Provocations | l.s

By larrygden

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Harry nunca pensou em se apaixonar por um garoto, ainda mais quando as circunstâncias eram inteiramente opost... More

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Dois
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Sete
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Dez
Onze
Doze
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Quinze
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Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Vinte e um
Vinte e dois
Vinte e três
Vinte e quatro
Vinte e cinco

Oito

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By larrygden

Harry 

Acordo com uma dor de cabeça terrível. Gemo colocando a mão em meus cabelos e deslizando para os meus olhos, esfregando. O quarto estava um pouco iluminado. Olho para o lado onde vinha a fraca iluminação e franzi o cenho. 

Eu não estava em meu quarto. 

Levanto sentindo minha cabeça doer ainda mais pela velocidade em que levantei, fazendo eu soltar outro gemido de dor. Estava doendo, e muito. Minha garganta estava seca pedindo água. 

Olho mais ao redor tendo a certeza que eu não estava em meu quarto. E ali, sentado, começo a recordar de todas as coisas. De ter chegado na festa de Logan. Das bebidas que eu tomava um atrás do outro. Das danças junto com Niall. Do momento que senti tudo girar e eu ter ficado totalmente bêbado. Do momento em que saí para fora para tentar me acalmar e das preocupações que me abalaram logo após. E de um garoto agachado ao meu lado oferecendo sua ajuda. 

Louis. 

Recordo do momento em que ele me levou para dentro de sua casa. Das minhas provocações à sua roupa e ao seu jeito. E do beijo. 

Do como ele conseguiu me manipular com sua língua em minha boca, me fazendo sentir calor por cada parte de minhas veias e de como ele conseguiu fazer minha mente ansiar por mais, como se meu corpo reagisse aos seus toques. 

Deus, eu lembrava de tudo.

E como eu iria explicar isso para Amberley? 

Para Zayn? 

Para mim mesmo? 

Eu estava alterado, mas sei que nada justificava o que fiz. Já estive em situações piores, mas nunca ao ponto de querer beijar um garoto. 

Porra, eu beijei um garoto. 

Eu beijei o Louis. 

E meu corpo reagiu, aprovou e quis mais. Até mesmo um cego poderia ver o quão meu corpo gostou. 

— Eu não acredito! — Digo para mim mesmo, passando meus dedos em meu cabelo, puxando-os. 

Queria gritar. Queria socar eu por ter feito aquilo, e queria socar Louis por ter cedido ao meu pedido. Eu queria arrancar meus cabelos com minhas próprias mãos, sentindo minha mente fritar de dor e angústia. 

Desejava um remédio para parar a dor. E queria um remédio para esquecer o que aconteceu ontem.

Saio da cama e caminho até o banheiro. Começo a procurar uma escova e pasta dental, encontrando na terceira gaveta da pia. Começo a escovar meus dentes e reparo o quão eu estava com olheiras terríveis e fundas. Meu rosto parecia um pouco pálido e eu sentia meu estômago levemente pedir por comida, tendo um mal estar no corpo por conta da bebida que ingeri demais. 

Lavo meu rosto assim que finalizo de escovar meus dentes, jogando água em meu cabelo, deslizando minhas mãos para o rosto. Pego a toalha pendurada ao lado do espelho e enxugo meu rosto, colocando no lugar novamente. 

Saio do banheiro, contudo, dou um passo para trás de susto ao ver uma moça no quarto. Ela vira seu olhar para encarar-me com um pequeno sorriso no rosto. Varro meu olhar para trás de seu corpo vendo uma bandeja de refeição. 

— Louis me informou sobre sua hospedagem aqui e vim trazer sua refeição. — Ela explica, mas isso não foi o suficiente para tirar uma carranca do meu rosto. — Ele também falou que você poderia estar de ressaca e dor de cabeça, então trouxe um remédio para a dor e maçã, já que dizem que ajuda muito para curar mais rápido a ressaca. — Explicou novamente. Contudo, nada que ela falava me importava, tudo que eu mais ansiava naquele momento era poder ir embora. 

