When you met me in detention.

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Depois de muito aprontar na escola de Wassed, Harry Styles tem seu plano de acabar com a olimpíada anual - de... More

primeiro.
segundo.
terceiro.
quarto.
quinto.
sexto.
sétimo.
oitavo.
nono.
décimo.
décimo primeiro.
décimo segundo.
décimo terceiro.
décimo quarto.
décimo quinto.
décimo sexto.
décimo sétimo.
décimo oitavo.
décimo nono.
vigésimo.
vigésimo primeiro.
vigésimo segundo.
vigésimo quarto.
vigésimo quinto.
vigésimo sexto.
vigésimo sétimo.
vigésimo oitavo.
vigésimo nono.
trigésimo.
trigésimo primeiro.
trigésimo segundo.
trigésimo terceiro.
epílogo.

vigésimo terceiro.

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comentários visse... me incentivam muito...

•••

Harry gostava da sensação de ter Louis por perto. Gostava da sensação que o rapaz passava através de suas ações, palavras e toques. No entanto, Harry sentia-se extremamente inútil por nunca conseguir retribuí-lo. Ele nunca conseguiria, nunca. Nem mesmo caso se esforçasse o suficiente para conseguir lhe dizer que gostava dele, porém não sabia se era da mesma forma que recebia. Sentia que todo aquele carinho e afeto era extremo, o extremo o bastante para que seu interior denunciasse seu desespero e seu sentimento de incapacidade, sentia-se incapaz de receber tudo aquilo. Edward não acha que realmente mereça os sentimentos que recebe de Louis.

Era natural que ele se sentisse daquela maneira, principalmente depois de ter discutido com William por uma fala insensível de sua parte. E o acastanhado estava certo, obviamente estava, quando corrigiu Harry. E aquilo não era recente, Louis já corrigiu o garoto inúmeras vezes. Incontáveis vezes, e sequer eram necessárias porque Harry é um jovem de dezoito anos completos, não necessitava de um rapaz de sua idade o corrigindo. Embora quase nunca pensasse antes de dizer algo, sempre percebia o tamanho da besteira que estava a dizer enquanto falava, por esse motivo optava pelo silêncio.

Sabia que se ficasse em silêncio não machucaria ninguém. Ficar em silêncio o rendia momentos ponderativos, o que o incomodava, era visível que, mesmo estando em um absoluto silêncio, Harry não conseguia permanecer totalmente quieto. Ou estava desenhando, ou planejando seus desenhos, odiava passar muito tempo sem entreter-se com algo. Alguns pensamentos eram como alavancas rachadas, fraquejadas pelo tempo, mal necessitavam de um leve impulso para que soltasse toda aquela enxurrada de acontecimentos passados, que Styles odiava resgatar. Mesmo que fossem lembranças boas, ele não gostava de relembrá-las, porque a saudade o machucava, o amor que sentiu por sua mãe o machucava.

Machucava porque ele tem certeza de que seu amor não foi o suficiente para Arabella.

E porque ele tem certeza de que não seria o suficiente para Louis.

Então Edward sequer deixava a possibilidade de algum dia amar William passar por sua cabeça, porque seu amor não o faria ficar. Seu amor é fraco. Era fraco. Facilmente comparável à uma pétala solitária e murcha, tão frágil que apenas um sopro rasgou-a, mas ninguém realmente se importou com aquela pétala rasgada. Porque o fariam quando haviam outros lindos e vivos arranjos de flores postas sob um balcão de uma linda floricultura? Porque se importariam justo com a única pétala murcha e rasgada?

Às vezes, era normal que o garoto se sentisse como um imenso mar, não tão cristalino quanto das imensidões agitadas de Louis, mas bom visivelmente e suficiente para que visitantes o adentrassem, mesmo que nunca quisessem propriamente mergulhar e procurar por seus tesouros. Embora Harry também ache que, caso algum dia, alguém tenha coragem o bastante para mergulhar em suas águas, nunca encontrará um coral bonito e habitável sequer...

Seus olhos passeiam cansadamente pelo teto cinzento de seu quarto, perdendo-se nas pequenas estrelas "brilhantes" coladas na tinta. Elas já não brilhavam tanto quanto faziam no dia em que foram colocadas no local, mas mesmo que deixassem de iluminar umas as outras, Edward continuaria a admirá-las. Ele têm uma prancheta em seu colo, segurando uma folha de papel sulfite e em branco - não totalmente, pois há traços inacabados desenhados nela. Também há um biquinho em seus lábios, o garoto sente falta de Louis, por mais que tenha conversado com o rapaz por mensagens de textos há menos de três horas.

Harry também pega-se pensando sobre o quanto vêm mudando desde o início do ano letivo. Não sabe se as mudanças o fizeram mal ou bem, porém se sente estranho, não como se estivesse errado, mas como se não se reconhecesse mais... Aquilo era ruim? Ele não gostaria que fosse.

- Não irá jantar, Harry? - Scott bate na porta, mas não adentra o cômodo, permanece atrás da barreira de madeira. O garoto deixa seus desenhos de lado, assentindo, mesmo que soubesse que seu pai não o veria concordar.

