Why did you leave me?

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Capítulo dez:

Já eram quase três da manhã quando Harry e Draco deixaram a torre de astronomia. Foram horas de conversas e passos desajeitados.

Foram sorrisos frouxos e risadas bobas. Foram provocações e empurrões brincalhões. Foram os minutos mais divertidos vividos por Draco em muito tempo.

Deitado sobre os lençóis macios da sua cama, o garoto de cabelos loiros relembrava todos os segundos daquela noite. Do sorriso de Harry que formava covinhas em suas bochechas, do toque em seus ombros e cintura, do som da sua risada contagiante, dos olhos verdes e intensos brilhando contra si, dos cabelos sendo bagunçados pelo vento, da luz da lua refletindo contra seus óculos...

Draco suspirou, fechando os olhos ao abraçar seu travesseiro. Ele virou-se de lado, podendo assim assistir as estrelas refletirem contra o vidro da sua janela.

As mesmas estrelas que um dia o levaram para a noite que recebeu a marca negra. As mesmas estrelas que lhe ativavam gatilhos. As mesmas estrelas, que hoje, o faziam sorrir por lembrá-lo de Harry.

Ressignificado. Harry havia ressignificado a primeira pequena grande coisa na vida de Draco.

E foi com a imagem de Harry em mente e com os braços em torno de um travesseiro que Draco dormiu, pela primeira vez em muito tempo, sem ao menos lembrar das cartas do seu pai ou da marca negra em seu antebraço, que no momento, era coberta apenas pelo tecido do seu pijama de mangas longas.

Enquanto isso, Harry estava inquieto sentado sobre a cama. Sua mente estava uma confusão de pensamentos.

Odiava a sensação de perder o controle sobre si mesmo, sobre o que pensa, sente ou faz.

Já se sentiu assim diversas vezes, mas agora era diferente.

Era como um mar de sentimentos confusos, porém era estranho pois Harry não queria ir para a superfície, ele queria mergulhar mais, mais, e cada vez mais.

Porque era bom. Era vivo, único e viciante.

Seu peito queimava, seu estômago embrulhava, seu coração batia aceleradamente e suas memórias recentes apostavam corrida dentro da sua mente.

Talvez estivesse gostando de estar com Draco. Gostava de sorrir para vê-lo sorrindo, de rir para ouví-lo rindo sincero, de assistir todas as reações que o arrancava.

Harry fechou os olhos, respirando fundo e afagando o rosto em suas mãos, apertando seus fios de cabelos entre os dedos.

A imagem de Draco sentado sobre o sofá, trajando aquelas roupas completamente pretas, o encarando com atenção enquanto lhe ouvia falar, se formou em sua mente lhe arrancando um sorriso involuntário.

- Um grande idiota. - Ele riu consigo mesmo, deslizando os dedos presos em seus cabelos e respirando fundo ao pender a cabeça para trás, observando o teto do seu quarto. - Gato pra caralho, mas idiota. - Deu de ombros.

A essa altura, que problema havia em admitir para si mesmo que Draco Malfoy era ridiculamente bonito? Qualquer um em sã consciência pensava isso.

Ele consegue ser mais atraente, simplesmente existindo, do que muita gente que realmente se esforça para isso.

As roupas pretas do seu armário deveriam ser queimadas para o bem da saúde mental de qualquer um que já o viu caminhar pelos corredores vestido nelas.

All I Need - DrarryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora