HQiller ☂ [Muke Clemmings]

By marieclaire17

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Michael é um viciado em quadrinhos que tem algumas teorias a respeito do serial killer à solta em Sydney. A c... More

Chapter One
Chapter Two
Chapter Four
Chapter Five
Chapter Six
Chapter Seven
Chapter Eight
Chapter Nine
Chapter Ten
Chapter Eleven
Chapter Twelve
Chapter Thirteen
Chapter Fourteen - 1/2
Chapter Fourteen - 2/2
Chapter Fifteen
Chapter Sixteen
Chapter Seventeen
Chapter Eighteen
Chapter Nineteen
Chapter Twenty
Chapter Twenty One
Chapter Twenty Two
Last Chapter - Part 1
Last Chapter - Part 2
Season 2 - Coming Soon
Entrevista
Oi, de novo

Chapter Three

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By marieclaire17



Luke POV


Quase meia-noite quando Calum finalmente avançou no meu pescoço. Honestamente, ele até havia demorado bastante para fazer isso. Nós estávamos em seu apartamento, muito pequeno por sinal, atracados em seu sofá de couro marrom que fedia a sexo. Inclinei minha cabeça para lhe dar mais acesso ao meu pescoço, e mordi o lábio quando ele deixou um belo chupão no local.

"Calma, Cally" Pedi baixinho, num tom manhoso, ignorando o bolo em minha garganta ao usar o apelido ridículo. Calum riu contra minha pele, continuando seu traçado de beijos molhados e famintos pela região, e eu só conseguia pensar nos germes de sua saliva se espalhando numa trilha de cuspe. "O que eu devo fazer?"

Ele ergueu a cabeça quando fiz a pergunta, os olhos brilhando em excitação, e eu soube que estava fazendo tudo certo. Estávamos quase lá. "Você é tão puro, Luke. Tão inocente ..."

Sorri exibindo todos os dentes. O ato quase me doeu, mas ignorei isso também, porque o personagem deveria se manter firme o tempo todo. Era a regra do teatro para ser convincente. "Você me deixa nervoso." Eu disse, desviando meus olhos dos dele, como se estivesse sem graça. Calum riu, erguendo meu queixo e depositando uma mordida no local.

"Não fique."

Ele continuou explorando meu corpo. Suas mãos desceram até meu quadril, e ele nos girou de modo que fiquei em seu colo, encarando-o de cima. Meus olhos vagaram por seu pescoço, e imaginei se conseguiria estrangulá-lo ali mesmo, embora eu soubesse que jamais faria isso. Não era o momento certo, e eu não estava preparado - ainda. Mesmo um homicídio deveria seguir uma rotina.

Me inclinei sobre ele, com a intenção de capturar seus lábios, e me afastei logo em seguida. Calum emitiu algo muito semelhante a um gemido, mas consegui diferenciar. Ele não estava gemendo, e sim soluçando. Franzi a testa, sem entender absolutamente nada. "Calum? Você está bem?"

Ele retirou a mão de seu rosto, exibindo as lágrimas recém caídas que agora escorriam por suas bochechas morenas. O rosto estava vermelho feito um tomate, e o constrangimento foi evidente em sua voz quando disse "Acho que não, Luke. Eu preciso que você vá embora."

Engoli em seco. Será que ele descobriu?! "Eu fiz algo de errado?" Minha voz falhou apenas um pouco.

"Não! Não tem nada a ver com isso. É só que... eu já gosto de outra pessoa. E só consigo pensar nela nesse momento, e, porra, isso não é justo com você. Não devia ser, sabe." Ele me retirou de seu colo, e puxou uma almofada do sofá, afundando o rosto nela. "Sou um idiota."

Eu ainda não conseguia processar absolutamente nada. Aquilo não podia estar acontecendo. Não devia estar. "O quê?"

Ele soluçou ainda mais, o rosto na almofada, e senti uma imensa vontade de bater sua cabeça na quina da mesa de centro até que saísse sangue de seus ouvidos. Em vez disso, respirei fundo, para em seguida tocar suas costas gentilmente.

"Hey, Calum, não fica assim. Quer falar sobre isso?" Prolonguei o toque até que ele erguesse o rosto, os olhos já inchados do choro.

"Não. Eu sinto muito por isso, Luke. Mas você tem que ir. Não consigo olhar para você e não me sentir um completo trouxa nesse momento, e você não merece isso. Me desculpa, de verdade."

Me levantei ainda desnorteado, tentando ao máximo não perder a cabeça e estragar tudo. Parte de mim achava que o melhor era matá-lo naquele exato momento, mas a outra dizia que não. Ainda era cedo, e eu não estava preparado. Padrões, Luke, você deve segui-los toda vez.

"Não tem problema" Eu disse, forçando um sorriso meia boca em sua direção. "Me mande uma mensagem caso continue assim, okay? Posso trazer sorvete, ou algo do tipo. Sou experiente com fossas."

Ele riu levemente, enxugando o canto dos olhos de forma desajeitada. "Você é incrível, Hemmo. Mas acho que não pra mim."

Trinquei os dentes, caminhando na direção da porta, e fechando-a atrás de mim silenciosamente. Meus punhos se fecharam em fúria, e eu estava bem ciente de que isso não ficaria assim. De forma alguma.


[...]


Eram nove e quarenta e cinco da noite quando as portas automáticas da Summer Comic se abriram. Elas revelaram um ambiente até bem gelado, graças ao ar-condicionado, e senti meus braços se arrepiarem com a diferença de temperatura.

A loja estava vazia, o que era normal, se tratando de um dia de semana. Além do mais, faltavam apenas quinze minutos para o shopping fechar as suas portas. Tudo estava perfeitamente arrumado, e os vendedores já estavam mais do que preparados para darem o fora dali.