Ele desce para a cozinha em silêncio, apoiando-se no corrimão da escadaria, inspirando o agradável cheiro de purê, sorriu quando assistiu Cillian caminhar de um lado para o outro na copa, vestindo um avental sujo de ingredientes e temperos, segurando uma travessa de carne e molho de tomate. Harry prometeu para si mesmo que não deixaria nada estragar sua noite.

— E não é que você desceu sem reclamar!? - O homem diz, contendo um sorriso, enquanto ajeita o vidro quente sobre a toalha da mesa. Harry assente quietamente, sentando-se em uma das cadeiras próximas à travessa, observando atentamente os movimentos ágeis de seu pai ao organizar todos os itens necessários para o jantar.

O cacheado inclina sua cabeça para o lado – provocando a inclinação de seus cachos manualmente moldados – quando Scott deixa um recipiente plástico próximo aos copos, seu cenho é franzido pela curiosidade e logo ele pergunta: — O que é isso? - Aponta para o recipiente.

—Creme de alho.

— Especialidade da casa. - Cillian complementa a fala do marido, enquanto retira o avental e o apoia no encosto de madeira da cadeira, sentando-se na almofada do assento em seguida.

Harry entreabre seus lábios, quase frustrado por lembrar-se da receita de sua mãe, então resolve engolir o choro preso em sua garganta, movimentando sua cabeça para cima e para baixa, em concordância com seus pais. O garoto observa as ruas iluminadas – pelos postes de iluminação pública – da cidade, as calçadas vazias e o som alto da chuva que caía sobre Wassed, molhando os asfaltos e agitando o mar. Por mais que não morasse próximo ao mar, sabia que estava agitado, principalmente por conta da Lua. Louis havia lhe contado detalhadamente sobre cada fase da Lua. Também havia se aprofundado nas constelações e na chuva. William comentou também que a chuva lembrava Edward, pois mesmo que houvesse uma previsão dada pouco antes do fenômeno, nunca tinham certeza de qual seria a intensidade da chuva, nem mesmo o quão forte ela cairia ou se alagaria uma cidade inteira. Harry foi tolo o suficiente para dizê-lo que não havia o entendido.

— Harry, ajeite essa postura na mesa. - Scott toca suas costas e seu ombro, ajeitando toda sua postura e senta-se ao seu lado. O garoto bufou descontente, mas de maneira imperceptível, tentando evitar o início de uma discussão ali, na mesa do jantar.

— Suas férias estão a acabar e você não fez absolutamente nada, sequer tomou um banho no lago do jardim. - Cillian serviu o prato do filho, deixando-o em frente ao cacheado, que o encarava com a expressão mais entediante possível no rosto.

— Eu saí sim, mas vocês não estavam em casa, não achei necessário avisar por mensagens que estava saindo.

— Passe um dia sem ser mal educado, veja quanta coisa mudará na sua vida. - Scott intromete-se na conversa, despejando pouco do líquido amarelo e doce em seu próprio copo. Styles sorri desacreditado, cruzando seus braços e arqueando suas sobrancelhas, de forma que – visivelmente – desafiasse seus pais.

— Eu não fui mal educado. Tentei manter uma conversa normal com vocês, mas, como sempre, não deu. Porque vocês sempre arranjam um jeito de fazer com que essa porra se torne difícil para mim. Se vocês não querem que eu atrapalhe o horário da refeição, me avisem que eu evito descer. Isso cansa, que merda, parece que estão me mantendo nessa casa por pena. - Harry levanta-se da mesa, empurrando sua cadeira para baixo da mesma. Embora estivesse extremamente irritado, agia de maneira calma, não demonstrando seus verdadeiros sentimentos, até porque caso o fizesse seria motivo de deboche, e ele realmente não gostaria de passar por uma situação vergonhosa como essa.

— Não adianta tentar, Harry. Acredite, nós já o fizemos, mas você é impossível. - Cillian diz, parece calmo, ou talvez esteja apenas se controlando para não surtar e deixar um tapa no rosto de seu filho.

— Eu já aceitei isso, o que você vai dizer mais? Que eu sou um viciado? Um doente? Ah, existem tantos nomes que às vezes eu me esqueço. Por favor, me lembre. Acho que as drogas afetam a minha cabeça. - Tocou sua têmpora com a ponta de seu dedo indicador, encarando fixamente seu pai, assistindo o mesmo sorrir, pousando seus talheres sobre a louça de porcelana.

— Eu não sei aonde falhei em sua educação, mas creio que não pode ser reversível. Como você consegue? Sabe que nunca tentou Harry, você sabe que nunca o fez. Desde o meu casamento com Scott. Você implica com ele, diversas vezes bateu a porta na cara do meu marido e gritou inúmeras vezes que ele não era seu pai-

— Óbvio que eu fiz isso. O Scott não tem direito nenhum de se meter em assuntos que são voltado à minha mãe, ele nunca a conheceu, não se faça de idiota!

— Eu sou o seu pai e você vai me respeitar querendo ou não, Edward. Eu também me sinto cansado por ter de aturá-lo com essas discussões infantis em todas as refeições que tentamos lhe incluir. Qual é o seu problema, Harry? Por que você não pode ser normal? Ou pelo menos fingir ser, huh?

Harry suspirou em choque, engolindo sua saliva a seco, propriamente sentindo o ardor de seus olhos, tendo certeza de que estava prestes a chorar na frente do homem que o insultou como um desconhecido. Afinal, era isso que ele era considerado por seu pai, aparentemente. Um desconhecido.