— Agradeço sua gentileza, mas apenas irei ficar com o remédio. — Falo, com minha voz saindo receoso. 

Ela dá um passo para o lado, fazendo eu ter melhor visão dos alimentos. Embora eu esteja com fome, eu não iria comer, não ali, pois tudo que minha mente alarmava era para eu ir embora. 

E por algum motivo, eu não queria ver o rosto de Louis. Não naquele momento. Não ali dentro de sua casa. 

E do outro lado, eu tinha que ir, Anne já deve estar acordada e questionando onde eu estaria, sendo assim, ligaria para Niall, Zayn e Amberley para perguntar onde eu estava. Eu já podia sentir as dores de cabeça se formando por outro problema. 

No entanto, eu não poderia ficar parado e fazendo a hora do lanche. 

Aproximo até a bandeja procurando rapidamente o remédio, apanhando em minha mão assim que eu o encontro, pegando o copo de suco. Jogo o remédio em minha boca e tomo um gole do líquido gelado de laranja. Volto o objeto até a mesa. 

Apalpo meu bolso verificando se a chave do carro e o meu celular estavam ali. Estavam. 

E sem ao menos olhar para a mulher, retiro de sua frente, indo até a porta. Entretanto, paro assim que coloco minha mão na maçaneta para abrir definitivamente mais a porta. 

— Diga para Louis…— A mulher vira seu corpo, me olhando, esperando que eu continuasse com minhas palavras; mas eu simplesmente me calo, olhando sua feição calma e pedindo silenciosamente que eu dissesse. 

Por mais que eu dissesse que aquilo foi um erro, ele não era idiota o suficiente para não perceber isso. E por mais que eu abrisse meus lábios para querer dizer, eu simplesmente não podia. 

— Nada. — Falo. 

Abro a porta e saio do quarto, apressando meus passos para a escada, tentando lembrar a trajetória até a porta principal, não sendo difícil de encontrar, já que ficava quase de frente com a escada. 

A casa estava em silêncio, como se não tivesse ninguém. Diferente de minha mente que parecia explodir dentro de minha cabeça, que aos poucos parecia me torturar gradualmente. 

Saio de casa, apressando meus passos no enorme jardim, andando na trilha que ia até o portão. Quanto mais rápido eu sair daquela casa, menos sufocado e angustiado eu ficaria. 

Céus, o que deu em minha cabeça? 

Não era apenas o beijo que estava me trazendo preocupação, mas o fato de eu ter dormido ali e ter abandonado todos a noite passada, sem ao menos dar um único aviso. 

— Harry? — Ouço alguém me chamar atrás de mim. 

Eu sabia quem era. Eu já podia reconhecer aquela voz fina. 

Paro de andar abrupto, virando meu corpo e encontrando-o correndo em minha direção. 

Umedeço meus lábios ao senti-lo secos e ainda pedindo por água, enquanto assisto o garoto se aproximar de mim. E, assim que ele se aproxima alguns passos, ele começa a andar mais devagar, parando em minha frente.

Olho em seus olhos esperando ele falar, mas ele se manteve alguns segundos calado, tentando recuperar seu fôlego. 

— Sua cabeça está melhor? — Ele pergunta, com sua voz em um tom normal e um pouco ofegante.

Assenti, calado.

— Zara falou que você não queria tomar café da manhã. — Comentou. 

Assenti, calado. 

Não sabia o que falar, como reagir ou o que fazer além de olhá-lo e responder suas perguntas com leves balançar de cabeça. 

E por mais que eu tentasse formular uma única palavra em minha mente, parecia recusar. 

— Tome mais cuidado na hora de ingerir bebida alcoólica. — Suas palavras pareciam mais para um aviso.

Travo levemente meu maxilar. Céus, eu sabia que ele não queria falar sobre isso. Seu olhar, o modo como seus ombros estão levemente encolhidos já dizia tudo. E antes mesmo que ele pudesse criar outra situação, eu o interrompi. 

