INTENSA CONEXÃO - PARTE UM

By Autora_Jenniffer

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By Autora_Jenniffer

🌻 Olá meninas, semana passada não consegui atualizar os capítulos, por isso, essa semana decidi fazer uma maratona de um capítulo por dia.

Espero que gostem 😍

Mirom Rotam

Sentado à mesa, fito os ovos com bacon, enlouquecendo aos poucos, vivendo uma realidade distorcida, tendo como companhia a solidão opressora, perdido nas trevas e incapaz de sentir além de indiferença.

Minha mente, agora desnorteada pela escuridão inata, é como um espelho embaçado, que se polir é certo encontrar um homem vivendo com um buraco no meio do peito.

Minhas memórias são ruínas de uma montanha decadente, são sempre os mesmos pensamentos, isso me queima por dentro, não importa quão arduamente eu tente ser diferente, o ódio faz morada, me dando a certeza de que sempre andarei sozinho.

Arrasto meu olhar para a faca repousada no prato, a lâmina brilha como diamante, me chamando e implorando para que eu a use. Seguro lentamente o cabo, levanto-a em frente aos meus olhos, rodo-a como se fosse uma pedra preciosa e a guio em direção ao meu pulso.

Sorrindo, sinto o frio da lâmina, prenso-a contra minha pele e sou interrompido ao ser cutucado por um grande focinho de cachorro. Viro a cabeça e encontro com olhos castanhos me encarando com atenção. Axel sapateia e solta uma lufada de ar, trinco os dentes devolvendo a faca ao seu devido lugar e entrego-lhe um pampuska. Ela se afasta com o pão na boca, deitando a poucos metros longe de mim. Recosto, observando-a devorar a comida em segundos.

- Tu és patética - digo, a Rottweiler levanta a cabeça. - Sei que sabes dessa verdade. - Desvio meu olhar e fito meu prato, sem vontade começo a comer.

Batuco duas vezes na tela do celular, a luz acende me mostrando as horas. Seis da manhã e nada do maldito mandato. Destravo e digito o número de Alexey, ativando o viva-voz enquanto finalizo meu café da manhã.

- Estás muito cedo para me atormentares, não achas? - Alexey resmunga assim que atende.

- Cadê a porra do mandato?

- Em minhas mãos - revela.

- Quando irias me informar?

- Seja paciente, Mirom. - Reviro os olhos. - Segue o endereço, te espero lá. - Gravo as informações e finalizo a ligação.

- Axel? - Chamo-a, ela ergue as orelhas e estalo a língua. - Hora de caçar!

Desço do jipe e observo o prédio residencial na parte nobre de Kiev com as mãos nos bolsos do
L sobretudo. Portas de carros batem, não preciso me virar para saber que é Alexey.

- Danys Havryil - diz ao parar do meu lado, estendendo o mandato -, filho do deputado Vitaly Zhuravsky, tem 25 anos e algumas passagem pela polícia por porte de arma de fogo e agressão.

- Por isso a demora do mandato? - pergunto, analisando o documento.

- Vitaly tentou nos barrar.

- Ele tem que proteger a imagem de político de merda - resmungo, olhando para trás ao notar uma movimentação. - Como souberam? - pergunto.

Jornalistas se aproximam prontos para registrar toda a movimentação, são irritantes muitas das vezes.

- Não faço ideia. - Alexey responde, inspiro fundo e com um comando direto, alguns dos policiais barram os jornalistas de chegarem mais perto.

- São como baratas, aparecem quando menos se espera - balbucio, voltando a olhar para Alexey. - Não permitas que se aproximem.

- Darei um jeito. - Ele me lança um olhar tedioso.

- Denys terá que contar-nos uma boa e perfeita mentira. - Alexey sorri, me instigando a ir em frente.

Sem esperar por mais nem um segundo, entro no prédio com policiais me seguindo, rumo ao apartamento 850 no 26º andar atraindo olhares de moradores que cruzam nosso caminho.

Cada passo que dou, é a certeza que não tenho um lugar para chamar de meu e que meu futuro é incerto, mas
tenho em mãos o poder de garantir a ordem em qualquer lugar, para qualquer pessoa, em qualquer circunstância, porque fui treinado para mostrar como é que tem que ser feito.

Ansiedade toma conta do meu corpo, meu sangue queima, pulsante em minhas veias no instante em que as portas do elevador do andar se abrem. O maior erro de qualquer malfeitor é cair em minhas mãos, porque vou até o fim em busca de respostas.

