All I Need - Drarry

By httpfic

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Em uma noite fria, Draco Malfoy recebeu um peso que carregaria para o resto de sua vida. A marca negra o trou... More

Avisos E Playlist
All I want is nothing more
'Cause if I could see your face once more
I could die as a happy man, I'm sure
When you said your last goodbye
I died a little bit inside
I lay in tears in bed all night
Alone, without you by my side
But if you loved me
Why did you leave me?
Take My Body
Take my body
All I want is
And All I Need Is
To Find Somebody
I'll Find Somebody Like You

To hear you knocking at my door

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By httpfic

Interaja no capítulo com comentários e estrelinhas para fazer a autora feliz :)

Capítulo dois:

Harry. Harry. E apenas Harry.

Ultimamente os pensamentos de Draco se baseiam na palavra de cinco letras que mais o perturba.

Talvez tenha sido assim desde o início. Certamente passar todas as férias de verão pensando em como importunar seu inimigo não é saudável.

Certamente saber tudo que seu inimigo gosta e não gosta é no mínimo estranho.

(...)


Era apenas uma noite conturbada para Draco, onde ele sentava ao lado dos seus amigos esperando o jantar ser servido, quando Potter entrou pela porta do salão principal.

Os olhos cansados, os cabelos úmidos bagunçados, a capa preta do uniforme em suas mãos, a camisa social branca levemente molhada e transparente devido a água.

Potter caminhou até a sua mesa, aparentemente enraivecido, e sentou ao lado de Granger, que logo assumiu a sua face preocupada.

- Onde esteve? Por que se atrasou?

- Encontrei com a Cho. - Ele sussurrou.

- Hm... O que ela queria?

- Resumidamente? Chorar. Juro Hermione, eu não sei consolar ninguém. Eu queria enterrar a minha cabeça debaixo da terra! - Harry dizia constrangido só em lembrar da garota chorando ao seu lado.

Rony riu.

- Eu daria tudo pra ver isso. Uma garota chorando nos braços de Harry, e ele com mó cara de bobão!

Hermione repreendeu o ruivo pelo olhar.

- Tudo bem, Harry, acho que só em você ter pegado chuva por ela, e ter a feito companhia já é o suficiente. Agora coma algo quente!

Harry assentiu e se serviu de um prato cheio de comida. Estava faminto. Concentrado em se servir, ele sequer notou os olhares penetrantes que Draco o lançava.

- Hey, Draco! O que você vê tanto em Potter?

- Potter?

- Ele está parecendo um urubu molhado. - Pansy riu - Bem feito!

Depois de anos acostumados a ouvir Draco dizer como odiava Harry, Pansy e Blaise simplesmente passaram a odiar o 'testa rachada' também.

- É, está sim. - Draco fingiu rir, intercalando sua atenção entre seu prato e Harry.

O moreno comia tranquilamente, vez ou outra passando as mãos pelos cabelos, afastando as gotas de água que ameaçavam cair em sua testa. Ele sorria sutilmente enquanto assistia Rony e Hermione brigarem por algo bobo.

Era inegável que Potter era bonito. Até mesmo Draco, como seu inimigo, admitia isso para si mesmo.

Os malditos cabelos bagunçados que chamavam atenção por onde passava, os olhos verdes, os moletons folgados que ele tanto usava, os lábios finos, as covinhas que se formavam em suas bochechas quando sorria, seu cheiro...

Oh sim, seu cheiro. Não que Draco já tivesse o cheirado, mas só em passar perto do garoto o perfume possuía todos os seus sentidos.

A cada ano ele mudava um pouco, e sempre para melhor.

Draco lembrava com clareza do dia em que Potter, após vencer o jogo de quadribol contra a sonserina no terceiro ano, retirou seus óculos do rosto e ergueu a sua camisa para limpá-los, exibindo cerca de um palmo do seu corpo, que para um garoto de treze anos, era no mínimo admirável.

O quinto ano foi cheio de surpresas desagradáveis para Draco.

Ele já não conseguia provocar Potter sem se perder completamente nos seus olhos.

Ele não entendia por que seu coração acelerava quando Potter retribuía seus olhares ameaçadores.

Ele não entendia muitas coisas, como por exemplo o porquê de sonhar com Potter fazendo coisas que... Bem, certamente não era certo.

"Porra de adolescência que fudeu com minha vida!"

Ele não entendia e não tinha tempo para entender, pois agora a sua maior preocupação eram as nuvens nubladas que se aproximavam.

❤️ ---------------- 💚

16 anos. Muitos anseiam por esse número, mas Draco não.

Draco definitivamente não queria fazer 16 anos.

Para ele, os 16 anos eram muito mais que uma simples idade qualquer. Os 16 anos eram o seu passaporte para Voldemort.

No dia seguinte ao seu aniversário, Lucius recebeu a carta onde Voldemort anunciava a data da cerimônia onde Draco receberia a marca negra.

