha cuidado — pediu Jimin, segurando o rosto de Jungkook com as suas mãos. Aquela expressão tão triste não deixava a beleza estonteante dele aparecer e isso partia o coração do segurança. — As coisas ficarão bem se nos mantermos unidos. Taehyung sairá dessa... todos irão. Uma pessoa como Woobin acha que força e violência são tudo, mas ele não conhece o poder do amor.

Jungkook conseguiu sorrir, dando um beijo rápido em Jimin. Era um pouco utópico pensar que o amor poderia vencer qualquer obstáculo, mas naquele momento, Jungkook não se importou em gravar aquelas palavras em seu coração e acreditar que Woobin não tinha a força que pensava ter, que logo estaria atrás das grades, o lugar a qual pertencia.

Quando Jimin se viu sozinho no apartamento, ele torceu para que Taehyung ficasse bem no castelo e que Jungkook voltasse logo para os seus braços naquela noite.

════ •⊰♛⊱• ════

Jungkook deu uma última olhada no que escreveu e nas caricaturas que Taehyung desenhou para os seus artigos antes de entregar para o seu chefe.

— Você tem certeza que é para divulgarmos isso? A escrita é diferente, mas o rei Woobin desconfiará, Jungkook.

De fato, Jungkook sabia daquilo, mas estava cansado de se esconder, então, concordou com a cabeça, certo do que faria.

— Tudo bem. Deixe que ele me pegue — disse Jungkook, corajoso.

— Jungkook, ele é um ditador... Não sabemos o que ele pode fazer com você.

O jornalista não se importava, não realmente. Estava cansado de se esconder de Woobin quando foi o primeiro a se meter com o príncipe. Talvez fosse o momento de aceitar suas derrotas e se esforçar para conseguir as vitórias.

— Está tudo bem. Enfrentarei as consequências.

O homem soltou um longo suspiro e concordou com a cabeça. Se era assim que Jungkook queria, seria assim que aconteceria.

— Tudo bem, mas toma cuidado, garoto — pediu o editor.

Jungkook concordou com a cabeça. Ele faria o possível para se manter seguro.

════ •⊰♛⊱• ════

O jornalista terminava de colocar sua bolsa no banco de trás do carro quando ouviu uma pessoa atrás dele.

— Jeon Jungkook?

Jungkook se virou, proferindo um baixo "Sim", mas, nos olhos do homem, o jornalista pode perceber o perigo. Ele tentou fugir, porém, foi jogado no próprio carro e em seguida encapuzado.

Naquela noite, Jimin não teve Jungkook de volta em seus braços.

════ •⊰♛⊱• ════

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