When you met me in detention.

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Depois de muito aprontar na escola de Wassed, Harry Styles tem seu plano de acabar com a olimpíada anual - de... More

primeiro.
segundo.
terceiro.
quarto.
quinto.
sexto.
sétimo.
oitavo.
nono.
décimo.
décimo primeiro.
décimo segundo.
décimo terceiro.
décimo quarto.
décimo sexto.
décimo sétimo.
décimo oitavo.
décimo nono.
vigésimo.
vigésimo primeiro.
vigésimo segundo.
vigésimo terceiro.
vigésimo quarto.
vigésimo quinto.
vigésimo sexto.
vigésimo sétimo.
vigésimo oitavo.
vigésimo nono.
trigésimo.
trigésimo primeiro.
trigésimo segundo.
trigésimo terceiro.
epílogo.

décimo quinto.

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comentários? :)

•••

Louis decide ficar, mesmo com milhares de perguntas vagando por sua cabeça enquanto ele suspira determinado e caminha até o quarto de Harry, acendendo as luzes claras e iluminando todo o cômodo.

O quarto era realmente bonito, Tomlinson ficou boquiaberto ao ver a quantidade de desenhos espalhados por qualquer superfície plana, até mesmo sobre o solo de madeira.

Ele havia desenhado nos rostos de todos os integrantes de bandas, de todos os pôsteres colados em suas paredes. Louis sorriu ao ver aquilo.

Harry era talentoso 'pra caralho, e Louis nunca imaginaria que o garoto tinha tamanho talento.

Seus traços eram quase hipnotizantes.

As cortinas da grande porta de vidro, que o levava para a sacada, estavam abertas, permitindo William ver as ruas iluminadas pelos postes públicos, enquanto poucas pessoas caminhavam rapidamente pelas calçadas naquela madrugada.

O clima havia se tornado sereno, quase frio, enquanto o vento balançava a pequena árvore plantada na rua lateral da casa de Harry.

Louis o observou tirar seu casaco de novo, o jogando no carpete felpudo e sentando-se sobre a cama de casal bagunçada.

O quarto de Styles tinha um odor de mofo, como se ele nunca houvesse aberto o cômodo antes. Tomlinson estranha aquilo, mas caminha até ele, que está prestes a se deitar com os coturnos.

— Não faça isso, vai sujar seus lençóis. - Ele se agacha no chão, apoiando seus joelhos no mesmo carpete onde está o casaco de couro, e desamarra as botas apertadas, as retirando dos pés de Styles, enquanto o menor boceja.

Harry tem seus olhos fechados, apoiando suas mãos atrás de seu corpo, no colchão, e Louis pode jurar que ele já está dormindo. Mas ele começa: — Meu pé não fede chulé não, né? Passei um monte de talco, é impossível que esteja fedendo, Louis.

— Não está. - Responde simples, levantando-se e se inclinando sobre o mesmo.

— Nossa, você tem um cheiro tão masculino. Me dá vontade de espirrar.

— Está com fome? - Perguntou, o ignorando totalmente e ajeitando todos aqueles travesseiros – em quantidade exagerada – próximos à cabeceira da cama.

Harry nega, apoiando sua cabeça nos tecidos macios, e quase geme ao sentir seus músculos relaxarem, principalmente suas costas. — Não, estou cansado, não quero nada.

— Você precisa comer alguma coisa. Eu posso ver se tem algo na sua geladeira?

— Tem uva, traz o cacho, eu gosto. - Styles se cobriu com os edredons, se confortando sob eles, enquanto Louis assente e deixa seu quarto.

Em menos de cinco minutos Tomlinson está de volta, com o cacho de uvas dentro de um pequeno recipiente – para que Harry deixasse as sementes – e um copo cheio d'água.

— Aqui. Coma e vá dormir. - Ele se senta no chão, ao lado da cama. Deixando o copo de vidro em cima da mesinha e o pote de fruta na cama, ao lado de Harry.

Edward estava tagarela, ele realmente não dizia coisa com coisa, e Louis só queria ir para sua casa. Ele queria deitar e dormir até que perca o horário de todos os seus afazeres domésticos do final de semana.

Era incrível a maneira como – mesmo alcoolizado – Harry não dizia nada íntimo seu, apenas coisas fúteis e banais. Ele era como uma pequena antena antiga, que só permitia as imagens dos televisores serem nítidas quando queria, sem motivos aparentes para escolha de horários ou dias os quais funcionaria.

Compará-lo à uma caixa de segredos estava longe de ser real. Talvez um baú fechado à sete chaves, ou um quarto misterioso trancado, que possivelmente nunca será aberto porque os donos jogaram a chave fora junto à mudança.

Ou talvez Harry fosse apenas uma caixinha de música enferrujada, que fora esquecida no fundo de um armário porque pensaram que não tinha mais utilidade.

— Eu faria um bodyshot. Com certeza faria. A língua daqueles caras passando em toda a extensão da minha pele soa bem 'pra mim. - Ele falava rapidamente, engolindo algumas letras das palavras, enquanto Louis o ignorava, porque achava ser a melhor forma d'Ele desistir de tagarelar e dormir o mais rápido possível. — Achei a festa legal, bebi para caralho, nunca pensei que fosse beber tanto. Minha mãe vai ficar decepcionada.