Encaro o número 850 do apartamento antes de bater. Espero alguns segundos e bato.

- Denys Havryil, aqui é a SSU, precisamos conversar. - Minha voz reverbera pelo corredor, repito as palavras e bato à porta mais uma vez, quando não obtenho resposta, inspiro fundo e sorrio por saber que terei que fazer do modo agressivo.

Retiro a arma do coldre axilar e recuo dois passos, lançando um sinal para dois policiais que imediatamente avançam e arrombam a porta. Adentro no apartamento com a pistola apontada, me guiando pelo caminho.

- Danys, é a SSU - meus olhos percorrem toda a extensão da sala em busca de sinal de sua presença, com dois dedos erguidos, lanço um comando para que verifiquem a cozinha enquanto vou na direção dos quartos.

Todo o local está silencioso, poderia afirmar que Denys não está presente, se não tivesse conseguido a informação do porteiro de que ele não saiu do prédio desde ontem, quando chegou por volta das três da tarde.

Seguro a maçaneta do quarto principal, giro-a e a empurro para que me mostre o interior do cômodo. Dou um passo à frente e congelo no instante em que meu olhar se prende no corpo estirado na cama de bruços.

Franzo a testa, fitando Denys vestido com roupão de banho, lábios roxos e olhos arregalados encarando os meus, vidrados e sem vida. Abaixo a arma, em sua mão esquerda contém um copo com alguma bebida e um frasco caído no chão com vários comprimidos espalhados em volta.

Me aproximo com cautela, trincando os dentes quando um dos policiais confere sua pulsação e balança a cabeça, confirmando sua morte.

- Quero a perícia nesse lugar imediatamente. - Exijo para Adam, que com um aceno de cabeça sai do quarto e faz o que ordenei.

Guardo a arma, fitando os olhos de Denys e me perco nos segundos em busca de uma resposta. Sempre digo que a morte é uma salvação, mas não se enquadra a pessoas como esse merda, pois a morte para ele foi a fuga das consequências dos seus atos.

- Assassinato ou suicídio? - Alexey pergunta ao adentrar no quarto minutos depois.

Estalo a língua e começo a andar pelo cômodo.

- Denys é suspeito por assassinar aquela mulher e um dia depois é encontrado morto? - Paro em frente à mesa ao lado da cama, encarando um cartão de uma boate. - Chutaria suicídio.

- Sentimento de culpa é um abismo sem fim. - Assinto, concordando com Alexey.

Depois de meia hora, a perícia chega no local e começa a executar seu trabalho com maestria, dando voz ao silêncio. Há coisas que não precisam ser ditas, pois há mudanças que falam por si mesmas e estas são palavras silenciadas que nos contam a verdade por trás dos fatos.

Yosyp se aproxima e estende um saquinho, dentro dele está o cartão que não ousei tocar para não interferir no vestígio de crime.

- É uma boate localizada em Kharkiv - conta. - Já ouvi falarem dela, disseram-me que as prostitutas são impressionantes.

- Talvez seja onde contratou a mulher que assassinou. - Yosyp entorta os lábios e abaixa o saquinho.

- O resultado do laudo da autópsia já saiu? - Nego com a cabeça.

- O que tem a me dizer? - pergunto, ele esfrega as sobrancelhas e olha para o corpo de Denys, depois para mim.

- Tudo indica suicídio.

- Não me surpreenderia se fosse - exponho, cruzando os braços.

- Não há índices de agressão - relata -, nem arrombamentos ou vestígios de que outra pessoa tenha entrado no apartamento e cometido um assassinato.

- Quero o laudo da necropsia para fechar esse caso. - Yosyp meneia a cabeça e retorna ao serviço.

Horas se passam até a perícia recolher o corpo e levar para o INMLCF, dando por encerrado as investigações no local do crime. A posição do corpo e o passado caótico não deixam dúvidas de que o fim seja esse. Nada foi encontrado no local, o que dificulta as investigações por não existir vestígios.

Depois de liberar o apartamento, recolho alguns depoimentos de vizinhos e do porteiro. Busco por filmagens desde o momento em que ele chegou em casa até o dia seguinte, nada de anormal, apenas um entregador que fez entrega não só em seu apartamento, mas em outros também.