— Bem, se você houvesse optado por tê-lo acompanhado - aponta para Scott, ainda sentado à mesa, com uma face nada agradável ou compreensível —, ao hospital no dia em que fodeu com a nossa vida, eu poderia ter sido deixado lá. Seu filho morrer preso em ferragens não parece uma ideia tão assustadora agora, parece? - Edward questiona, voltando a desafiar seu pai, com uma de suas sobrancelhas arqueadas e seus braços ainda cruzado, porém desta vez ele não pode esperar para saber qual seria a reação de seu pai.

Desta vez foi algo inesperado - porém nem tanto - para o momento em que se encontravam.

Cillian desferiu um tapa na bochecha do filho. O som do estalo foi tão alto que pôde cobrir a voz raivosa, também acoplada com o grito de Cillian. Harry, por sua vez, permaneceu estático, totalmente sem reação. Seu rosto estava inclinado para o lado, como consequência da ação de seu pai.

Suas bochecha ardia, queimava como uma chama ardente de fogo posta ali, e não era no bom sentido. Não ardia como fazia quando Harry tinha a oportunidade de ouvir coisas bonitas sobre si vindas de Louis, não chegava nem perto daquela sensação. Não doía apenas por tê-lo machucado externamente, mas sim internamente. O doía porque era seu pai ali. Era a pessoa que deveria apoiá-lo desde o princípio. Mas ele nunca o fez.

Ao sentir se rosto ser golpeado, Harry agarrou-se ao encosto da cadeira, inserindo seus dedos entre as aberturas da cadeira, a madeiras do assento era coberta por tecidos almofadados, o que ajudou a fazer com que as pernas do garoto não vacilassem e seu corpo não se desiquilibrasse.

Seus cachos pareciam pesar mais do que o usual, eles cobriam metade de seu rosto, por conta do forte impacto contra a mão de Cillian. Mas aquilo chegava a ser quase imperceptível, principalmente quando a frustração tomava conta de todo o seu corpo.

Era um misto de emoções, sinceramente. Harry nunca se sentiu tão magoado, chateado e frustrado em sua vida.

Talvez tudo aquilo realmente fosse sua culpa.

Talvez sim. Não haviam outras respostas. Uma pessoa que não tem culpa das consequências de uma ação que não teve não deveria sofrer por elas.

— Você perdeu toda a sua razão, Cillian. - Scott é direto ao dizer, levantando-se da mesa e agarrando nos bíceps do marido, o puxando com certa placidez para trás, enquanto Harry ainda digeria tudo o que havia acontecido em poucos minutos. — Venha, Harry, suba para o seu quarto. - O loiro tocou levemente no rosto do mais novo, retirando os cachos que cobriam boa parte de sua visão e tocando no braço do mesmo, ainda inclinado na cadeira.

Harry estava tão aéreo que mal pensou em sequer retribuir seu pai com palavras duras ou ofensas. Obviamente não se rebaixaria ao nível do homem, não o desrespeitaria de tal forma, retribuindo o tapa. Estava apenas atônito demais para pensar nisso.

Ele sorriu enquanto subia os degraus, atraindo o olhar confuso de Scott. Sorriu ainda desacreditado, passando sua mão gélida por sua bochecha fervorosa, sentindo o inchaço e a quentura presente em sua pele. Era só... Inacreditável.

— Não deveria ter falado aquilo para seu pai. - Scott murmura, abrindo a porta d quarto do garoto, assistindo o mesmo se encostar no batente branco e gelado da porta, aparentemente o impedindo de adentrar o cômodo.

— Pode descer para defendê-lo e rir de mim junto a ele. Não preciso de sua companhia.

— Claro que não, Harry. Você é independente, não precisa de nada nem de ninguém, estou certo? Todos te machucam. Ninguém nunca é bom o suficiente para você. Quanta crueldade das pessoas, não? - Ironiza, amarfanhando seu cenho, controlando um sorriso zombeteiro.

Harry jogou sua cabeça para trás, o xingando mentalmente, também em sussurros, voltando a encará-lo logo em seguida, tentando não deixá-lo ver seus olhos marejados. O garoto assente para a frase que acabou de deixar a boca do homem. Concordando com aquilo, mesmo que saiba que boa parte seja mentira.

— Sim. Você está certo. Mais do que certo. - O responde à altura, batendo a porta na cara do homem em seguida, evitando chorar enquanto percebia a presença de Scott em pé, atrás da porta de seu quarto.

Harry discute mentalmente consigo. Aquela não havia sido a primeira vez, no entanto havia doído mais do que a primeira. Também discute consigo por ser tão idiota e ainda ter esperanças de que algum dia aquilo mudaria. Porque ele sabe que não vai.

[...]

.

Cartas são lembranças.

Muitas das vezes você recebe cartas quando alguém distante lembrou-se de você. Geralmente elas vêm com selos adesivos, pequenas estampilhas coloridas coladas na extremidade de um cartão postal. Louis os adorava, colecionava centenas deles. Tinha uma caixa de biscoitos caseiros já devorados lotada com os selos empoeirados e sujos. Há tempos desde a última vez na qual guardou algum estampilho lá.

Louis cansou.