Calum não estava respondendo minhas mensagens, mas, analisando a cena de ontem, imaginei que o outro cara que o fez chorar era provavelmente o tal Ashton (o patético Smash), vendedor dessa loja. Toda a postura daquele loiro no dia em que nos conhecemos não havia sido em vão. E, se havia, ao menos ele me serviria de fonte de informações para encontrar Calum de novo.

Parei em frente a sessão da revista Detective Comics, observando as edições mais antigas, colocadas em prateleiras de vidro cuja proteção era ainda maior. Havia estantes de madeiras mais simples, porém quanto mais antigas, mais valiam as HQ.

Estava procurando a edição 58, em especial, porque era o único motivo pelo qual eu frequentava essa loja. Ela era extraordinária demais para ser lida pela internet, e baixada em sites piratas. Meu dedo indicador correu pelas prateleiras, e a encontrei perfeitamente limpa. Minhas mãos já sabiam a exata página em que deveriam parar, e não tardou até que a primeira imagem do Pinguim se destacasse entre as outras.

Meus dedos circularam sua figura pacientemente, admirando a visão por alguns instantes. Apesar de muito diferente de mim na forma física, éramos muito parecidos, nós dois. Ambiciosos, egoístas, até psicóticos. Houve um tempo em que a DC fazia jus ao vilão, retratando-o como um decente assassino sanguinário. Nas edições futuras, ele foi perdendo seu potencial, tornando-se mais um ladrão no mundo criminoso de Gotham, e futuramente um mafioso influente. Clichê, e completamente previsível.

Éramos muito semelhantes. Não havia limite que nos impedisse de subir até onde queríamos. Ainda que subir na vida fosse um desejo meu bem antigo, esquecido há muito. Agora eu compreendia que não se tratava de dinheiro nem nada do tipo. A vida não tinha sentido. Então, não havia sentido para se importar com as vítimas, tampouco com suas famílias.

Pisquei os olhos algumas vezes, recobrando a consciência. Meus dedos se afastaram da figura na revista, e a coloquei de volta no lugar, encarando a capa meio assustado. Ás vezes esse tipo de coisa acontecia.

"É ... você ainda vai usar essa?"

Surpreso, olhei por cima do ombro na direção do dono da voz rouca. Curiosamente, ele combinada muito com seu timbre. Cabelos tingidos de lilás, olhos de um verde claro, e um visual bem punk rock. Trajava uma calça jeans skinny preta, um coturno militar de mesma cor, e uma camiseta do Green Day. Aliás, uma boa escolha.

Neguei com a cabeça, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta, e dando meia-volta. Estava me preparando para procurar Calum ou Smash, e arrancar o máximo de informações possíveis de qualquer um dos dois. Ou, pelo menos, era o que eu pretendia, até que o garoto de cabelo tingido pegou a mesma edição que eu estava lendo, e colocou exatamente na mesma página em que eu estava. E quando esse tipo de coincidência acontece, é sempre bom conferir.

O observei com curiosidade por alguns segundos, até que ele ergueu os olhos da revista, devolvendo meu olhar. Ele desviou primeiro, mas apenas para me analisar de cima a baixo. E eu conhecia bem aquele olhar.

Quase rolei os olhos entediado. Tão previsível.

"Fã do Batman?" Perguntou, quebrando o silêncio entre nós.

"Talvez"

Minha resposta pareceu despertar ainda mais seu interesse, pois ele virou o corpo em minha direção, e finalmente reparei que eu era uns bons centímetros mais alto do que ele. Ainda assim, eu podia afirmar com certeza que ele era alguns anos mais velho.

"Então pode me ajudar" Seu rosto se iluminou, e ele avançou dois passos em minha direção, o que foi bem desconfortável. "Me dê uma maldita característica do Pinguim que não seja o terno!"

Dessa vez, rolei os olhos mesmo. "Nariz pontudo."

"Outra"

"Manco de uma perna."

"Não, cara!" Ele passou a mão pelos fios coloridos, parecendo frustrado. "Não são características físicas. Já anotei todas elas, e é inútil. Preciso de algo mais substancial."

Quase tão incondicional quanto o ato de piscar, eu respondi "Guarda-chuva."

"Mas que porra..." Seus olhos se arregalaram, e ele me encarou com tanta intensidade, que algo dentro de mim simplesmente acendeu. Era um olhar intimidante, e poucas pessoas me intimidaram com os olhos durante a vida.

Pus o piercing entre os lábios, e de repente me toquei de que estava flertando. E, que porra eu estou fazendo?

O garoto desceu os olhos até meus lábios, lambendo os seus próprios sutilmente. "Quantos anos você tem?"

Fiquei meio decepcionado por ele ter feito justamente essa pergunta. Era o que todos os pervertidos nojentos a quem tirei a vida perguntaram. Por um momento achei que ele fosse diferente do padrão, mas finalmente me toquei de que seria impossível. Ninguém é exceção, quando se trata da humanidade.

 Ainda assim, eu podia ganhar algo com ele. Nem que fosse uma dor na bunda, e a melhor noite da minha vida. Porque, porra, ele parecia o tipo do cara que sempre estava disposto a transar. E a parte minha que era quase tão humana quanto os outros gostava disso.

Antes que eu pudesse responder sua pergunta, ele me interrompeu, parecendo sem jeito.

"Okay, isso foi estúpido da minha parte. Não é como se a sua idade fosse fazer diferença. Sou Michael."

Senti minhas bochechas ficarem quentes, o que nunca aconteceu antes. Não deveria acontecer nunca. Ele estava saindo do padrão. Eu estava agindo diferente, e isso era simplesmente enlouquecedor.

"Luke."




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