It's MY dream! • Catradora

Von pituotaria

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Adora e Catra são duas jovens estudantes do Ensino Médio do Colégio Bright Moon, localizado em Etheria. Após... Mehr

(Apresentações)
1 - Compartilhando sonhos
2 - Apresentações formais
3 - O início da competição
4 - Coincidências (des)agradáveis
5 - Expressão Artística
6 - She-ra do meio ambiente
7 - Dois anos antes
8 - After - Parte 1
9 - After - Parte 2
10 - Reaproximação
11 - A visita de Mara
12 - Aposta - parte 1
13 - Aposta - parte 2
14 - Casa
15 - Desmoralização antiética
16 - Lição de moral
17 - Laços e Alianças
18 - Questionamentos
19 - Recuperações - parte 1
20 - Recuperações - parte 2
21 - Incertezas
22 - Festa na mansão
23 - Tudo que eu queria
24 - Confissões da madrugada
25 - Maternidade
27 - Atos desesperados
28 - O valor das amizades
29 - O certo e o errado
30 - O bom filho à casa retorna
31 - Lavando roupa suja
32 - Acusações
33 - O que vai ser?
34 - Vida nova?
35 - Reencontro
36 - Desculpas
37 - As motivações
38 - Mais um primeiro dia
39 - Titanic e outros naufrágios
40 - Glimbow
41 - Consertos
42 - Reunião de princesas
43 - Tequila, sal e limão
44 - Promete?
45 - Um beijo por vez
46 - Censurado
47 - Juntas
Aviso (do bem)

26 - Do sonho ao pesadelo

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Von pituotaria

O som das harpas estava três vezes mais alto do que o recomendado, Catra sentia seus tímpanos quase estourarem com a vibração - mesmo assim, ela por algum motivo não se incomodava. Sentia algo macio em sua pele, como se estivesse deitada sob uma nuvem, o que fazia sentido, levando em conta que o raio de luz que sentia contra seu rosto só poderia estar vindo do sol, afinal, o calor que aquecia seu corpo naquele momento não poderia vir de outra fonte senão uma grande estrela em chamas.

Mas nada daquilo a estava incomodando, ela definitivamente estava no céu!

O perfume, então! Era a própria colônia usada pelos anjos. Podia identificar ao menos três flores diferentes nele, era tão suave...

Nunca antes havia se sentido tão tranquila e acolhida.

Em meio a um sorriso cheio de paz, ela sentiu o corpo despertar aos poucos, enquanto lutava para permanecer naquele ambiente. Mas, acalmou-se ao notar que mesmo enquanto acordava, seus sentidos continuavam captando os mesmos estímulos do sonho: O som das harpas ainda estava alto, sua pele ainda repousava sob algo macio e ainda sentia um raio de luz lhe queimar a face, mas não era só ele que lhe esquentava, havia algo mais...

E foi apenas ao identificar o perfume que Catra conseguiu raciocinar e despertar de vez.

Ela abriu os olhos devagar, temendo pelo que iria encontrar quando terminasse de fazê-lo. O som já não lhe tranquilizava mais, muito pelo contrário, lhe estava deixando ansiosa e aumentando uma dor de cabeça que ela só agora havia notado que sentia.

Precisou piscar algumas vezes para enxergar com nitidez o teto rosado do cômodo de onde estava... Onde estava mesmo?

Tentou mexer as pernas, mas encontrou certa resistência no movimento, havia algo lhe impedindo de se esticar... Tentou novamente, e desta vez essa coisa se mexeu.

Puta merda. – Pensou Catra.

Olhou para o único lado que seu corpo conseguia se virar e viu um celular tocando insistentemente na escrivaninha próxima – era o som das harpas.

Em seguida, tentou ver por debaixo de seu corpo e notou que a superfície macia era na verdade uma cama... Uma cama que não era a sua própria.

Respirou fundo, e tentou se mover novamente, mas havia algo – ou alguém – lhe amparando pelas costas, provavelmente o fruto do calor que estava sentindo.

Não, não, não...