O loiro não sabia o que fazer, ele definitivamente não queria ser marcado por Voldemort, mas ao mesmo tempo, ver seu pai tão orgulhoso o fazia considerar a possibilidade.

Finalmente o meu garoto terá a sua glória. - Lucius dizia ao afagar os cabelos de Draco.

Em anos, esse foi o maior gesto de carinho consentido pelo seu pai. Um afago de cabelos. As palavras "meu garoto" invadiam Draco, iluminando todo o buraco causado pela falta de afeto que havia em seu coração.

Era tão reconfortante finalmente dar orgulho ao seu pai, finalmente receber a sua atenção.

Mas era muito doloroso pensar no porquê de tudo isso. Pensar que no fundo a glória não seria sua, e sim de Voldemort, que teria a si em suas mãos.

De qualquer forma, estava feito. Não havia outra saída. Era a marca, ou a morte. Antes mesmo de ser marcado, Draco já pertencia a Voldemort, ele sabia disso, e com dor no peito, aceitava o fato.

O dia chegou. Um altar onde Draco apoiou o braço, os olhos vermelhos em sua frente o fazendo arrepiar.

- Malfoy, você concede a mim seu corpo, alma e sangue? Entrega a mim tudo que pode? Está disposto a me servir com honra e prazer? - Voldemort dizia com a varinha apontada para o antebraço esquerdo de Draco.

- Sim, senhor. - As palavras demoraram, mas foram ditas.

E então aconteceu. Dor, dor, e apenas dor. Dor no peito, dor no antebraço, dor física e psicológica.

Gritos altos, risadas satisfeitas, e por fim palmas.

- Bem vindo aos nossos, Malfoy. - Voldemort disse - Devo parabenizá-lo pela performance, eu esperava um rio de lágrimas para hoje, mas felizmente não o tive.

Malfoys não choram.

- Obrigado Mestre. - Draco disse ao engolir a seco e ser recebido de braços abertos pelo pai.

- Estou orgulhoso de você esta noite, Draco. - Lucius disse ao abraçar o filho.

E pela primeira vez, Draco provou do abraço paterno.

❤️ ---------------- 💚

De volta à Hogwarts.

Após férias conturbadas, Draco não sentia o mínimo de alegria em estar de volta ao lugar que, por um tempo, o fez colecionar boas memórias.

- Tudo bem, Draco? - Seus amigos perguntavam.

- Estou ótimo. - Ele assumia o seu melhor sorriso ao dizer.

Lembre-se, apenas aqueles que fazem parte dos nossos podem saber sobre a marca. - Lucius disse ao filho antes de aparatar de volta para casa, deixando Draco sozinho na estação.

Mais uma vez lá estava Potter. O brilho em seu olhar parecia ter sido totalmente engolido pela opacidade.

Ao ver o garoto sentar no lugar de sempre, Draco sentiu-se a pessoa mais idiota do mundo. Por que o seu coração insistia em doer ao ver Potter tão... Frio?

Era isso. Frio. Potter estava completamente frio. Não exibia mais nenhuma expressão, parecia simplesmente alguém congelado na indiferença.

Draco queria voltar a odiar Potter. Queria voltar a vê-lo como um inimigo, mas não conseguia, e sentia-se fraco por isso.

Os dias pareciam se repetir, um exatamente igual ao outro.

A rotina era simples e objetiva.

Acordar, fazer os feitiços em seu antebraço que escondiam a marca negra por 18 horas, tomar banho, se vestir, tomar café, frequentar as aulas, almoçar, ler ou treinar quadribol, forçar sorrisos para seus amigos, jantar, e por fim dormir.

Era assim todos os dias, um após o outro.

A cada manhã, a cada feitiço dito baixo, a cada vez que se via no espelho e encontrava a marca negra em sua pele, ele morria um pouco por dentro.

Tudo parecia perdido. Não teria como ficar pior... Mas ficou.

Draco Malfoy,

Chegou a hora de provar o seu respeito e comprometimento com o lord das trevas. No Natal o lord te passará o seu dever pessoalmente. Esteja preparado para o encontro.

L.M

Naquela madrugada, Draco chorou como nunca em sua vida. Não estava preparado, seja lá para o que fosse.

Após horas de lágrimas sendo despejadas contra seu travesseiro, as quais fizeram Draco se sentir fraco e inútil, ele se entregou ao sono.

- O que aconteceu, Draco? Seus olhos estão inchados. - Pansy perguntou na manhã seguinte.

- Alergia.

- Tem certeza? Você não parece bem.

- Eu juro. - Ele fingiu sorrir - Logo vou ficar melhor, já estou tomando uma poção antialérgica.

- Não sei, você me parece muito pra baixo ultimamente.

- É sono. Não tenho dormido direito.

- Hm... Sabe que se precisar estou aqui certo?!

- Sei sim, Pansy. Obrigado.