Era difícil dizer isso. Era como quando criança. Foi difícil aceitar que já não tinha mais tanta vontade de entrar na água do mar, ou pular pequenas ondas na areia junto à sua mãe. Quando ia para praia e sua única vontade era ficar sentado naquelas caras cadeiras de alumínio, bebendo uma lata inteira de refrigerante enquanto seus pais insistiam para que ele fosse jogar - pelo menos - uma partida de vôlei.

Mas fazia parte, então isso é o que é, e as coisas não podem mudar.

Tomlinson suspirava pesadamente enquanto retirava o lacre da carta que havia recebido há horas, tentando focar-se somente na abertura do material e não no burburinho alto que ocorria atrás de si. Estar na casa de Calvin requisitava sempre de muito esforço mental, principalmente para aturá-lo chorando por conta de discussões bobas que houveram com Hunter. Louis tornava-se o conselheiro oficial do amigo em momentos como esse. Era engraçado, porque Hunter geralmente era a que pedia desculpas primeiro.

No momento eles estavam "comemorando" algo estúpido, que não havia a necessidade de ser comemorado, mas mesmo assim estavam o fazendo. O acastanhado ficou feliz em não ter de ler nenhum texto com palavras vazias e mentirosas acompanhadas de uma caligrafia bonita. Então ele apenas retirou o dinheiro guardado dentro do papel e o guardou em seu bolso, deixando a carta sobre a cabeceira da cama de Calvin.

— Vamos ao karaokê! Faz tanto tempo que não aproveitamos uma noite assim juntos. Sempre há algo para nos atrapalhar. - Schafer diz, parece verdadeiramente animada, ela segura uma lata de energético, enquanto tem seus pés sobre o colo do namorado. — Agora você não pode dar a desculpa de que não que faltar na aula Louis.

O mais velho entre os amigos sorri, virando-se para eles enquanto pisca calmamente, fitando as expressões esperançosas deles. Chegava a ser cômico, pois todos esperavam algum tipo de autorização de Louis para saírem em grupo.

William assentiu, levantando-se do tapete e tirando seu celular do bolso. Sua primeira ação foi: enviar uma mensagem de texto para Harry, o convidando para sair. Também perguntando-se sobre como o garoto estava, considerando que não respondeu sua última mensagem, enviada na noite anterior.

Harry conseguia esconder suas emoções com imensa maestria, e Louis já citou isso inúmeras vezes. No entanto, não era possível vê-lo para dizer que o garoto estava a esconder sentimentos ou emoções. Porém Tomlinson se sente angustiado apenas por pensar em ter Harry sofrendo.

— Chamei o Harry para ir conosco, tudo bem para vocês? - William questiona placidamente, balançando o celular seguro entre seus dedos, logo voltando a encarar seus amigos.

— Claro, cara, ele faz parte do nosso esquadrão agora. - Luke o responde simplista, retirando mais uma bala do pacote e jogando em sua boca.

O ambiente é quente, no sentido literal, há uma lareira acesa, assim como música alta e bebidas ainda lacradas. A casa de Calvin era sempre uma zona quando eles se reuniam.

— Bem, estou indo para casa me arrumar, podemos nos encontrar na festa, sim?  - Schafer sugere, retirando seus pés do colo do namorado e pondo-se de pé, logo levando suas mãos para sua cintura, tendo um largo sorriso sem dentes exposto em seu doce rosto.

— Sim, eu acho que irei de moto, então tenho que ir para casa e confirmar se o Harry vai mesmo. – Louis espera que vá.

— Certo, nos encontramos lá às nove. Vou ligar e reservar uma mesa para seis. - Hunter diz, vestindo seu casaco de couro artificial, e logo deixa o quarto, cumprimentando a mãe de Calvin antes de descer as escadas. Louis vai logo trás de sua amiga, despedindo-se da mesma na calçada do sobrado, aguardando até que a garota entre no carro de aplicativo para seguir seu caminho.

.

Harry certamente não negaria que sorriu em frente ao espelho enquanto lia o convite de Louis.

Por coincidência estava a sair do banho. O vidro do espelho estava embaçado por conta da vaporização da água, assim como o box do banheiro. O esverdeado estava descalço sobre o tapete felpudo posto no solo, ao mesmo tempo em que seu corpo estava enrolado por uma toalha branca e aquecida, e seus cachos estavam encharcados, ainda sem o formato ondulado natural. Seu rosto estava vermelho como consequência da temperatura da água. Era odioso se olhar no espelho e ver aquelas marcas esbranquiçadas e inchadas todos os dias. Harry as odiava mais do que qualquer outra coisa. Embora tenha passado um pouco tempo as observando depois que Louis beijou-as.

Xingou-se em voz alta pela animação idiota e por passar mais tempo que o necessário em frente ao espelho, agarrando seu roupão e o vestindo mesmo durante o caminho para seu closet.

Sua bochecha ainda se encontrava vermelha, e aquilo o incomodava. Todas as vezes nas quais sentia e/ou via aquela nova marca se fazendo presente ali sua raiva aumentava consideravelmente, se sentia no direito, até porque haviam dois dias desde o ocorrido, e Cillian sequer olhou em sua face ou fez menção de se desculpar.