Ao deixar o prédio, avisto alguns jornalistas que permaneceram na espera de mais informações. Ignorando-os, sigo direto para meu carro, pronto para ir atrás do entregador que identifiquei. No instante em que ligo o jipe, meu celular toca, o nome do Marko, o médico legista, pisca na tela do aparelho.

- Espero que tenha o laudo - falo no instante em que atendo.

- Claro que tenho - responde. - Preciso que venhas aqui, acredito que queiras ver o corpo da moça.

- Chego em... - olho no relógio. - Trinta minutos.

- Te esperarei.

No momento em que coloco os pés no Departamento Médico Legal da SSU, Marko me chama. Encaro o homem robusto parado em frente à sua sala, no corredor que leva direto para o necrotério.

- Tu chegaste antes da hora - diz, animado. - Entre, precisamos conversar. - Ele abre a porta dando espaço para que eu passe.

- O que encontraste? - pergunto, me acomodando na cadeira.

Marko faz um barulho sutil e pensativo com a boca enquanto coloca os raios X e fotos tiradas do corpo nu da vítima sobre a mesa.

- Pelos exames, descobri pela arcada dentária que é uma mulher de vinte quatro anos. Há lesões internas e externas por todo seu corpo, recentes e antigas, além das cicatrizes.

- O que indica que já foi espancada antes? - Marko assente.

- Encontrei vestígios de DNA em suas unhas, indicando que houve luta corporal - conta, batucando o dedo na foto das mãos da garota. - A análise biológica laboratorial revelou também uma alta substância sintética extremamente perigosa em seu organismo, chamada cloud nine que é conhecida como droga zumbi.

- Então a causa da morte foste overdose? - Ele entorta os lábios.

- Cloud mine é lasciva, deixa o usuário irreconhecível, é difícil relatar os efeitos - relata, se sentando e observando os raios X. - Anos atrás, teve um caso em que uma mulher ingeriu a pílula zumbi, entrou em um restaurante, além de gritar obscenidades, tentou comer a mão de um policial. Outro caso foi de um homem que comeu parte do seu rosto antes de ser baleado.

- Essa droga transforma usuários em canibais? - Marko me olha, assentido.

Balanço a cabeça, relembrando de um passado que parece ser muito distante de quando descobri que a mulher que me criou, que chamei de mãe e que tenho seu sangue correndo em minhas veias, é uma assassina e canibal.

- Essa droga afeta o sistema nervoso central, confundindo as funções cerebrais de quem usa a substância - finaliza, estendendo um envelope. - Causa da morte, overdose.

Recosto e analiso o laudo. Deduzindo que ao ser contratada por Denys, ambos devem ter usado essa droga e ficado loucos. Ele a espancou, matou e se desesperou, o que o fez descartar o corpo na madrugada, como se isso resolvesse seu problema. A culpa o consumiu ao ver no noticiário o caso de um suposto assassinato, levando assim a um suicídio.

Um caso tosco de uma prostituta com um riquinho de merda, total desperdício de tempo.

- A identidade? - pergunto.

- Joguei no banco de desaparecidos e encontrei isto. - Levanto meu olhar, Marko me encara fixamente e arrasta outro documento.

Apanho o papel e analiso a foto da moça.

- Ayelén Muñoz, nativa da argentina, 24 anos, desaparecida há quatro anos depois de aceitar um trabalho nos Estados Unidos, a família nunca mais soube do paradeiro da moça.

Congelo, meu cérebro faz todas as associações desde o momento em que o caso me foi entregue. Estalo a língua com um sorriso frio crescendo em meus lábios, ergo meu olhar e encontro com o de Marko me observando.

- Sabe o que mais detesto que façam? - Ele nega sutilmente com a cabeça. - Que me enganem.

- Quem estás lhe enganando?

- Não sou patético como essa prostituta que certamente mentiu para família sobre um trabalho fora, que na verdade, veio para se prostituir, morrendo no processo. - Marko empalidece com minhas palavras duras.

- Não faço ideia do que estás a dizer, mas encontrei este microchip rastreador localizado na parte inferior do braço esquerdo da moça. - Franzo a testa, encarando o objeto do tamanho de um grão de arroz dentro de um saquinho que o médico legista estende.

- Rastreador?

- Estranho, não é? - Apanho o microchip e observo. - Ainda acreditas que é apenas uma prostituta que não há nada por trás disso? - Ranjo os dentes.