Árvores de Natal, presentes, mesa farta. Então é Natal...

- Malfoy! É bom revê-lo. - Voldemort recebeu Draco em sua casa com um sorriso assustador no rosto. - Ansioso para a sua primeira tarefa?

- Sim, senhor. - Draco respondeu tentando soar o mais convincente possível.

- Então sente-se, meu caro jovem. A noite é curta e temos muito o que conversar.

Draco sentou-se ao lado de sua mãe, que parecia tão infeliz quanto ele mesmo.

O garoto marcou aquele jantar como o pior da sua vida. Cada segundo havia sido uma tortura, e cada palavra, uma facada.

- É uma grande missão, sinta-se honrado. - Seu pai lhe dizia após o jantar. - E trate de a cumprir com destreza e agilidade. O lord das trevas não tolera atrasos ou erros.

- Sim, pai.

Matar Dumbledore. Uma tarefa fácil segundo seu pai.

Tirar a vida de alguém com suas próprias mãos. Draco seria capaz de algo tão grande assim? Seria mesmo capaz de tirar a vida de alguém? De sujar suas mãos de sangue?

O que faria? Era ele ou Dumbledore. Era viver com culpa ou morrer sozinho.

❤️ ---------------- 💚

- Como foi o Natal, Draco? - Blaise perguntou.

- Ótimo!

- Ganhou muitos presentes?

- Ah sim, claro. Muitos presentes.

Novamente Draco se via em frente ao espelho. 18 horas completadas, e então, lá estava a marca negra.

Estava e estaria sempre ali. Até mesmo quando não visível aos olhos, Draco podia sentir a sua presença.

Nada possuía mais sentido. Estava simplesmente existindo, enquanto assistia toda a sua vida escorregar pelos seus dedos como areia de praia.

Todos os dias eram iguais, até algo novo acontecer.

- Potter? - Draco chamava toda vez que se sentia observado.

Havia notado que Potter, desde o Natal, começara a o seguir para todo lugar. Era assustador, Draco não sabia se era real ou apenas uma ilusão que sua cabeça criou.

A única coisa que conseguia pensar além da marca negra e da sua missão, era em Harry. Talvez a sua mente estivesse alucinando a presença do garoto, como uma forma de conforto.

De certa forma era mesmo reconfortante, pois Draco não se sentia tão sozinho, mas ainda era assustador.

Tudo acontecia enquanto o tempo passava e as cartas do seu pai chegavam.

Draco Malfoy,

Já começou a elaborar um plano? Espero que a resposta seja sim. Lembre, o Lord das trevas não espera. Precisa ser rápido. Antes tinha um ano para cumprir o seu dever, agora são meses. O tempo passa, o mundo não pára, e você PRECISA agir.

L. M

Mais uma noite chorando. Mais uma manhã de olhos inchados. Mais mentiras sobre estar bem. Mais sorrisos falsos.

Mais, mais, mais, sempre mais.

Draco estava tão cheio de tudo, cheio de si.

Cansado. Um cansaço que nem mesmo se dormisse por anos cessaria.

(...)

Era uma tarde nublada. Os alunos que haviam ido à Hogsmead agora voltavam, boa parte deles sorridente, trazendo a Draco uma porção de inveja e ódio.

Não suportaria isso. Não suportaria tanto.

O loiro corria quando viu Harry no salão principal, logo tomou o caminho contrário, correndo ainda mais rápido.

As lágrimas engasgadas em sua garganta fazendo seu ar faltar.

Malfoys não choram, Malfoys não choram.

As palavras ditas tantas vezes por seu pai percorriam sua mente enquanto ele tentava respirar fundo, encostado à pia do banheiro da Murta, com quem costumava conversar em momentos assim.

Malfoys NÃO choram.

O garoto se livrou de umas das roupas que pareciam o sufocar, e um fechar de olhos foi o suficiente para as lágrimas engasgadas em sua garganta se libertarem.

- Malfoy! - Harry bradou ao entrar no banheiro, a varinha em mãos e a cena surpreendente em sua frente.

Draco virou-se envergonhado e irritado. Ele havia errado mais uma vez. Havia chorado, ainda estava chorando, e agora Potter o vira chorar.

Potter vira o quão fraco era.

Sem pensar muito, Draco direcionou um feitiço perigoso a Harry, em uma tentativa falha de tirá-lo dali.

Eles lançavam feitiços um ao outro em sequência, ambos desviando de todos eles, até que finalmente alguém foi atingido.

- Sectumsempra!

Uma dor insuportável se apossou de Draco. Tudo que conseguiu ver foi uma quantidade de sangue absurda manchando sua camisa. Tudo que ouviu foram gritos de socorro, que pareciam distantes, porém próximos.

As lágrimas em seu rosto escorriam sem barreiras, e então tudo se apagou.

❤️ ---------------- 💚

Ser Drarry shipper não é fácil!
E terapia que é bom, ninguém paga...

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