Obsessão | Renato Garcia

By ericarodrigues080

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Júlia e Renato se conhecem em um grupo de terapia para viciados em sexo, e apesar da relação complicada e tem... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20

CAPÍTULO 15

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By ericarodrigues080

Minha sombra é a única coisa que anda ao meu lado
M

eu coração superficial é a única coisa que bate
Ás vezes eu desejo que alguém lá fora me encontre
Até lá, eu ando só"

Boulevard Of Broken Dreams - Green Day

JÚLIAA

Meus pés batiam nervosamente no chão enquanto esperávamos que Troy abrisse a porta, e eu não tinha ideia de qual seria a reação dele ao me ver ali parada, pedindo para entrar e pedindo companhia. De acordo com o que o Ethan disse, Troy não está bravo comigo, então minhas expectativas eram que ele aceitasse a minha presença e que deixasse-me ficar com ele e o Kio hoje.

Kio está ao meu lado e mantém suas mãos no bolso, seu rosto está com sorriso fechado, porém mesmo estando sério ele pode ser fofo. Me perco em seus olhos cor de mel e entro em algo que posso até chamar de hipnose, que é interrompida assim que escuto o barulho da porta sendo destrancada.

O garoto de cabelos agora platinados surge por trás da porta, abrindo um sorriso no rosto ao ver o amigo, porém suas expressões mudam assim que me vê, passam de alegres para confusas. Troy ergue uma das sobrancelhas e cumprimenta o Kio antes de falar comigo.

ㅡ Júlia, o que faz aqui? ㅡ Troy pergunta, mas com o seu tom de voz comum. Ainda bem. ㅡ Achei que você não estivesse afim de falar comigo depois de.. ㅡ Ele interrompe a si mesmo quando percebe que Kio está a prestar atenção na conversa. ㅡ Você não sai de casa há alguns dias, por quê?

ㅡ Bem, eu estava te evitando durante esses dias, mas quando eu finalmente decidi sair do quarto meu irmão me falou que você não estava me odiando por.... Você sabe, o que houve entre nós aquele dia. ㅡ Digo tentando me explicar. Kio nos olha mais do que confuso, como se nada do que estamos falando fizesse sentido para ele, penso como a nossa conversa realmente não faça sentindo para quem não tenha ideia do que aconteceu.

ㅡ Hm.. Será que eu posso passar o resto da tarde com vocês? Não quero mesmo voltar para casa. ㅡ pergunto.

Não quero encarar todos os meus pesadelos que vagam por aquela casa. 

Troy afirma sem hesitar e ainda sorri, me acalmando ainda mais sobre a situação.

ㅡEu não estou entendendo nada. Vocês podem por favor me explicar o que aconteceu? ㅡ Kio pergunta de repente, eu troco olhares com o Troy e ele consegue convencer o Kio a deixar a ideia de lado, em seguida entramos todos na casa, visto que ainda estávamos na porta.

A casa do meu vizinho para ser bem mais aconchegante do que a minha. Diferente do escuro que parece sempre estar presente na minha casa, aqui as janelas arejadas permitem a passagem da luz e dá vida aos ambientes, além disso, os móveis daqui são bem mais modernos e a casa parece ser bem mais espaçosa. Se morasse sozinha faria de tudo para a minha casa ficar desse jeito, apesar de ter idade o suficiente para sair da casa da minha mãe, minha compulsão me impede, tenho medo de perder o controle e levar muitos garotos para a minha casa.

Sento-me no sofá branco da sala de estar e logo me senti bem confortável estando ali. Kio e Troy  se sentam nos lugares vazios do sofá e logo em seguida começam a conversar sobre planos que combinaram para a tarde. Eu fico apenas ouvindo-os, porém acabo me distraindo da conversa e levando toda a minha atenção para o porte físico do Kio. Ele tem braços bem definidos que podem ser vistos agora que tirou o casaco que usava, imagino como suas costas e abdômen devem ser.

Kio é como um Deus Grego, que eu queria ter sobre o meu controle ou deixar que me controlasse...

ㅡ Júlia? Você está de acordo com isso? ㅡ A voz do Troy me desperta, lhe agradeço mentalmente por ter impedido de ter uma fantasia com o Kio. Não sei se suportaria o vício dessa vez.

ㅡ Tudo bem pra você, Ju? Podemos comprar algumas bebidas sem álcool pra você se não quiser beber. ㅡ Kio afirma e na hora eu entendo o que eles pretendem fazer, vão passar a tarde bebendo. Não quero ser a única bebendo refrigerante, mas ao menos tempo não quero beber, isso faz com que eu perca a cabeça e que não controle a minha compulsão.


