INTENSA CONEXÃO - PARTE UM

Autora_Jenniffer tarafından

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Autora_Jenniffer tarafından

Kiev - Capital da Ucrânia

Mirom Rotam

O vento gelado chicoteia meu rosto, dizendo-me que teremos mais uma noite fria em pleno verão. Encho meus pulmões de ar, controlando a respiração enquanto meus pés colidem no asfalto, minhas veias pulsam e acelero os passos.

Meu cérebro é desligado no instante em que me entrego à corrida, a sensação é um desafio de tentar ir além do limite, não pela chegada, mas pela jornada.

Tudo é um borrão ficando para trás, porém, essa corrida não é para espairecer os sentimentos conturbados que gritam dentro de mim em uma confusão de emaranhados de nós.

Prendo os olhos no rapaz de estatura mediana a alguns metros de distância, diminuo os passos, o analisando. Ele olha para os lados enquanto conversa com outro rapaz à sua frente, parecendo agitado.

Estamos em seu encalço há uma semana, monitorando cada passo, suas ações e lugares por onde frequentou, até descobrirmos que hoje, daqui uma hora e meia, pretende pegar um avião para fora da Ucrânia.

Ele ganhou nossa atenção quando invadiu o sistema da SSU na tentativa de apagar provas do assassinato de um dos agentes. Foi corajoso, não posso negar.

Afasto a manga da blusa e encaro o relógio, tenho tempo de pegá-lo antes que fuja. Paro de correr como se estivesse completado meu circuito, e começo a me alongar, olhando disfarçadamente para o indivíduo que entra no Caribbean Club.

Aguardo por alguns minutos, aproveitando para estudar a área ao redor. A rua apesar de estar lotada de veículos estacionados, se encontra quieta e pouco movimentada por pedestres, os prédios com arquitetura antiga variando em moradias e comércios estão calmos.

Levo a mão ao ouvido e aperto o fone de comunicação.

- Estou entrando - digo, atravessando a rua.

- Estamos de olho - Horbenko responde.

Passo pela portaria, adentrando no local localizado em um prédio antigo. Sou recepcionado com uma decoração da década de noventa. O chão é de um xadrez intenso, com carpete vermelho na metade do piso e paredes com aparência de papel velho e amarelo, deixando a certeza de que mantiveram sua aparência histórica.

Meus olhos são atraídos para uma parede coberta de cartazes de shows com datas e horários das apresentações. Um barulho chama minha atenção, viro-me em sua direção, encontrando com uma mulher robusta que me encara com as sobrancelhas louras enrugadas.

- Posso ajudar-te?

- Preciso de ingresso para beber uma tequila? - Me aproximo, logo acima da cabine protegida com uma grade, há a data de 1998 que acredito ser o ano em que esse lugar foi fundado.

- Só abrimos às sete da noite - responde com indiferença.

- Que pena - mostro a ela meu distintivo, seu rosto empalidece. - Tem um homem que estou à procura dentro deste lugar, se tu não queres problema, irei entrar sem ser interrompido e ficaremos quites. - Ela engole em seco, sem esperar por sua autorização, viro de costas e entro.

Passo por um pequeno local com móveis de madeira, onde é reservado para que os clientes deixem seus casacos. Uma mulher de cabelos vermelhos, olhos escuros e baixa, para em frente ao balcão com um ar de curiosidade, ofereço apenas um aceno e adentro no salão principal.

No primeiro instante, sinto como se estivesse realmente voltado para os anos noventa. As mesas estão espalhadas pelo lugar com cadeiras almofadadas, há um palco iluminado com cores fortes e no telão o logotipo do Caribbean Club.

Há algumas portas que levam para outro lugar, as escadas são cobertas por carpete vermelho e o segundo andar também tem mesas e poltronas. No teto há um arco repleto de projetores de luzes e à minha esquerda, se encontra o bar.

Só que o que me interessa, não está aqui. Meus instintos ficam em alerta, ele está com alguém, um contato direto. Meus olhos são atraídos por um grupo de cinco mulheres com roupas vulgares, me encarando sem parar. Reparo alguns homens fortes, vestidos de terno me estudando, finjo ignorar todos e vou até o bar.

- Uma tequila - peço, o barman me encara por alguns segundos antes de colocar o pequeno copo diante de mim e enchê-lo com a bebida.

Esfrego meus lábios com o polegar, estranhando o comportamento de cada um que me analisa minuciosamente.

- Estamos fechados - diz o barman, entorno a tequila e peço por mais.

- Estou à procura do Anishcenko Oleksandr, conheces? - Ele fica me encarando de novo, sustento seu olhar.

- Não conheço.

- Ele entraste aqui - o barman meneia a cabeça.

- O que mais tem aqui, é gente entrando e saindo. - Balanço a cabeça de leve.

- Compreendo - murmuro, entornando a tequila. - Ele está sendo uma pedra em meu sapato, seria de grande ajuda ter sua colaboração.

- Desculpe-me senhor, mas não posso lhe dar informações...

- Então tens informações? - indago, sorrindo e encarando o copo.

- Não tenho autorização - levanto meu olhar, encontrando com o seu.

- Tudo bem - falo, baixinho. - Mulheres vulgares, olhares desconfiados, atitudes contestáveis... julgaria estar em um lugar sujo - digo, rodando o copo. - No entanto, tão pouco me importo com o que acontece nesse lugar, quero apenas o Anishcenko. - O barman engole em seco e olha além de mim, empalidecendo.

Sigo seu olhar e por cima do ombro, avisto uma mulher alta e loira, corpo curvilíneo em um vestido de cetim azul, deslumbrante. Ela apenas acena de leve para o barman como se tivesse dito algo a ele. Arqueio uma sobrancelha quando a mulher vira de costas e sai andando em direção a uma porta à direita.

- Policial? - ele me pergunta, contorço os lábios e volto minha atenção ao rapaz.

- Isso importa? - Ele enche meu copo outra vez.

- Anishcenko sabes que tu estás aqui - revela, pousando as mãos sobre o balcão.

- Onde ele está? - Seus olhos cor de uísque me encaram, parecendo estar escondendo alguma coisa.

Ele se inclina e abre a boca como se fosse dizer algo em um sussurro, mas um estrondo vindo atrás de nós nos interrompe.

- Mas que porra - uma voz muito irritada grita. - Você prometeu, cacete! Prometeu! - Olho para trás, vendo Anishcenko caído no chão com o rosto ensanguentado.

- Dê o fora daqui! - O segurança corpulento vestido em um terno o ergue pelo colarinho. - Se pisar aqui outra vez...

- Vocês prome... - Ele é silenciado quando o punho do segurança acerta seu rosto, ele cambaleia desorientado.

- Desapareça e não esqueças do que Dona lhe falou. - O segurança agarra seu pescoço e o arrasta para fora.

Assobio, achando graça. Gravo na mente o nome citado, apenas se precisar no futuro. Volto minha atenção para o barman, ele engole em seco com os olhos fixos por onde o segurança carregou Anishcenko.

- Bela apresentação, não? - Cantarolo, despertando-o. - Interessante esse lugar! - afirmo, erguendo o copo de tequila e saudando-o. Entorno toda a bebida antes de seguir para fora.

Com as mãos nos bolsos, assisto Anishcenko se levantar em meio a resmungos e protestos. O segurança passa por mim, lançando um olhar frio e fecha a porta do clube.

- Estou curioso para saber o que aprontaste - suas costas enrijecem ao escutar minha voz. - Tu podes me contar tudo, já que temos alguns assuntos a resolver. - Anishcenko se vira para mim, olhos levemente arregalados, sabendo perfeitamente da merda fez.

- Contigo?

- Vamos facilitar as coisas - lanço lhe um olhar de tédio. - Tu me acompanhas, resolvemos o mal-entendido e depois, bem-vinda liberdade! - Seus lábios cortados se curvam em um sorriso incrédulo.

Inspiro fundo, me preparando para sua fuga. Ele percorre a língua por seus lábios cortados, olha para os lados e sem perder tempo, corre.

- Sabia - vocifero, alongando meus braços e levo a mão ao ouvido. - Suspeito indo pela Symona Peltyury St. - informo, começando a correr atrás do indivíduo, que esbarra em algumas pessoas pelo caminho.

Não existem chances de ele escapar, não com o quarteirão inteiro cercado de policiais à espreita. Apresso os passos, chegando mais perto. Ele tropeça e quase cai, mas não para.

- Não o deixem escapar - digo para os demais pelo comunicador. - Cerquem-no! - ordeno, em instantes policiais vestidos de preto, armados e com capacetes descem das vans espalhadas, algumas viaturas bloqueiam a rua por onde Anishcenko se dirige, e ele para.

- Não se mova! - grito, ele olha para mim por cima do ombro, arfando e corre em direção às grades da Universytet. - Cacete! - xingo.

Com movimento de dois dedos, ordeno aos policiais que contorne toda a Universytet para que não haja escapatória para o sujeito. Escalo as grades e pulo para o outro lado.

Adentro a propriedade cercada por árvores, seguindo Anishcenko que corre em disparada. Solto um suspiro longo, perdendo a paciência, ele escorrega, mas volta a correr logo em seguida.

Saco a arma de trás das costas, engatilho e espero o momento certo. Por mais alguns minutos, permaneço seguindo-o, uma presa desesperada para se safar do seu predador.

- Não há como fugir - grito. - Quero apenas conversar!

- Não sei de nada - responde, tropeçando e caindo.

- Okay! - murmuro.