- Quero ver o corpo... - Sou interrompido quando a porta é escancarada, olho para trás, uma moça vestida de branco com a respiração acelerada e olhos arregalados nos encara com espanto.

- Estavas preparando o corpo de Ayelén... - ela faz uma pausa -, saí para pegar produtos para limpá-la, quando voltei... - Escuto a cadeira de Marko se arrastar, não desgrudo os olhos da moça que parece ter visto um fantasma.

- E? - Minha voz sai rouca, ela me encara e empalidece.

- Desapareceu! - revela. Silêncio recai na sala, leva um tempo para compreender suas palavras.

- Como dizes? - pergunto, me levantando lentamente.

- Não faço ideia do que tenha acontecido, apenas saí por um momento e ao voltar, Ayelén já não estava mais lá.

- Céus! - Marko murmura, saindo da sala apressado e indo direto para o necrotério, a moça me lança um olhar culpado antes de segui-lo.

Solto o ar pela boca, percorrendo a língua pela extensão dos meus lábios antes de ir atrás deles. Meu silêncio é a prova do quanto estou furioso. Marko anda de um lado para o outro, pergunta para todos os lados o que aconteceu e finalmente para à minha frente, fitando-me enquanto aguardo parado com as mãos no bolso.

- O corpo foi roubado - declara, assinto e saio do necrotério, iniciando as ligações para a verificação das câmeras de segurança.

Depois de duas horas no Departamento de Situação de Segurança, confirmo o roubo. Fico assistindo as filmagens durante muito tempo, sem acreditar na ousadia desses desgraçados. Três funcionários disfarçados encontram o cadáver da moça e o retira como se estivessem fazendo uma transferência, ninguém os barram e a calma deles é absurdamente ridícula.

Recosto na cadeira e esfrego meus lábios, inerte em meus pensamentos, sentindo-me trouxa em todos os sentidos. Alexey me deu esse caso como se estivesse planejado. O suspeito foi encontrado morto, a moça, uma desaparecida que tinha um rastreador e seu corpo é roubado, duas linhas se interligando e me levando a um único caminho, do qual recusei duas vezes.

- Senhor? - Olho para Ivan, ele digita algo no computador e balança a cabeça de um lado para o outro. - Não conseguimos identificar os rostos dos indivíduos. - Assinto de leve, seria quase impossível essa identificação, visto que usavam máscaras, toucas e luvas que os impediram de deixarem vestígios.

- Diga-me a razão disto? - pergunto a mim mesmo. Ivan lança um olhar confuso na direção dos seus companheiros, voltando a me encarar. Sorrio e me levanto sem esperar que tente me dar uma resposta lógica.

Esses desgraçados desafiaram minha autoridade, ousaram invadir um departamento extremamente vigiado com identificações roubadas, debaixo do meu nariz. Cometerem um erro, talvez o pior deles, porque acabaram de despertar o monstro que estava adormecido, que se negava a ser acordado. Eles são como vírus devastando vidas de pessoas, não me importaria desde que não me provocassem.

Fecho os meus olhos enquanto caminho pelo corredor, sentindo-me intrigado, e isso nunca acontece. Há algo que me irrita sempre que sou desafiado dessa forma, só que dessa vez sinto algo mais intenso, uma conexão puxando-me, como se algo clamasse por meu nome.

Abro os olhos ao parar em frente ao escritório de Alexey, seguro firme a maçaneta, rodo-a e entro, encontrando com ele sentado à mesa com olhos fixos nos meus.

- Tu já sabias da garota? - pergunto com uma frieza que até então desconhecia, meus olhos encontram com os azuis de Alyna sentada na cadeira ao lado de Hamlet, pálidos com minha presença.

Entro, fecho a porta atrás de mim sem desgrudar meus olhos deles e aguardo um esclarecimento. Tudo foi planejado de alguma forma, como se soubessem de cada passo que esse caso daria até chegar aqui.

- Precisamos de ti, Mirom - Alyna diz com uma respiração profunda. - O destino, de alguma forma, grita por ti.

- Destino?

- Nós não temos outra escolha - Hamlet insiste.

Trinco os dentes ao recostar na porta.

- Sou todo ouvidos - falo.

Alyna sorri com uma esperança patética que me enoja, me seguro para não dar as costas, pouco meimporto com tudo isso, só que esse caso está ficando interessante, porque não enfrentarei qualquer criminoso, mas uma escória de demônios que fazem da terra um verdadeiro inferno.

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