Tomlinson piscou desinteressado, sentindo suas pálpebras pesarem pelo sono, enquanto sua cabeça estava sendo apoiada em sua mão.

— E aquelas luzes coloridas eram tãooo legais-

— Dorme, Harry. - Ordenou, firmando sua voz ao proferir a frase, assustado a si próprio.

O cacheado formou um beicinho chateado em seu rosto cansado, sendo clareado pela luz do lado externo, que já estava quase amanhecendo por completo.

Louis sentiu-se mal quando viu os olhos do garoto marejarem e lágrimas começarem a cair por suas bochechas descontroladamente, enquanto ele soluça baixinho e seu nariz se torna vermelho.

Seu coração quebrou em mil pedaços ao assistir a cena, porque ele certamente nunca havia visto Harry chorar, aquilo era surpreendente, mas o aborrecia ao mesmo tempo. Por mais adorável que ele parecesse com suas bochechas avermelhadas e seus olhinhos inchados, Louis não poderia rir, mesmo que soubesse que, futuramente, aquilo seria engraçado. Ele deveria ajudá-lo agora, porque – pelo visto – ninguém o fará.

— Ei? - Tomlinson segurou nas mãos do mesmo, acariciando a pele aquecida com gentileza, e sentou-se na borda da cama, ainda fazendo carinho nas mãos de Styles. — Shh, não chore - Ele sussurrou, sorrindo simpático para o amigo, tentando confortá-lo de alguma forma. — Eu prometo não ser rude com você, mas você precisa ir dormir porque eu também preciso, porém não posso te deixar aqui sozinho. Então, por favor, faz isso por mim?

— Por favor. - Louis sussurra seu pedido, inclinando-se com cuidado, desfazendo o enlaço de seus dedos nos de Harry, enquanto usa seus dígitos gélidos para secar as lágrimas gordinhas que ainda escorriam pelo rosto do esverdeado.

— Você pode arrumar os travesseiros 'pra mim? - Harry pergunta em um fio de voz, fitando Louis com os olhos pidões, enquanto o mais velho assente.

— Como?

— Gosto de apoiar minhas costas neles, sabe? Como se houvesse alguém me abraçando. - Ele admite, quase silenciosamente.

William não se dá tempo para digerir as palavras, apenas observa o outro se ajeitar sobre o colchão, e ajeita os travesseiros atrás de suas costas, desembolando os edredons que o cobriam e os esticando sobre o corpo magro de Edward.
Ele organiza seus cachos com cuidado em cima do travesseiro no qual Harry tem sua cabeça deitada, votando a sentar-se na borda da cama e assistir o esverdeado lutar contra seu sono, abrindo seus olhos com dificuldade apenas para encarar o rosto de Louis.

Styles abre seus lábios secos, e então sussurra envergonhado: — Pode fazer carinho no meu cabelo?

— Eu posso, mas apenas se você dormir em seguida. - Respondeu baixinho, aproximando-se dele e o vendo sorrir minimamente, com os olhos fechados. Harry até tenta assentir, mas o cansaço lhe mantém contido.

Tomlinson leva sua mão com cuidado até o cabelo de Styles, sentindo o quão macios estavam. A forte fragrância de cereja adentra as narinas de Louis, e ele quer se afogar nos frascos de shampoos do garoto.

Ele acaricia o couro cabeludo de Harry, quase o escutando ronronar pelo carinho, e abraça um dos travesseiros que os rodeia.

Harry dorme em uma espécie de fortaleza que o abriga e o mantém seguro. Louis sorri com o pensamento, porque talvez, só talvez, ele esteja conhecendo o verdadeiro Harry Styles. Não aquele que fala palavrões seguidos, ou que pensa em planos para foder com a vida do diretor à cada momento. Mas o Harry que sua família conhece, o que ele é no dia a dia quando está sozinho.

Louis acha que nunca sentiu uma conexão tão forte com alguém tão diferente.

. . .

Acordar após uma longa noite de bebedeira era - provavelmente - uma das piores sensações existentes. Embora não lembrar-se de absolutamente nada conseguia ser pior ainda.

Harry sentou-se sobre sua cama, sentindo sua cabeça latejar e seus lábios colarem um no outro, pousando suas mãos cansadas em seu colo, ainda percebendo o pesar de suas pálpebras sonolentas. Ao olhar para a mesinha de cabeceira ao seu lado, ele encontra um copo de água pela metade, enquanto pega-se pensando como aquilo havia parado ali.

Styles sente como se sua mente houvesse apagado tudo o que aconteceu na noite anterior, era impossível ter um lapso de lembrança no instante porque Harry apenas se lembra de coisas que aconteceram até o momento em que virou uma garrafa de gin, sem sequer sentir o sabor da bebida. Era embaraçoso porque ele não fazia a menor ideia de como havia agido quando bêbado, ou quem o trouxe para casa... Havia sido Louis? Porra, Harry jura que nunca mais aceita ir para festas.