ㅡ Sem problemas, eu bebo com vocês. ㅡ Digo, pensando que, se eu beber pouco, irei conseguir me controlar. Não posso partir para cima do Troy novamente e não quero afastar mais uma pessoa por conta do meu vício, por isso sei que posso me controlar para não agarrar o Kio.

ㅡ Perfeito então, Júlia, você quer com a gente na mercearia que fica na rua de baixo? Vamos comprar tudo lá, mas se não quiser ir pode ficar por aqui. ㅡTroy pergunta para mim, acabo que concordo em ir com eles.

Saímos da casa do Troy e andamos até a rua da mercearia, ele e o Kio não paravam de conversar sobre bandas que eu mal conhecia as músicas, por isso fiquei quieta o tempo inteiro até chegarmos no pequeno comércio no final da extensa rua. A mercearia, apesar de ser pequena, tem de tudo, desde doces de crianças até bebidas fortes. A mercearia, apesar de ser pequena, tem de tudo, desde doces de crianças até bebidas fortes. Enquanto os garotos escolhem as bebidas, eu vou até o corredor onde há alguns lanches simples, estou morrendo de fome, acabei não almoçando antes de ir para o grupo de apoio.

Pego vários saquinhos de besteiras, alguns de doces e levo tudo para o caixa, onde um homem velho está sentado, lendo um jornal que aparentemente não é desse ano. O jornal deve ser tão velho quanto ele.

Pouco tempo depois o Troy e o Kio aparecem segurando muitas garrafas diferentes e colocam tudo no balcão. Duas garrafas de vodca, um uísque e algumas garrafas de cerveja estavam posta sobre o balcão, junto aos meus lanchinhos nada saudáveis. Foi bom eu ter pegado algo para comer, beber de estômago vazio não faz bem.

Depois de pagarmos tudo, nos retiramos da mercearia e voltamos para a casa do Troy, levamos tudo o que compramos para a cozinha e deixamos sobre a pequena mesa de vidro. A cozinha da casa do Troy, apesar de ser menor que a minha, é com certeza mais prática e os eletrodomésticos são bem mais modernos.

Troy virou três shot de vodca seguidos e em seguida tomou um longo gole da bebida de cereja que havia acabado de preparar.50

ㅡ Yeah. Era disso que eu estava precisando. ㅡ Troy diz depois de engolir o copo inteiro. Seus lábios que já são avermelhados naturalmente adquiriram uma cor rosada por causa da bebida.

ㅡ Zarba, pare de dizer que precisava beber, você fez isso ontem. ㅡ Kio diz rindo e vira dois shots de uma tequila que o Troy tinha guardado.

ㅡ Foda-se, eu preciso sempre beber. ㅡ Troy retruca. ㅡ Júlia? Quer beber alguma coisa. ㅡ Ele pergunta, eu vou até ele e viro um grande gole da bebida de cereja, sinto minha garganta arder um pouco, assim como o meu estômago.

Faz um tempo que não bebo, tenho evitado muito para conseguir controlar o vício, tinha me esquecido como era deliciosa a sensação de ficar mais relaxada depois de beber, acabo bebendo mais alguns shots em seguida.

(...)

Tudo a minha frente está embaçado. Não vejo nada com clareza, apenas viro o último shot que estava sobre a bancada. Já não consigo distinguir se o que estou bebendo é tequila ou vodca, talvez possa ser cerveja, mas nenhum dos gostos parece estar presentes no meu paladar.

Eu bebi mais do que deveria, disto eu ainda tenho consciência. Do restante, não faço a menor ideia do horário, mas visto pela escuridão lá fora, sugiro que devem ser mais de seis da tarde. Meu irmão e minha mãe deve estar me procurando por todo lado, não atendi nenhuma ligação deles, até mesmo desliguei o celular em uma certa hora. Foda-se eles, a culpa foi do meu irmão, ele deveria ter me esperado sair daquela porra de terapia de grupo,eu poderia estar em casa ao invés de estar aqui, bebendo com dois garotos gostosos, eu poderia fazer sexo com os dois, principalmente com Kio. Sempre que olho para ele sinto-me excitada, queria poder despi-lo e fazer o que quisesse, mas estou me controlando bem.

ㅡ Júlia! Chega de beber por hoje, isso não vai acabar bem, você sabe muito bem do que eu estou falando. ㅡ Troy retira o copo da minha mão e me ajuda a levantar da cadeira, me levando até o sofá da sala de estar, onde eu jogo-me no sofá.

ㅡ O que quer dizer com isso? Acha que eu vou sair por ai e transar com qualquer um que ver por ai? ㅡ Exclamo, minha fala deve estar mole.

ㅡ Sim, é exatamente isso. ㅡTroy retruca.