Edward chacoalhou sua cabeça em desatenção, confirmando sua presença nas mensagens diretas de Tomlinson. Sorria feito bobo enquanto escrevia "estarei pronto em 30 min", mordendo seu lábio inferior, totalmente aéreo. Se achava um completo idiota. Mas estava sozinho, não precisava esconder o quão bobo era.

Enquanto procurava por uma roupa decente dentro de seu armário, Harry encontrou um casaco jeans que sua mãe usava com frequência. Quis chorar com aquilo, pois odiava lembranças – tinha medo de pensar muito sobre elas e acabar se afundando naquilo –, Harry tinha certeza de que se resgatasse memórias de Arabella em sua mente entraria em um estado nada agradável, e ele não cita isso como um breve aviso. A última vez na qual pensou em sua mãe e resgatou boas memórias junto a ela, Harry teve a experiência agradável de uma – quase – morte. Pensou que a reencontraria, mas acordou em um hospital, com paredes brancas e sopas sem sal. Era óbvio que Cillian, ao invés de ajudá-lo, discutiu e brigou com o garoto, embora tivesse apenas dezesseis anos na época, estava sendo tratado como um homem de trinta anos que não sabia quais seriam as consequências de um suicídio.

Styles pegava-se pensando sobre como as coisas passavam.

As feridas se cicatrizam com o tempo, mesmo que você não esteja cem por cento para seguir em frente, elas ainda estão ali, sendo cicatrizadas ou cobertas por uma casca amarronzada, que logo será arrancada, fará com que sua pele sangre, mas volte à coloração normal em questão de poucos dias. Você sempre se recordará de como aquele machucado foi feito, mas nunca de quanto tempo levou para ser cicatrizado. Algumas dessas feridas deixam marcas eternas. Marcas que você nunca quis ter, mas infelizmente carrega consigo.

Harry pensou que nunca fosse verdadeiramente melhorar. Pensou que fosse se afundar cada vez mais na depressão. E sinceramente? Ele não sabe como conseguiu arranjar forças para sair de sua cama e começar o segundo ano de seu ensino médio. Não havia ninguém ali por ele. Harry nunca teve amigos, o que com certeza era uma merda, pois tinha em mente que ao chegar na escola não teria uma figura fraterna sequer para poder compartilhar suas tristezas ou pedir um abraço. Era uma merda porque ele não gostaria de parecer a vítima da história, até porque sempre fez por merecer; tratando as pessoas com grosseria e literalmente as espantando. Mas também era uma merda não ter tido uma figura paterna durante sua adolescência. Embora Lois fosse a pessoa que o faz levantar da cama, hoje em dia.

Às vezes Harry também se pega pensando em como seria sua vida caso tivesse pedido para seu pai o deixar em uma clínica. Talvez nunca tivesse conhecido Louis... O pensamento faz o estômago de Styles se revirar. Mas como pensado anteriormente, ele não gostaria de mudar. Tinha medo de melhorar e se apegar à vida... Coisa que ele realmente não quer.

Quando já ponto, Harry deixou seu quarto em passos pesados, deparando-se com seus pais sentados no grande sofá da sala de estar.

Ele os ignora, atravessando toda a habitação e chegou à porta de entrada, tocando na maçaneta gélida, pronto para forçá-la para baixo e deixar a casa, quando foi chamado por Cillian.

— Onde pensa que vai, mocinho? - Ótimo, vamos fingir que nada aconteceu.

O cacheado gira seus calcanhares no chão, com certa irritabilidade, fitando o mais velho com seus olhos e punhos cerrados. — Não que isso seja de sua conta, Cillian, mas eu vou sair com uns... Amigos. - Harry demora para respondê-lo, parece travar no momento em que pensa na palavra, para enfim dizê-la.

— Amigos? - Sorriu ladinamente, encarando o filho com um olhar duro. — Ou jovens traficantes que você se junta para se drogar?

Edward se controla para não gritar com seu pai e, felizmente, antes que pudesse fazer ou dizer qualquer coisa, ele escuta a buzina da moto de William ao lado de fora de sua casa. Ele agradece ao Universo por aquilo, e então encara seu pai por uma última vez antes de sair, mandando-o ir se foder.

— Vamos logo. - O garoto cumprimenta Louis de uma maneira um tanto quanto grosseira, tomando o capacete esticado para si e o colocando em seguida, parecia ligeiramente assustado, e Louis percebeu isso.

— Terei o privilégio de saber o que aconteceu? - O mais velho questionou, aguardando Harry se ajeitar na garupa da motocicleta, enquanto abraça fortemente sua cintura e apertava suas pernas em torno de seu quadril.

— Nada aconteceu. Eu só quero chegar logo ao karaokê. - Harry nega, mentindo. É nítido, e ele claramente demonstra isso. Quer que Tomlinson insista, embora nunca vá admitir para si mesmo que gosta de quando o rapaz se preocupa consigo.

O acastanhado sequer faz menção de ligar a moto. Move suas mãos cegamente sobre os braços do mais novo, que estão rodeando sua cintura, então entrelaça seus dedos nos dedos do mesmo, o puxando mais para frente ainda, fazendo sua bunda ser inclinada na garupa, sem sequer perceber aquilo, mas Styles percebe, e sorri envergonhado quando ambos capacetes colidem e essa colisão faça um barulho extremamente alto.

— Ei, vamos logo. - Edward gritou, para que o outro pudesse ouvi-lo com clareza. Estava sorrindo amplamente, mesmo que estivesse desesperado para sair da calçada de entrada de sua casa. Tinha medo de seu pai ir atrás de si por conta do "vai se foder", que disse antes de bater a porta. Mas aparentemente Cillian ficou chocado demais até mesmo para gritar com o garoto.

— Tudo bem, segure-se, malchik.

— Eu sempre o faço, idiota! - Gritou novamente quando Louis ligou a moto, fazendo com que sua voz sobressaísse o barulho alto do motor.

O acastanhado gargalhou ao sentir as mãos de Harry se apertarem fortemente em sua cintura, fechando seus olhos enquanto lacrimejava e escutava o riso alto do outro atrás de si. — Não me xingue, ou eu te jogarei na água do rio mais podre da cidade. E pode escrever, eu não o ajudarei a sair de lá. - Louis brinca, enquanto as partes internas das pernas de Harry quase amassam os quadris de Tomlinson. É claro e visível o medo que Edward sente ao andar de moto ou carro, Louis nunca entendeu propriamente, mas sempre fez de tudo para que o garoto se sentisse menos amedrontado ao andar consigo.

Então ele fazia o que julgava fazer melhor.

Cantava.

Cantava de maneira alta, para que sua voz cobrisse o som dos motores de veículos alheios e, talvez acalmasse Harry. Tinha em mente que, se conseguisse o distrair, de alguma forma, faria com que o mais novo tirasse sua atenção da estrada ou de sons que o traziam certa angustia.

Louis também conseguia escutar a sorriso de Harry enquanto cantava uma música conhecida, tal que o cacheado tentava acompanhar, mesmo não sabendo a letra.

O vento era gélido. Não estavam acostumados com tal clima. A cidade de Wassed sempre fora uma cidade muito aquecida e ensolarada, as noites eram serenas às vezes. Os ventos eram frescos, mas refrescavam os corpos quentes dos habitantes que se encontravam fora de suas casas. Harry gosta do frio, porque sempre está enrolado a algo; seja um cobertor ou um edredom. Já Louis, prefere o calor, considerando que passou bastante tempo em uma cidade nublosa e chuvosa, então acabou enjoando do clima frio.

A proteção de seu capacete estava aberta, fazia com que sua franja longa e bagunçada ricocheteasse sua testa, e as maças afiadas e moldadas de seu rosto. Tomlinson podia sentir a ponta de seu nariz sento congelada pelo vento frio que vinha de encontro contra a pele bronzeada, deixando-a vermelha.

Harry, por sua vez, estava uma bagunça total. Louis via a baderna que o garoto se encontrava pelo retrovisor, desejando ajudá-lo, mas impedido pelo trajeto. O esverdeado tinha seus cachos finalizados – e cheirosos – sobre a maioria da extensão de seu rosto, enquanto boa parte de seu sorriso era coberto pelas mechas cor-de-chocolate também. Seus olhos estavam fechados atrás da bagunça de fios, era possível vê-lo apertando suas pálpebras umas contra as outras.

Louis saiu de seus devaneios estúpidos e apaixonados quando escutou buzinas de carros direcionadas à si. Assustando o garoto na garupa, fazendo com que as mãos do mesmo voltassem a serem apertadas em volta de sua cintura com força.

Durante o trajeto, William o escutou dizer algo, porém mal conseguiu entendê-lo, então apenas assentiu, porque a animação do cacheado provavelmente era seu combustível para o resto da noite.

Uma vez que chegaram ao estabelecimento, Styles parou em frente ao retrovisor, tentando domar seus cachos, com oitenta por cento de eficácia. Ele tinha seu cenho franzido, assim como seus lábios. Louis percebeu sua bochecha esquerda pouco mais corada que o usual, ignorando aquilo por julgar ser consequência da quantidade de tempo que passou tendo seu rosto ricocheteado pelos próprios fios amarronzados.

O mais novo certamente se encantou com as luzes que o karaokê emitia. Parando para observá-las e tirar foto do local, afinal, não era todo dia que Harry se reunia com outras cinco pessoas para curtir uma noite.

— Isso é muito foda, não fazia a mínima ideia de que havia um karaokê na cidade.

— Não estamos na cidade, H - Louis sorri, retirando o capacete pesado das mãos do menor, enquanto os olhos verdes do mesmo - que refletiam as luzes coloridas da forma mais nítida e hipnotizante possível. O garoto sorriu simpaticamente, ainda encarando as luzes pelas quais havia se apaixonado. — Mas não reclamaria caso quisessem abrir um karaokê em Wassed.

O esverdeado concordou, retirando seu celular do bolso e tirando uma foto do local, enquanto parecia digitar algo, provavelmente a enviando para o amigo com uma legenda boba. Ainda sorrindo de maneira ampla. Louis não cansava de encará-lo, Harry realmente era lindo, haviam inúmeras coisas nas quais o acastanhado não tinha percebido quando o viu dentre toda aquela confusão de tapas, socos e chutes. Gostava das sardinhas quase invisíveis que se localizavam nas laterais da ponte do nariz de Edward. Gostava da maneira como suas pálpebras pareciam pesadas quando seu sorriso era verdadeiro, sendo forçadas a estarem abertas conforme seu nariz era franzido de maneira doce.

Tomlinson o observou esse tempo todo em que estava a digitar algo em seu celular e dar zoom na imagem que havia acabado de fotografar. Seus cachos se moldavam a partir de sua bochecha, ondulando-se próximos à orelha.

Algumas vozes eram escutadas dentro do estabelecimento, e não demorou muito para que William começasse a caminhar para a porta – de vidro – de entrada.

Era um lugar enorme – diga-se de passagem. Com bancadas de madeira envernizada na cor vermelha, e banquetas de couro. A jukebox tocava o som mais alto do estabelecimento, que sobressaía o som dos microfones. Nem todos cantavam, até porque a maioria preferia dançar na pista xadrez, com copos de vodca e cerveja nas mãos.

O lustre de discoteca era o destaque ali, mirando luzes em todos os lugares possíveis do estabelecimento. Inclusive nos rostos dos visitantes. E Harry, como o esperado, estava encantado. Louis o achava inacreditável.

Quando pontos luminosos cor-de-rosa foram mirados para o rosto de Styles, o mesmo envesgou seus olhos em reflexo, tentando enxergar a cor das luzes, mas logo escutou a gargalhada de Tomlinson, e sorriu envergonhado, tocando a ponta de seu nariz com certa força nos dedos, como se estivesse tentando limpar a luz.

— Ei Tommo, estamos aqui, venham! - Zayn acenava para ambos, sentado em um banco vermelho de couro. O rapaz tinha um sorriso no rosto, enquanto segurava uma garrafa, que aparentava ser cerveja.

— Veja, eles estão lá. - Louis apontou para a mesa onde seus amigos estavam concentrados, com pratos localizados às suas frentes e hashis aos lados dos pratos. Harry corou, sabendo que deveria cumprimentá-los, julgou-se um idiota por se sentir tão envergonhado.

Edward caminhou atrás de William, pisando sem querer na parte traseira da sola do All-Star de Louis, o fazendo tropeçar durante o trajeto. O cacheado não evitou seu sorriso ao que percebeu o olhar furioso do azulado sobre si, com o cenho amarfanhado e os lábios entreabertos, como se questionasse que porra era aquela.

— Foi mal, juro que não pisei por querer. - O menor se desculpa, ainda que sorrisse pela reação de William, o outro parecia ter acreditado que não havia sido sua intenção..

— E aí. - Louis cumprimenta seus amigos com um aceno e um grande sorriso enfeitando seu rosto, logo recebendo apertos de mãos e abraços, para enfim, sentar-se ao lado de Hunter, que já dividia uma barca de sushi com seu namorado.

— Oi. - Harry dá aquele sorriso nervoso, que ele sempre dá quando há muitas pessoas reunidas ao seu redor. Os garotos percebem aquilo e o cumprimentam da maneira mais acolhedora possível, mesmo que ele não percebesse, Louis o fez.

— Sente aqui - O mais velho se afasta da garota enquanto golpeia levemente o couro almofadado, indicando o lugar para que o garoto se sentasse, ao lado de Hunter – mais precisamente. Edward o fita com um olhar agradecido, e se encolhe ao lado de Schafer e Tomlinson.

— Escolhemos o rodízio de sushi porque vai sair mais barato. - Calvin diz, enquanto beberica sua cerveja. Louis os observa com um ótimo sentimento, sentindo-se verdadeiramente completo ao olhar para Harry e vê-lo conversando em voz baixa com Hunter.

— Como faço para segurar isso? - O azulado questiona, apontando para o hashi ao lado de seu prato, enquanto Luke e Zayn cantam Eminem no karaokê ao lado da mesa em que fora reservada para eles.

— Ah, Louis, fala sério - Harry o encara com um olhar de quem tentava desvendar algo, mas não conseguiu. — Você realmente não sabe?

O mais velho nega com sua cabeça, perguntando-se qual era o problema daquilo, já que Styles o encarou como se fosse um pecado não saber segurar um hashi.

— Olha, primeiro você faz o palitinho de baixo passar entre o polegar e o indicador - Harry o disse como se fazia, de maneira ligeira, sequer o mostrando, fazendo os movimentos com rapidez. Louis franziu seu cenho, ainda encarando as mãos pálidas de Edward e seu rosto sereno. — Daí você os apoia no dedo anelar.

— H, você pretende ser professor? - Questionou sutilmente, enquanto o garoto ainda o encarava como se perguntasse "entendeu como se faz?". Harry negou de jeito curioso, espero pela continuação da frase. — Que bom, porque você não sabe ensinar. - Concluiu, assistindo o cacheado revirar seus olhos e lhe dar o dedo do meio em resposta.

— Vá se foder seu idiota. - Sorriu desconcertado, arrastando-se pelo couro do banco, até que sua perna estivesse sendo roçada na de Louis. - Faça assim. - Puxou a mão do mais velho, ajeitando o hashi entre os dedos do mesmo. — Vê? Não é tãoo difícil.

— 'Tá, e esses sushis, qual é a diferença entre eles?

— Huh... Esse daqui é salmão - O cacheado tocou com a ponta de seu hashi no pedaço peixe que estava enrolado no arroz, ao mesmo tempo em que William fitava seu rosto, observando com cuidado suas expressões genuínas ao explicar a diferença entre os sushis. — Esse aqui é caranguejo. Eu gosto.