A tela de seu celular é acesa quando uma notificação chega, fazendo com que o aparelho vibre em seguida. Seus olhos passeiam pela tela, identificando ser uma notificação de Louis. Seu coração fraco automaticamente dispara e ele sorri minimamente, tomando o celular para si e encostando-se na cabeceira da cama, enquanto o desbloqueia com rapidez.

Era um áudio, de quase um minuto, que ele não pensou duas vezes em clicar para ouvir.

Hey, malchik, como você está, hein? Pegue um comprimido para dor de cabeça, tenho certeza de que você vai acordar com uma ressaca do caralho. Antes que se preocupe, eu tranquei a porta da sua casa, certo? A chave está na pia da sua cozinha, eu deixei lá e fechei a janela pelo lado de fora. Até segunda-feira.

Edward sorriu ao escutá-lo, o respondendo com um emoji piscando somente um dos olhos e bloqueando a tela de seu celular, porque certamente aquilo havia o atingindo de uma maneira que não deveria.

Louis havia ficado ali? Consigo? Havia passado a noite ali? Porra e se Harry falou demais? E se ele soltou algo que não deveria? Ele está tão fodido...

O cacheado soltou seu celular sobre os edredons e passou as mãos em seus cachos indefinidos, bufando descontente, antes de esconder seu rosto entre um de seus travesseiros. Seu coração estava descontrolado dentro de seu peito, mas aquilo não era uma boa sensação... Não como das outras vezes.

— Seu pai pediu para te acordar. - Scott para ao lado de fora da porta, arregalando seus olhos ao perceber a bagunça que seu filho se encontra. — Harry, o que aconteceu? - Ele perguntou, arqueando suas sobrancelhas e cruzando seus braços. Harry sabia que ele provavelmente estava pensando alguma merda relacionada à drogas. Ele negaria, mas sabia que Scott não acreditaria em si.

— Eu bebi.

— Você tem dezoito anos, sabe o que faz. Desça para o almoço, Cillian quer que você nos acompanhe à um desfile.

O mais novo revirou seus olhos, suspirando descontente, mas assentiu, tentando evitar uma briga ou discussão posterior.

[...]

— Melhore essa feição, se eu soubesse que ficaria assistindo o desfile com essa cara não teria lhe trazido. - Cillian reclama, dirigindo-se ao filho, que permanece sentado com sua postura torta e uma carranca entediada no rosto, enquanto brinca com os pêlos artificiais de seu casaco branco.

Ele havia tentado ter uma conversa pacífica com seus pais durante o almoço, o que – obviamente – não deu certo. Mesmo sendo maior de idade, Harry deveria os acompanhar pois, segundo Cillian, enquanto ele morasse sob seu teto, deveria o obedecê-lo. Harry, por sua vez, pressionou seus dedos em suas têmporas, as massageando e pedindo paciência para Deus ou qualquer energia universal.

O garoto bufou irritado ao ouvir seu pai, suavizando sua expressão emburrada e subindo seu olhar para a passarela, onde os modelos desfilavam com as roupas da nova coleção de inverno.

Ele segurava seu celular em uma de suas mãos, enquanto a outra estava encarregado de segurar uma garrafa de plástico, com água gelada.

Styles sorriu, se achando bobo o suficiente para enviar uma foto da passarela para as mensagens diretas de Louis.

Você enviou uma foto para: William_Tommo

William_Tommo: Boa tarde?? kkkkkk que isso?

HeStyles94: Um desfile, idiota, não tá vendo a passarela não?

William_Tommo: E lá vamos nós de novo

William_Tommo: Não sabia que você gostava desse tipo de coisa

HeStyles94: Não gosto, só vim porque meu pais me trouxeram

William_Tommo: Deve ser uma porra de chato né? Credo

HeStyles94: Nem brinca, não servem nem um canapé

William_Tommo: Você vai para os lugares pra comer? KKKKKKKKKKKKK

HeStyles94: Louis, para...

William_Tommo: Parei, é que eu sou assim também, não é todo dia que surge uma oportunidade dessas

HeStyles94: Pois é :D

William_Tommo: Que coisa fofa, malchik

William_Tommo: :P

Harry bloqueou a tela de seu aparelho celular, cobrindo seus lábios – franzidos em um sorriso involuntário – com as mãos, abaixando sua cabeça e fechando seus olhos, voltando à sua postura em poucos segundos, passando seus dedos entre seu cabelo e o jogando para trás, tirando os cachos da frente de seu rosto.

— Eu estou com fome, quero ir embora. Falta quanto para acabar aqui? - Perguntou curioso, inquieto em seu assento, esperando a resposta de um de seus pais.

— Chegamos há menos de uma hora, espere mais um pouco. - Cillian o avisa, sorrindo para alguém ao outro lado da passarela, enquanto tira fotos com sua câmera. Harry ainda o fita entediado, com as sobrancelhas arqueadas e o olhar caído. Era quase impossível existir alguém tão idiota.

E ele esperou, mais de três horas, incluindo o momento no qual Cillian e Scott caminharam para o saguão principal do edifício, conversando com os organizadores do evento e alguns dos modelos.