— Olha, o que aconteceu ontem…

— Esquece, Harry. — Ele sorriu genuíno. Tão genuíno que foi inevitável não levantar minhas sobrancelhas surpreso. — Você estava em um momento vulnerável. Eu entendo. — Sua voz saiu despreocupada, como se aquilo não tivesse motivos para se preocupar, de fato. 

E ele não parecia abalado, zangado e tampouco constrangido. Ele parecia normal. Neutro e sereno. 

— Ok. — Digo, não sabendo ao certo se era aquilo realmente que eu queria dizer ou se de fato era daquela forma que eu queria reagir. 

Olho em seus olhos por trás da lente de grau de seu óculos e dou um passo para trás, virando meu corpo e saindo dali. Passo pelo portão que tinha alguns homens arrumando e vou até em meu carro, que estava do outro lado da rua, mas de frente com a casa de Logan. 

Adentro no carro e observei a casa de meu primo. Estava uma bagunça. Copos por todo o lado do quintal, com sacos de alimentos e garrafas. Ao fundo, dava para ver alguns funcionários começando a limpar, colocando todos os copos e garrafas dentro de um saco preto, enquanto outros varriam.

Coloco minha chave na ignição e ligo o carro. Durante o caminho, ouvi meu celular tocar e eu poderia imaginar quem poderia ser. Anne. 

Pego meu óculos de sol no porta-luvas e coloco em meu rosto, enquanto uma música um pouco agitada tocava na rádio do carro com o volume baixo. A dor de cabeça parecia amenizar um pouco por conta do remédio, tendo meu estômago reclamando ainda mais por alimento. 

A rua estava calma, e o sol lá estava intenso, mas ainda sim, poderia sentir o ar quente e bom do sol. 

Repetidamente, meu celular retornou a tocar. Bufo. Eu não iria atender. Não estava disposto para isso. Não estava disposto a ouvir ninguém. Tudo que eu queria era chegar em casa, comer alguma coisa e tomar um belo banho.

E, ao chegar perto de minha casa, o celular volta a tocar de novo, fazendo eu odiar momentaneamente aquele som  que adentrava em meus tímpanos me trazendo uma pequena raiva e incomodação. 

Apalpo meu bolso e pego o aparelho. Olho para a tela vendo o nome “Amberley” visível. Suspiro. Coloco o aparelho no painel, deixando tocar. Em outro momento eu falaria qualquer coisa que fosse com ela, mas não naquela hora. 

Estaciono o carro na garagem, agradecendo internamente por ter chegado. Tiro a chave e coloco em meu bolso juntamente com o celular, abrindo a porta do veículo e se retirando, permanecendo com o óculos em meu rosto. 

Indubitavelmente minhas olheiras estavam terríveis. Meu rosto não estava muito aceitável, indicando que passei a madrugada toda bebendo que mal tive tempo de dormir. 

Sendo que, hipoteticamente, passei minha madrugada embriagado e dormindo na casa de Louis. Merda. 

Droga, suas palavras ainda estavam em minha cabeça, por mais que eu tentasse evitar. Por mais que eu tentasse aceitar ou, até mesmo, negar.

Passei pela sala e fui até a cozinha, encontrando Grace de costa na pia. Caminhei até a geladeira e abri e de escanteio vejo a mulher me olhar. Pego uma jarra de suco. Vou até a pia ao seu lado e pego um copo, enchendo-o logo em seguida. 

— Ela está uma fera? — Digo. Bebo um pouco de suco. Não era necessário olhar para a mulher ao lado para saber que estava confirmando. 

Entretanto, olho para Grace. Ela nega. 

— Não. —Disse. — Na verdade ela acordou, perguntou se você chegou e eu respondi que não, então ela simplesmente foi tomar o café da manhã. 

Retornei o copo para a pia e tirei meu óculos. 

— Ela está lá ainda? — Questiono, não querendo transparecer minha estranheza. 

Ela anuiu. 

Deixo o copo em cima da mesa e retorno a jarra de suco na geladeira. Caminho até o cômodo ao lado, com os passos calculados e sem pressa. 

Adentrei no cômodo e na pequena mesa no canto coloco cuidadosamente meu óculos e a chave do carro, fazendo um pequeno barulho. Anne me olha, mas desviou o olhar para o seu jornal. Ando até uma cadeira vazia, sentando em sua frente. Assisto o momento que ela vira a folha do jornal, como se aquilo fosse mais importante naquele momento. 

Desviro o prato e começo a pegar algumas coisas para alimentar-me. 

— Você está bem? — Digo colocando uma pequena quantia de café na xícara. 

Ela deu de ombro. — O banco está recebendo mais aumentos de conta e as ações estão subindo, gerando mais lucros. — Ela começa, mas sem desviar seu olhar da folha. Ela não queria olhar para mim. Ela não queria se irritar. — A empresa está ganhando uma porcentagem equivalente grande para o gráfico nos últimos meses, ou seja, estamos mantendo estável e sendo considerável uns dos melhores bancos. Então posso dizer que sim. — Ela dobra seu jornal, colocando ao lado de seu prato. Anne me olha. — Mas não estou, Harry. 

Engulo meu café, perdendo total minha fome. 

— Eu sei que…

— Você realmente se importa com minha preocupação em você? — Ela me interrompe, franzindo o cenho. — O meu problema não é você sair, é você não me avisar! Agora você me avisa que iria sair, mas esquece de me avisar que iria dormir fora. Acordei diversas vezes na madrugada para me certificar se você tinha chegado, mas nem uma ligação e tampouco sua presença. — Ela diz. E sua voz não parecia estar zangada, e sim decepcionada. Decepcionada comigo. — Você pode achar ridículo uma mãe se preocupar com o filho…mas eu tenho medo de algo acontecer com você. Que saco, Harry! — Ela diz as últimas palavras baixinho. 

Ela fica alguns segundos calada. Eu sabia que ela estava tentando se controlar. 

— Me diga, Harry, tem alguma coisa errada comigo? — Ela retorna a me olhar. 

Engulo seco. Era a primeira vez que eu a vejo assim, parecendo perdida com suas próprias emoções e seu olhar parecendo desesperado. Seus ombros estavam tensos e sua expressão ainda continuava intacta. 

— Não. — Murmurei. 

— Então eu não sei o porquê estou merecendo isso. — Fala. 

Seus ombros se relaxaram e sua expressão decepcionada parecia gradualmente sumir e seu cenho franzido se desfez. Ela inclinou seu corpo um pouco para trás, se ajeitando melhor na cadeira, apanhando seu jornal novamente. 

— Espero que isso não se repita e eu não vou ficar avisando Harry! — Sua voz saíra calma. — E vai tomar um banho porque você está cheirando a álcool fermentado. 

… 

Durante a tarde, minha mãe saiu, contudo, ela ainda aparentava estar brava comigo, sem tocar nenhum assunto a mais desde o café da manhã. Então decidi ficar em meu quarto, para evitar qualquer situação. 

Após tomar o café da manhã, tomar banho e dormir, Amberley me ligou e acabei atendendo. Expliquei o que tinha acontecido a noite anterior, já que ela questionou sobre isso. Proferi o que eu tinha feito após ter saído da festa, mas, evidentemente, menos sobre o beijo, argumentando que apenas Louis me levou para sua casa e deixou-me dormir lá até me sentir melhor para partir. E ela cedeu.

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Honestamente amo vocês e peço pra vcs terem paciência comigo kkk. E hoje vou fazer atualização dupla.

Pra quem não sabe, eu imagino o Harry na era fratboy e o Louis de 2011 (quando ele usava aquele óculos quadrado e fofo) e acho eles tão fofos assim juntos KKKK, pena que não tem muitos manips deles dois juntos dessas eras.

Até daqui a pouco ;)

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