— Qual é o seu preferido? Vou começar por ele - Tomlinson questiona, desviando seu olhar para a barca à sua frente, encarando aquela quantidade exagerada de comida japonesa. Styles forma um biquinho ponderativo em seus lábios, tocando seu queixo com cuidado, ao mesmo tempo em que franzia seu nariz – por ter os amigos de Louis gritando no microfone. O cacheado apontou para o sushi de pepino e William caiu na gargalhada.

— Como você é imbecil. Passe fome então. - Harry gritou para Louis, mas por conta da música alta, embutida com o karaokê dos garotos.

Edward passou alguns minutos com seu cenho franzido, fingindo estar bravo com a zoação de seu amigo, mas percebeu que não adiantaria nada, então logo voltou a interagir com o mais velho.

— Essa música é boa 'pra caralho, vem cantar comigo. - Louis cobre sua boca com o guardanapo preto de pano – desejando não estar sendo mal educado ao falar de boca cheia –, quando Nice to know you ecoa pelo local, vindo do aparelho de som da mesa na qual estavam sentados.

— Louis, merda, eu não canto! - Harry praguejou, mas já era tarde demais, pois tinha sua mão direita sendo puxada pelo azulado.

O maior tomou os microfones pousados sobre as caixas de som, e entregou um deles para Styles, que mordeu seu lábio inferior quando sentiu os olhares dos amigos de Tomlinson sobre ambos.

— Better than watching Gellar - O acastanhado começa, apontando para Harry, como se pedisse para ele dar continuidade, coisa que certamente não ocorre. O mais novo têm o microfone entre seus dedos, enquanto seus poros liberam suor e denunciam seu nervosismos. — Bending silver spoons. Better than witnessing. Newborn nebulas in bloom. He who sees from up high smiles. And surely sings.

Harry murmura um "puta que pariu", quando perceber aquilo, mas o sorriso contagiante de Louis faz com que ele não fique tão envergonhado diante àquela situação.

— Perspective pries her once, weighty eyes and it gives you wings, i haven't felt the way, i feel today - O outro continua, está cantando para seus amigos, é nítido, mas todos se encantam com a voz do rapaz, e a maioria dos festeiros tiram suas atenções para o cantor momentâneo.

Louis segura na barra da jaqueta jeans de Harry, o puxando para perto, ao mesmo tempo em que Hunter levantar seus dois polegares e grita um "vai Harry!".

O cacheado sente suas bochechas ferverem, não há nada novo nisso, e então encara Louis, que o encara de volta com o olhar brilhoso. Styles não gostaria de estragara aquele momento.

— In so long its hard, for me to specify. I'm beginning to notice how much this feels like. A waking limb. Pins and needles. Nice to know you. - William ainda canta, lendo as letras na tela do monitor. Seus dedos são apertados na cintura coberta de Edward e esse aperto faz com que o mais novo dê um sorriso sincero, observando William cantar.

— Goodbye, nice to know you! - Harry levanta o microfone na altura de sua boca, harmonizando sua voz com a de Louis, esse mesmo que arregala seus olhos ao perceber aquilo.

Por poucos instantes o esverdeado pensa que estragou todo o karaokê, mas sente-se acolhido quando os amigos de Tomlinson iniciam uma série de palmas e assobios, embora faça com que ele se sinta mais exposto ainda, era bom sentir aquela sensação.

O resto da música aconteceu de maneira animada. Até mesmo Hunter se levantou para cantar com os garotos. Ela tinha uma ótima voz, mas desafinava propositalmente para ouvir as gargalhadas de seus amigos. Volta e meia batia seu quadril sutilmente contra o de Harry, apenas para assisti-lo sorrir também.

Styles engasgou de tanto rir. Okay, isso havia sido vergonhoso, não negava em momento algum, mas a preocupação excessiva de Tomlinson apenas o fez rir mais ainda ao beber um copo de água gelada.

Harry pensou que nunca poderia haver uma noite mais divertida do que aquela.

Mesmo que não houvesse colocado uma gota de álcool em sua língua ou dado uma tragada em um cigarro de maconha – bem diferente de Calvin e Hunter –, ele gargalhava de todas as piadas horrorosas que Luke contava enquanto pedia mais uma rodada de cerveja.

Também gargalhava das palhaçadas que Zayn dizia e das histórias que Louis contava. Histórias sobre como se conheceram, e das coisas que aprontavam antes de formarem a banda. Histórias sobre todas as vezes nas quais passaram vergonha em um estabelecimento público ou das vezes que discutiram com clientes que gostariam de pagá-los uma merreca pelas três horas que passaram cantando e tocando.

Harry jura que nunca sorriu tanto em sua vida.

Seus olhos lacrimejavam, assim como sua barriga, que doía.

A mão de Louis acariciavam seu ombro ao mesmo tempo em que seu corpo era acolhido em um abraço.

O mais velho também sorria, enquanto sua barba rala era gentilmente esfregada no cabelo de Styles ao que o abraçava e tentava mantê-lo aquecido.

Nada poderia estragar aquela noite.

A não ser os pais de Harry adentrando furiosamente o karaokê, com seus olhares nitidamente vermelhos, procurando pelo garoto, e agarrando o filho pelos braços quando o encontraram sentado junto à Louis.

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