Estavam servindo vinho e queijo em cubos. Harry quis chorar. Aquilo não faria com que sua fome passasse.

O cacheado comeu quase uma bandeja de queijo, disfarçadamente, era claro. Se Cillian o visse fazendo-o passar tamanha vergonha com certeza o expulsaria de casa e jogaria em sua cara todas as merdas feitas durante anos e anos de convivência.

Styles bebeu apenas uma taça de vinho tinto, pois apenas de olhar para as bandejas de taças cheias seu estômago embrulhava. Ele havia bebido muito na noite passada. Mais do que o usual. E aquilo o deixava enjoado.

— Estive pensando nas aulas de etiqueta- Harry, come direito, tenha modos! - Scott o chamou atenção quando os ingredientes de seu hambúrguer caíram na mesa do jantar, mas Edward realmente se assustou com o assunto no qual seu pai estava engatando, ele não queria ter de pautar sobre aquilo novamente.

— Foi mal. - Ele se levanta, recolhendo um prato do armário e deixando embaixo de seu lanche, enquanto seus pais voltam a conversar e agir como se ele não estivesse ali.

— Porque você sabe, ele realmente precisa, o que acabou de acontecer aqui foi uma prova. - O homem continua, cortando seu lanche com garfo e faca. — E a carreira de modelo para o Harry foi o que você sempre planejou, não será tão ruim, apenas devemos esperar ele acabar a escola já que a ideia do internato foi descartada desde quando ele adentrou o ensino médio.

— Bem, ele teria de praticar a etiqueta aplicada nas aulas de um jeito ou de outro. - Cillian limpa seus lábios gordurosos com um guardanapo, e Harry não faz questão de os contrariar.

Ele já havia decidido o que cursaria ao acabar a escola, nem que ele precisasse fugir de casa ou viver em um dormitório universitário, dividindo quarto com quantas pessoas fossem.

Harry não desistiria de cursar design gráfico. Nunca teve o apoio de seus pais para absolutamente nada, por que ele precisaria do apoio deles quando quisesse ingressar em uma faculdade de sua escolha?

— Boa noite. - Styles deixa a mesa, levando seu lanche junto a si para o quarto, desistindo de tentar permanecer no mesmo espaço que os dois.

Embora a única coisa que ele fizesse de melhor fosse: se martirizar. Ele odiava isso, porque tem certeza de que se Arabella ainda estivesse aqui, tudo seria melhor. Ele não passaria por metade dos problemas que passa. Provavelmente não seria esse adolescente merda que é. Harry sabe que, se dependesse dela, ele seria um adolescente que odiaria sair de casa, mas apenas para passar mais tempo que sua mãe, recebendo sua atenção e os conselhos dela. Até mesmo a ajudando em seus desenhos.

Hoje em dia é estranho pensar nisso, porque sem ela, Harry sente como se estivesse saindo dos trilhos, literalmente. Saindo do caminho que ele mesmo trilhou, esquecendo totalmente sua rota e permanecendo ali, perdido, no meio do nada.

Ele sabe que nada poderá substituir o amor de Arabella. Também sabe que nada cobrirá o vazio que ela deixou... Embora ele tente se auto-confortar, dizendo para si mesmo que ela está o acompanhando.

Harry não sabe se ela está mesmo, era difícil dizer isso quando seus pais não são como aqueles de filmes, que o diziam: "sua mãe é uma estrelinha agora", ou "não se preocupe, ela está sempre ao seu lado". E ele nunca superará isso totalmente, porque não foi algo que a tirou dele...

Edward teve de passar por tudo aquilo sozinho, porque enquanto ele chorava em seu quarto, se isolando e faltando diariamente na escola, seu pai estava se drogando no cômodo ao lado. E Cillian não parecia se importar com mais nada além daquilo. Talvez aquela houvesse sido a alternativa mais fácil para si, e Harry também acha que seria, caso ele não tivesse um filho para criar.

Há nove anos Harry perdeu sua mãe, e desde então ele é sozinho, porque – infelizmente – seu pai se foi junto à ela.

. . .

Estar com Louis fazia com que Harry desistisse da ideia de ficar trancado dentro de seu quarto, com as janelas e cortinas fechadas, impedindo seus olhos de perceberem a claridade externa ou de ter ar circulado no cômodo.

— Eu disse algo... Você sabe... Algo idiota no dia da festa? - Questionou, entregando a embalagem de batatas fritas para o mais velho, que vestia uma camiseta preta e básica, segurando sua gravata e sua camisa social entre seus dedos.

— Não que eu me lembre. Mas você estava bêbado para um caralho. - Admitiu quando encarou o menor retirar sua embalagem do balcão e efetuar o pagamento. — Tipo, você realmente não dizia coisa com coisa.

— Que vergonha. - Harry sussurrou, enfiando três palitos de batata dentro de sua boca, querendo se esconder em qualquer buraco na rua. — Foi mal se eu te falei algo que não deveria, ou te xinguei, sei lá.

— Oh, não, na verdade você estava até mais simpático. - Louis brincou, sugando o refrigerante de limão pelo canudo e esticando o copo para Styles, que bebeu no mesmo canudo em seguida. — Mas teve uma hora que eu pensei que os seus vizinhos sairiam de suas casas e viriam nos agredir, porque você enganchou seu pé no apoio de trás da garupa e começou a gritar. Literalmente do nada.

— Porra, eu 'tava mamado 'pra caralho... - Comentou, tentando esconder suas bochechas rosadas com seus cachos pesados.

— Por isso que eu não bebo em festas. Se eu não tivesse chegado à tempo você teria feito um bodyshot. - Harry arregalou seus olhos no instante em que ouviu aquilo, segurando com mais firmeza ainda o papel de suas batatas. Ele apenas não podia acreditar.

— Que vergonha. Eu nunca mais saio de casa. Nunca mais. - Edward reclamou, querendo se socar mentalmente pelo que faria caso Louis não estivesse o tirado daquela situação.

Ele correu em pequenos pulos até o gramado da praça, onde havia comemorado seu aniversário e ganhado seu primeiro abraço de Louis, sentando-se na grama seca e apoiando suas costas em um tronco, aguardando o mais velho fazer o mesmo.

— Você disse que havia feito seus cachinhos manualmente. - Tomlinson comenta sorrindo, enquanto toma o copo de refrigerante da mão de Harry e beberica o líquido, o escutando sorrir e virar seus rosto para o outro lado.

William faz o mesmo, porém abaixa sua cabeça, na intenção de olhar para suas batatas pegando uma delas, mas sente os cachos cheirosos e macios de Styles pinicarem levemente sua bochecha gélida, percebendo o peso da cabeça de Harry em seu ombro logo após isso.

O esverdeado havia admitido não gostar de toques dias antes, ele mesmo sabe disso, mas foi involuntário, algo incontrolável que, mesmo se pudesse ser evitado, ele não tem certeza de que o faria.

Sua visão era banhada de cores, o céu estava a escurecer, enquanto ainda havia um pequeno pedaço do horizonte banhado pela luz alaranjada do Sol.
A Lua já estava posicionada em seu devido lugar, enquanto ele procurava curiosamente pelas estrelas, tentando localizar a mais brilhantes delas. A mesma que ele havia nomeado de Arabella.

— Posso fazer isso? - Questionou em um sussurro cansado, se referindo a ter sua cabeça deitada no ombro do mais velho, enquanto sua embalagem estava abandonada sobre seu colo.

— Eu não me importo. - Louis respondeu em um fio de voz, seguido de um sorriso nasalado. Harry estava confortável ali, confortável com Louis. Sentia-se bem, como nunca antes.

— Daqui poucos dias farão cinco meses do início das aulas, ou seja; cinco meses que nós resolvemos ser "parceiros no crime". - O mais novo comenta baixinho, achando estranho estar citando aquilo, mas pensando ser algo legal para comentar com Tomlinson. — O tempo passou rápido, você não acha?

— Sim. Daqui poucos dias estamos entrando em férias de inverno também. Receio que você se afaste. - O acastanhado foi sincero ao dizer, realmente receava, mas não gostaria, porque achava que aquela conversa estava tomando um rumo que não deveria. Desde quando eles tinham tamanha intimidade?

— Eu não pretendo fazer isso.

Louis concordou, fechando seus olhos com suavidade, tocando sua cabeça no tronco da árvore e a descansando na madeira, enquanto podia escutar a respiração chiada e quase silenciosa de Styles.

William não deixaria de admitir que aquela proximidade era algo novo, mas estava longe de reclamar sobre aquilo. No entanto, não durou por muito tempo, Edward levantou sua cabeça, parecia envergonhado, e então cruzou seus tornozelos, sacudindo levemente sua cabeça para esconder seu rosto. E Louis sabe que as bochechas do garoto estavam totalmente coradas, ele também sabe o quão envergonhado Harry é, mesmo tendo aquela pose intocável sendo assumida todos os dias. Styles guardava muitas coisas dentro de si, aquilo era visível para qualquer um que quisesse conhecê-lo. Tomlinson não queria realmente que o garoto desabafasse consigo, porque sabe que aquilo não virá de Harry, assim como ele não pretende contar sobre si para o cacheado.

O pensamento era estranho, como poderiam manter uma amizade sem confiança de nenhuma das partes? Parecia bobo, mas certamente assustava Louis, porque em pouco tempo a amizade de Harry se tornou algo bom para ele mesmo. Estar com Harry tornava seus dias menos monótonos, mais sorridentes e leves, assim como acontece quando Tomlinson está com os caras de sua banda...

Louis também não negaria que, por muitas vezes, pensou em desistir daquela amizade, porque Styles é simplesmente impossível quando quer ser. Ele é totalmente insensível e sem quaisquer escrúpulos quando deseja ser, mesmo que o acastanhado não tenha nada a ver com as merdas que acontecem em sua vida pessoal. Louis não diria que era legal ser tratado como ele era – até porque Harry parece mais compreensível atualmente – mas por algum motivo interno, William não o fez, ele não desistiu de se aproximar daquele garoto de sanidade mental duvidosa. 

— Eu tenho que ir 'pra casa, meu pai com certeza já chegou e não posso passar muito tempo longe dele. - O mais velho alertou, ainda mantendo sua voz baixa, sem sequer se mover, tendo o corpo de Styles apoiado em seu braço esquerdo.

— Tudo bem, nos vemos amanhã. - Harry se ajeita com cuidado, ainda segurando sua embalagem de batatas gordurosas, encarando Louis com seus olhos inchados e vermelhos de sono, sorrindo minimamente. 

— Vai ficar?

— Vou, você não precisa me levar até minha casa hoje. - Responde a pergunta mental de Tomlinson, colocando seu capaz após isso, recebendo um aceno rápido do mais velho e o retribuindo.

Louis o xinga mentalmente, porque ele nunca pensou que algum dia conheceria alguém igual a Harry.

Ir à praça havia se tornado algo deles – sem nenhum motivo significante aparente –, apenas caminhavam até o lugar após o período que passavam na biblioteca, ambos compravam salgados de sabores diferentes, apenas para dividirem - mesmo que subconscientemente.

Louis com certeza era o que mais falava na dupla, enquanto Harry o escutava com atenção, mesmo sem estar o olhando.

Na sexta-feira eles dividiram um cigarro de maconha, apenas metade daquilo fez com que Harry se tornasse a pessoa mais engraçada do mundo. Ou talvez ele realmente fosse daquele jeito, e usasse a droga como desculpa. Bem, Louis não sabia, mas gostava de passar seus finais de tardes e inícios de noites junto à ele. Era divertido – mesmo que não fizessem nada de interessante –, apenas se sentarem nas rochas e jogarem água um no outro com seus pés descalços, molhando suas calças sociais do uniforme.

A semana se passou rapidamente, porque eles estavam se aproximando e aquilo parecia estar acontecendo de uma maneira extremamente rápida.

O último dia de aula antes das férias havia chegado e, com ele, os últimos dias ensolarados e calorentos em Wassed.

Louis não estava animado, porque os concursos que ocorreriam no final do ano ainda o preocupavam, ele não se sentia bom o suficiente para ter notas dignas de bolsas integrais ou pelo menos metade do valor da faculdade. Embora preocupado, ele mesmo não estava se esforçando para que conseguisse algo futuramente.

— O que diz aí? - Dave questiona esperançoso, apontando para a carta mensal que o filho recebe.

Tomlinson não gosta daquilo, porque machuca ambos, e parece que ninguém se importa. Mas ele não podia negar que tudo aquilo iria o ajudar mais para frente.

— O mesmo de sempre, sinto  muito...

Dave não o responde, apenas se vira para a televisão novamente, bebericando seu café quente, enquanto apoia seus pés na mesinha de centro da sala de televisão.

— Bem, eu estou indo, tenha um bom dia... Se cuide. - Louis guarda a carta na primeira gaveta da estante, ajeitando as alças de sua mochila sobre seus ombros.

— Tchau, garoto.

Seu pai não o olha, mas ele sorri, porque sabe que ele está se esforçando.

Caminhar pelos corredores da escola de Wassed é estranho agora, porque ao mesmo tempo que tudo parece bem e feliz, ao mesmo tempo que as pessoas estão animadas e contentes, tudo parece melancólico demais. E aquilo apenas por ser o último ano escolar. Louis só não achava que estava pronto psicologicamente para – realmente – iniciar sua vida.

Alguns alunos distribuíam papéis em cores neon, anunciando festas e resenhas, Tomlinson recusa todos eles.

Ele atravessa toda a escola, apenas para encontrar Harry parado em seu armário, mas isso não acontece, e Louis pode admitir – mentalmente – que o sorriso deixa seu rosto assim que ele passeia seus olhos pelo corredor vazio.

— Vamos para o banheiro. Agora. - Louis escuta a voz do garoto – de cachos e olhos esmeraldinos duvidosos – próxima ao seu ouvido, e sussurra um "idiota", antes de segui-lo.

— E então? - Questionou curioso ao entrar na última cabine junto à Harry, o assistindo fechar a tampa do vaso sanitário com força, pousando sua mochila ali, a mesma que parecia pesada. — Meu caralho, quantos livros tem aí? - Pergunta, instalando um sorriso em seu rosto percebendo a afobação de Harry para falar, até mesmo se engasgando com sua própria saliva.

— Se acalma, está tudo bem?

— Sim, mas eu preciso te explicar antes da primeira aula porque eu acho que nós não temos nenhuma aula juntos hoje. - Comentou, agora mais calmo, enquanto fazia um coque rápido em seus cachos. — Hoje é o último dia de aula antes das férias, todo mundo sabe disso, e eu quis fazer algo especial para me despedir, antes de passar todos esses meses longe daqui. - Disse cinicamente, colocando sua língua entre seus dentes durante um sorriso confiante. Louis gosta de vê-lo assim...

— Hum, qual vai ser o plano dessa vez? - Cruzou seus braços, arqueando suas sobrancelhas como sempre faz - quando está desafiando alguém, mesmo que seja subconscientemente.

— Trouxe todas as latas de óleo da minha casa. Literalmente todas as garrafas que tinham na despensa - Sorri animado, ao mesmo tempo que suas bochechas ganham um tom carmesim.

Louis, por sua vez, franze seu cenho, preocupado com o rumo que aquilo tomaria quando colocado em prática. — 'Tá, e o que vamos fazer com essa caralhada de latas de óleo?

— Vamos espalhar pelos corredores durante a tarde, antes de vazarmos do período na biblioteca. - Diz, extremamente contente, percebendo a feição surpresa de Louis. — Ah, o que foi agora? 

— As pessoas vão cair e se machucar.

— Tomlinson, ninguém morre levando um tombo não, relaxa, que chatice. - Styles retirou o sorriso de seu rosto, voltando a fechar o zíper de sua mochila, demonstrando sua irritabilidade.

Louis o acha irresponsável – particularmente – nesse plano, assim como ele foi quando resolveu jogar litros de corante na água da caixa sem sequer saber se algum aluno era alérgico.

O mais velho segura em seu braço antes de sair, o trazendo para perto e deixando seus rostos próximos um do outros, enquanto os lábios rosados de Harry se entreabrem em confusão e seu hálito quente - e doce, cheirando à morango - seja inspirado por suas narinas. E porra, aquele cheiro era viciante.

Os olhos confusos de Styles parecem analisar toda a extensão do rosto de Tomlinson, enquanto suas pupilas dilatam rapidamente e seu pomo-de-adão seja elevado, e volte ao seu lugar em questão de milésimos de segundos.

— Pare de agir assim, pare de fugir sempre que alguém não concorda com você. - Disse, quase impaciente, observando o rosto do mais novo suavizar.

— Você pode discordar de mim, eu não me importo, isso é só um plano idiota que eu tentei te incluir, mas se você não quer participar, tudo bem, eu não me importo, não faço questão. - Respondeu, um tanto quanto cínico, retirando seu braço dentre os dedos de William, o encarando por uma última vez antes de sair.

Louis revira seus olhos, engolindo seco, enquanto pega sua mochila e aguarda a porta do banheiro ser batida para que ele possa sair por ela e não ter que encontrar Harry.

Mesmo que nunca conversassem muito no intervalo, ver Harry se sentar sozinho no degrau de entrada – pouco antes do pátio, onde os garotos jogam basquete – deixa Louis chateado, porque eles haviam discutido por algo bobo e, mesmo que saiba que tenha toda a razão nesse tipo de situação, ele simplesmente não consegue vê-lo sozinho – com seu cenho franzido e o rosto iluminado pelo Sol forte que o atingia e o corava –, e não se sentir chateado.

Embora sentisse-se assim, ele deixou Styles ter seu tempo, não insistiria em falar com o cacheado sabendo que poderiam acabar ficando em uma situação pior, antes mesmo de sair de férias.

Louis também achava que estava fazendo uma tempestade em um copo de água, mas porra, ele não entende o porquê de as coisas com Harry funcionarem de maneira tão intensa e invasiva.

Ele não achava aquele plano uma ideia totalmente ruim, por isso passou o resto da tarde pensando em um jeito de amortecer as possíveis quedas dos estudantes ao saírem de aula e atolarem seus calçados em uma piscina de óleo.

Louis realmente não consegue pensar em muitas coisas quando há algo para fazer em cima da hora, mas estava disposto à falar com Harry sobre isso.

A biblioteca se tornava um lugar terrivelmente péssimo quando ambos estão em silêncio, principalmente quando a energia pesa, e eles sintam isso.

Os livros pareciam se tornarem mais empoeirados, as mesas pareciam mais sujas e a quantidade de pessoas que não devolvem os livros emprestados parece aumentar. Tudo isso porque eles estavam brigados.

Harry tinha uma carranca em seu rosto, a mesma de sempre: Cenho franzido, tendo seus cílios – praticamente – colados em suas sobrancelhas, lábios prensados um no outro e seus passos eram fortes, quase fazendo com que o chão tremesse. Louis o achava adorável quando irritado.

— Vamos colocar o seu plano idiota em prática, porém sem usar todas essas latas de óleo que você está carregando.

Harry o fita, quase com uma expressão suave, mas dá de ombros, fingindo não se importar com o que ouviu (mesmo que ele esteja pulando de alegria interiormente). — E o que você pretende fazer, senhor todo poderoso? - Tomlinson sorri com o apelido bobo, mas abana sua mão no ar, como aquilo não o incomodasse.

— Vamos diminuir a quantidade de óleo, procurar por tapetes no quarto de limpeza e espalhar cadeiras no corredor, para os alunos terem um apoio. Já evita muita coisa.

— Por que caralhos você não disse isso antes?

— Baixa a bola aí, esquentadinho, eu sequer tinha pensado nisso quando disse que não daria certo. - Styles revira seus olhos, colocando sua mochila nas costas e acenando para fora com sua cabeça. Louis o entende, vestindo seu paletó e segurando uma única alça de sua própria mochila.