Seu pânico cresceu ao identificar que uma das coisas que lhe segurava no lugar era uma mão em sua cintura. Com cuidado, tentou se desvencilhar daquele contato, enquanto se repreendia em pensamentos e tentava se lembrar de como havia ido parar ali, ou pior, de quem estava ali, de conchinha, com ela. O que teria acontecido? O que ela havia feito?

A fresta de luz que vinha da janela lhe impedia de ver os detalhes da pessoa com clareza, mas não demorou mais que alguns segundos de tentativa de se soltar para cair à ficha de que aquele perfume tão conhecido por ela só poderia vir de uma pessoa.

Adora era o anjo.

E ela estava no novo quarto de Adora.

Alguns flashes de lembranças vieram em sua cabeça, e ela respirou fundo mais algumas vezes. Como havia deixado aquilo acontecer?

É tudo culpa de Double Trouble, aaargh.

O que elas haviam feito no final da noite era um mistério para Catra, se recordava até o momento em que as duas estavam na varanda de Netossa, mas depois daquilo eram apenas borrões e pequenas memórias interrompidas. Se lembrava de subir em uma mesa, de abraçar... Arrow boy? E também tinha uma ligeira memória de abordar Adora no banho...

Será que... Será?

Olhou para o próprio corpo e notou que estava com pijamas estampados, com certeza eram da garota. Mas o que ela estava fazendo com essas roupas?

Não acredito que eu possa ter feito isso e nem consigo me lembrar!

Será que eu e Adora...?

Por um lado, sentiu-se aliviada da pessoa ao seu lado ser ela e não uma completa estranha... Ou qualquer outra pessoa no mundo. Era um alívio com certeza, afinal, sabia que não teria chances de ter consentido verdadeiramente com ninguém mais, e mesmo negando para todos que perguntarem, ela tinha uma pequena, beeem pequena mesmo, confiança em Adora.

Mas mesmo assim, aquilo não estava nos seus planos, como iria reverter essa situação agora? Como iria prosseguir? Isso era um total empecilho para qualquer coisa que havia planejado ou já colocado em execução, era uma tremenda quebra em seu orgulho e em sua dignidade! Para chegar naquilo ela teria que ter demonstrado muita vulnerabilidade, e odiava imaginar-se fazendo isto.

Mas, principalmente, odiava pensar que tinha se rebaixado a este ponto e desperdiçado um momento que, também negaria com todas suas forças, mas já havia desejado bastante e imaginado como seria com Adora.

Dispersou-se de seus pensamentos ao sentir a loira se remexendo atrás dela, reposicionando as pernas e entrelaçando-as com as suas. Sentiu o calor em seu corpo aumentar e decidiu que refletir sobre isto ali seria arriscado.

Devagar, segurou no pulso de Adora para levantá-lo enquanto deslizava para o lado oposto sem se mexer muito. Se ela acordasse, Catra não teria como fugir.

Com dificuldade, conseguiu se livrar de seu abraço e se esparramou para o chão sem fazer barulho. Desligou o despertador do celular de Adora rapidamente e observou se ela não iria acordar. Deu um suspiro de alívio ao perceber que a garota já havia se mexido novamente e mudado de posição, e ainda continuava dormindo pesado... Ela ficava tão linda dormindo que para Catra não era surpresa tê-la comparado com um anjo no sonho.

Inferno de garota perfeita.

Catra procurou suas roupas com o olhar, tentando não perder tempo se atentando a detalhes do quarto de Adora – alguns ela começava a se lembrar de ter comentado na noite anterior. As encontrou dobradas em cima de uma cadeira no canto do quarto e foi até elas. Procurou por seu celular nos bolsos da calça, mas só encontrou a carteira.

Ah não, só o que me faltava ter que pagar mais 12 prestações em um celular...

Vasculhou por cima dos móveis e expirou aliviada ao encontrar o aparelho carregando em uma tomada com o carregador de Adora. Retirou-o rapidamente do plug e checou para ver se não havia nenhum despertador para tocar.

Em seguida, apressou-se para trocar de roupa e deixou os pijamas de Adora em cima da cadeira também. Cogitou levá-los consigo, mas já havia roubado uma camiseta e um short dela anteriormente e se continuasse desse jeito logo ela precisaria ir comprar roupas novas.