Ergo a pistola e miro em Anishcenko, esperando o instante ideal para atirar. Ao tropeçar outra vez em um emaranhado de raízes, fica perfeitamente em minha mira, inspiro e aperto o gatilho, acertando precisamente sua coxa.

O barulho do disparo e do seu grito agudo assusta os pássaros. Ele cai de bruços. Vou até ele com calma.

- Por que não facilitaste as coisas? - resmungo, parando ao seu lado. Ele choraminga, tentando se arrastar para longe. - Vou perguntar apenas uma vez. - Ele congela ao sentir a arma em sua nuca. - Foste tu que mataste Anatoly?

- Não... não - responde.

- Esta não é a resposta que quero. - Levanto-me com impaciência, agarro seu colarinho e o coloco sentado com as costas na árvore. - Estou com o suspeito - informo pelo comunicador.

- Estamos a caminho - responde Dollov, meus olhos voltam para o indivíduo, que trinca os dentes de dor.

- Tu arrumaste um problema para si... - estalo a língua. - Acha que não iríamos te descobrir? Seus métodos de esconder suas merdas são desastrosos. - Balanço a cabeça em negativa. - Limpar o sangue do piso, não adianta de nada, sempre descobrimos. O melhor, a meu ver, seria incendiar toda a casa, mas és burro demais para tal coisa. - Seus olhos estremecem.

- Não fui eu que o matei.

- Quem lhe pagou para fazer o serviço? - Anishcenko solta um grito quando pressiono a arma em sua perna machucada. - Sabe quem era Anatoly? - pergunto, sentindo prazer em vê-lo se contorcer.

- Caralho - vocifera, me olhando com desespero. - Eles me pagaram... pagaram um bom dinheiro - confessa.

- Quem? - pergunto, pressionando sua perna.

- Não sei! Não sei! Não sei!

- Anatoly era um investigador da SSU muito respeitado, por isso, quero nomes. - Anishcenko balança a cabeça, atordoado.

- Porra, eu não sei! - chia.

Levanto-me, engatilho a pistola e miro na sua testa.

- Então tu não tens mais nenhuma serventia! - Anishcenko arregala os olhos, vendo a morte parada à sua frente sem um pingo de compaixão.

Escuto passos se aproximarem, meu dedo toca o gatilho louco para apertá-lo, tudo dentro de mim grita de alegria, e ao mesmo tempo algo luta para me impedir de cometer esse ato.

- Mirom, abaixa a arma - Honberko pede pelo comunicador. - Mirom? - Sua voz parece distante, um zumbido muito fraco.

Seria enfadonho dizer que não gostaria de vê-lo morrer, a sanidade que habita em minha mente cresce a cada dia. Sei que seu sangue escorrendo entre meus dedos me trará um prazer inimaginável, que me trará paz e me enlouquecerá.

A tortura é divertida, matar alguém é uma experiência engraçada que desejo reviver, só que sei que isso é errado. Por mais que eu queira apertar a merda desse gatilho, de ver sua vida se esvaindo diante dos meus olhos, sei que não devo ultrapassar esse limite.

- Mirom, porra, cara! - Horbenko chia em meu ouvido. - Abaixe a arma! - Estalo a língua e aperto o gatilho.

Ouço xingamentos furiosos, sorrio vendo Anishcenko se contorcer e gritar quando a bala raspa o lóbulo de sua orelha e penetra o tronco da árvore.

- Está com sorte hoje - digo, soltando a respiração e guardando a arma nas costas.

- Cara, tu és... - Dollov não termina.

Tiro o fone, guardo-o no bolso e deixo o resto com os policiais. Um deles me olha um pouco assustado, apenas o oriento sobre o que deve fazer e aproximo da minha equipe, a poucos metros de distância.

- Chefe quer falar contigo - Horbenko estende o celular com a mão enluvada assim que paro diante de si, apanho o aparelho e me afasto.

- Diga.

- Tu estás passando do limite - Alexey me repreende com a voz rouca e forte. - Anishcenko é a chave para solucionar esse crime, se tivesse o matado, diria que és o culpado.

- Apenas me empolguei.

- Como das outras vezes? - Esfrego minha testa. - Não me deixe desconfiar da tua integridade, Mirom.

- Sim, senhor - digo, soltando um suspiro de tédio.

- Passarei esse caso para outro investigador - sorrio com frieza.

- Ah, é?

- Quero que compareça no escritório central do SSU agora - informa. - Tenho uma reunião importante, quero que tu estejas presente.

- Estarei aí - finalizo a ligação sem me despedir e devolvo o celular para Horbenko. - Estou indo, cuide do resto. - Ele assente.

Encaro mais uma vez Anishcenko sendo socorrido pelos paramédicos. Teria o matado sem sentir remorso... eu teria realmente gostado, porque seria uma escória a menos na sociedade.

Para mim, ele é umser insignificante, indiferente, assim como fui para todos em minha vida.

Okumaya devam et