ㅡ Cala a boca, Zarba. ㅡ Reclamo, mas acabo rindo do nome do meio dele. É bem engraçado. Oh, eu estou realmente bêbada. Cadê o Kio? Será que ele está como eu?

Kio surge na sala e se joga no sofá ao meu lado. Eu queria morder o pescoço dele e gostaria que ele marcasse o meu.

ㅡ Júlia, eu posso te perguntar uma coisa? ㅡ Kio questiona, eu confirmo com a cabeça freneticamente, querendo logo que a voz dele soasse pelos meus ouvidos. Eu adoro a voz dele. ㅡ Você é mesma amiga do Renato Garcia?

ㅡ Claro que não! ㅡ Admito e começamos a rir, olho para o Troy e vejo a expressão dele, mas não consigo identificar qual é. Nem consigo dizer ao certo qual é a cor do cabelo dele agora. ㅡ O Garcia é um idiota, ninguém suporta ele, nem mesmo o próprio pai. ㅡ Revelo, estou completamente nem ai para o que o Renato vai pensar se souber que eu contei sobre a vida dele.

ㅡ Por que mentiu pra mim? ㅡ Kio continua com as perguntas, reviro meus olhos com a questão dele.

ㅡ Simplesmente não queria dizer o porquê de eu estar lá. ㅡ Explico, sem saber se ele entendeu.

ㅡ Por que estava lá?

ㅡ Kio, você acreditaria se eu dissesse que tenho uma compulsão, um vicio? ㅡ Kio me olha confuso e nega com a cabeça. ㅡ Pois é, eu sou...

Antes que eu possa terminar a frase, Troy me puxa do sofá e me arrasta para a cozinha, eu tento me soltar dele e voltar para falar com o Kio, mas o Troy é mais forte que eu.

Ele me olha feio enquanto me senta na cadeira da cozinha, porém não diz nada, apenas abre o freezer e pega um pote de sorvete, me entregando junto a uma colher grande e exige que eu coma. Obedeço a ele e enfio uma grande colherada na boca, continuo a olhar para o Troy.

ㅡ Por que me tirou da sala? ㅡ Pergunto calmamente, mas o Troy explode.

ㅡ Júlia, olha pra você caralho! Está bêbada e conversando com o Kio sobre o seu vício, vocês sem dúvidas iriam transar no meu sofá e depois você ia se arrepender! Deveria me agradecer por ter te tirado de lá! ㅡ Troy exclama, tentando controlar sua voz e não gritar.

Ele está certo. Não deveria ter bebido, eu prometi a mim mesma que não beberia nada até poder controlar meu vício.

Não consigo manter promessas que faço para eu mesma, quanto menos manterei promessas que fiz para os outros.

ㅡ Cala a boca, Troy. ㅡ Grunhi, fazendo ele revirar os olhos de raiva. Troy  saio da cozinha e foi para a sala, mas eu continuei sentada na cadeira a apreciar o pote de sorvete.

Não sei por quanto tempo eu fico ali, mas fui capaz de terminar de tomar o pote de sorvete inteiro. Algum tempo depois, ainda sentada pensando em todos os meus erros, até que ouvi vozes diferentes vindas da sala.

ㅡ O que você está fazendo aqui, Garcia? ㅡ A voz do Troy soou alto.

O Renato está aqui?

ㅡ Como assim você ligou pra ele, Kio? ㅡ Troy grita com o amigo, fazendo-me levantar e ir até a sala ver a situação. O efeito do álcool está passando, ainda estou bem bêbada, porém já consigo andar sem me sentir completamente tonta.

Assim que chego na sala todos os olhares se fixam em mim. Renato vem na minha direção mas eu hesito dando um passo para trás. Não quero que suas mãos nojentas que já tocaram partes íntimas outras garotas encostem em mim.

ㅡ Júlia, você está bem? ㅡ Renato pergunta, eu arco a sobrancelhas com a pergunta dele, por que raios ele está aqui perguntando se eu estou bem?

ㅡ Olha para mim Renato, posso estar bêbada, mas estou bem. ㅡ Digo rude, não queria encará-lo.

ㅡ Venha, você precisa vir comigo, não posso te deixar aqui. ㅡ Renato diz e me dá sua mão, que eu pego depois de olhar um pouco. Ele me leva para a saída

ㅡ Por que eu tenho que ir com você? Eu não confio em você!

ㅡ É melhor ser boazinha e vir comigo, pelo seu próprio bem, Ju. ㅡ Renato justifica, ele decide me carregar visto que eu não iria me mover.

Renato pega o meu celular em cima da bancada e sai da casa me levando.

Renato me coloca em seu carro e passa o cinto sobre mim, em seguida entra no banco do motorista e liga o carro.

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