— Eu vou buscar os panos e tapetes, aproveito e trago umas duas cadeiras. - Ele alerta, deixando suas coisas ao lado da porta da biblioteca, enquanto observa o mais novo retirar as latas de líquido amarelado e pegajoso de dentro de sua bolsa.

— Então eu fico aqui espalhando o óleo. - Harry arqueia seus ombros, pousando as latas sobre o solo, enquanto Louis assente antes de sair, em busca de tapetes e panos.

Ele encontra Carter conversando com um coordenador sobre a ajuda que a escola está recebendo do diretor geral de Radpit para o laboratório de química, e aquela é a brecha para ele passar despercebido em frente a sala do coordenador, adentrando a sala da limpeza, ao lado.

Tomlinson pega todos os panos possíveis, os pousando sobre uma das duas cadeiras inutilizadas que havia recolhido para levar junto à si.

Com dificuldade, ele caminha pelos corredores – aquelas cadeiras pesavam para caralho –, tendo certeza de que Carter não estava o vendo.

Ao voltar para o corredor, ele observa Harry quase finalizando sua parte. Ele sorri, porque o garoto está realmente concentrado em fazer aquilo, e é fofo, porque ele parece gostar. Louis sorri sozinho, negando com sua cabeça antes de jogar os tecidos velhos no chão e pousar as cadeiras uma ao lado da outra.

Ele abaixa-se no chão, ajeitando os panos e os esticando, de maneira que os alunos possam passar as solas de seus sapatos ali e fazer com que fiquem menos escorregadios. Tomlinson também procura por pontos estratégicos para deixar as cadeiras, enquanto Styles se levanta, espreguiçando-se e guardando a última lata vazia – utilizada no plano – em sua mochila, fechando seu zíper em seguida.

— Isso vai ser tão bom, uma pena que eu não vou estar na escola para ver. - O mais novo assume convencido, colocando suas mãos em sua cintura, e erguendo seus ombros, pouco antes de um sorriso iluminado ser posto em seu rosto.

Louis retribui o sorriso, acenando para ele e pedindo para que o mesmo trouxesse sua mochila junto consigo quando viesse.

Harry provavelmente esqueceu da piscina de óleo no corredor, e correu ate Louis, com suas duas mãos ocupadas, enquanto seus olhos se arregalavam e seus pés escorregavam no óleo.

William não conteve sua gargalhada quando Styles escorregou e se apoiou em uma das cadeiras, fazendo com que a colisão de ambas mochilas contra a madeira e afastassem o assento. Harry gritou nesse momento, fechando seus olhos e pedindo para que Louis o ajudasse.

— Parece que alguém provou do próprio veneno. - O maior brincou, a calma tomando conta de sua voz, durante o momento em que ele arrastou um dos panos pelo chão, secando o solo e pisando sobre o tecido. — Como você é idiota, moleque. - Louis volta a gargalhar, pegando os itens presos nos braços de Harry, antes de agarrar em seus dois pulsos e o puxá-lo com cuidado, para que ambos não caiam em toda aquela bagunça oleosa.

O mais velho abraça a cintura de Styles, que ainda escorrega e bufa, se agarrando ao paletó de Louis, e fechando seus olhos, completamente envergonhado.

— Eu não sou idiota, vá se foder, eu só esqueci da porra do óleo. - Styles comenta irritado quando chega aos panos, arrastando as solas de seus sapatos ali e bufando, com os olhos quase marejados e suas bochechas ferventes.

Louis esconde seus lábios sorridentes com as mangas de seu paletó, procurando não provocá-lo, mas é impossível não sorrir ao se lembrar daquela cena hilária.

— Não precisa ficar todo emburrado, acidentes acontecem. - Ele conforta o garoto, antes de esticar a mochila para o mesmo e aguardá-lo, para caminharem juntos para fora do colégio. — Agora imagina se você resolve fazer tudo isso sozinho? Não ia ter ninguém para te tirar dali sem você ter que se rastejar.

— Tecnicamente não. Daria tudo certo, porque eu sairia pela outra porta, e não precisaria levar sua mochila comigo. - Deu seu ponto de vista, e Louis assentiu, achando aquilo justo.

Harry enlaçou seus dedos quentes nos de Louis, o mesmo que desmanchou seu sorriso na hora, mal tendo tempo para prestar atenção em seus próprios sentimentos, já que Styles o puxou pelo Hall de entrada, correndo velozmente, mesmo que seus sapatos sociais escorregassem no piso extremamente polido e liso.

Louis gostava do fato de que, eles sempre fugiam de mãos dadas logo após terem aprontado alguma merda na escola. Era um ato puro, quase involuntário, de entrelaçarem seus dedos uns nos outros e se puxarem enquanto correm, com sorrisos sinceros implantados em seus rostos juvenis.

Afinal, Louis & Harry eram aquilo. Um quase resumo da juventude e da adolescência.

Em momentos como aquele, o futuro era incerto, mas eles gostavam daquilo.

~•~•~•~•~

Vocês, com certeza, não estão preparados para o próximo capítulo...

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