Antes de sair do quarto na ponta dos pés, Catra deu mais uma checada em Adora, deixando-se observar mais um pouco a forma como ela dormia tranquila – desta vez a loira nem a havia derrubado da cama ou a acordado no meio da noite com empurrões por ter um sono agitado, como ela fazia quando eram mais jovens. Abriu um meio sorriso e saiu de uma vez.

Ao chegar ao corredor principal da casa, quase se aproximando da porta de entrada, escutou alguém chamar seu nome:

- Catra?

Ela gelou.

- Olha só, é você mesma! Querida, quanto tempo! – Razz se aproximou da morena, que foi se virando para ela lentamente. – Como você está bonita!

- Olá Dona Razz, como está a senhora? – Catra perguntou, abrindo um sorriso fraco, mas verdadeiro.

- Estou bem, filha, e você? – A idosa perguntou, com um sorriso de orelha a orelha no rosto.

- Também.

- Nem vi você chegar ontem, querida, veio com a Dorinha? - Antes mesmo de Catra responder, Razz a envolveu em um abraço. – Ah, venha cá! Que saudade!

Catra se surpreendeu com o contato, mas acabou retribuindo também. Afinal, tem que ser muito ruim para ser rude com idosos, não é mesmo?

Ainda mais se o idoso em questão praticamente cuidou de você a vida toda.

- Estava com saudade também! – Ela afirmou, sendo sincera. – Tá tudo bem mesmo com a senhora?

- Ah, mas é claro, Catrinha! Você já me viu ruim alguma vez? Claro que não, me sinto novinha em folha, hoje mesmo limpei em cima dos armários tudo. – Razz disparou, bem humorada. – Quer ver? Ficou limpinho...

- Ah não, não precisa. – Catra riu de leve. – Eu acredito na senhora.

- Você desceu na hora certa, querida, estou com uma torta no forno prontinha pro café da manhã, está deliciosa.

- Eu agradeço, dona Razz, mas eu já estava de saída... – Foi interrompida pela idosa, que a puxou pelo braço em direção à sala. – Ahm...

- Bobagem, menina! Vem comer sim. Nunca mais apareceu aqui, agora não pode fazer desfeita. Aliás, o que aconteceu, por que parou de vir? – Perguntou, curiosa, enquanto indicava para Catra sentar-se no sofá.

Catra engoliu em seco.

- Ah, longa história.

- Tenho o dia todo!

Putz.

- Na verdade não é tão longa assim...

- Você e Dorinha brigaram? – Supôs – Ela foi mal educada com você? Porque eu vou lá agora mesmo dar uma bronca... – Catra interrompeu, rindo.

- Não, não. Não precisa. – Catra respondeu assustada com a possibilidade de ela ir acordar Adora. – Tá tudo bem, apenas nos afastamos. – Mentiu.

- Ah entendi... É uma pena, vocês eram tão amigas. – Ela disse.

Catra disfarçou um suspiro. Não queria pensar sobre isso agora. Alguns segundos de silêncio depois, a morena voltou a falar:

- Eu acho que vou indo, dona Razz, eu trabalho hoje...

- Ah, sempre tão dedicada essa menina! – Ela afirmou, admirada. Catra sorriu genuinamente, se sentia muito bem com ela – Mas espera aí então, eu vou colocar um pedaço de torta pra você levar e comer em casa.

Não esperou Catra responder e se dirigiu até a cozinha, sumindo da visão da garota. Catra suspirou profundamente, sentindo o coração apertar. Não havia notado quanta saudade sentia da mulher até o momento. Tudo lhe trazia nostalgia, principalmente suas tortas, as quais imaginou que nunca iria comer novamente.

Enquanto esperava Razz retornar para finalmente poder ir embora, Catra aproveitou para observar a sala direito, já que não se lembrava de quase nada que havia visto no dia anterior. Os móveis haviam trocado de lugar – ela já imaginava que tinha sido ideia da idosa – e alguns novos objetos enfeitavam-na, mas uma coisa em especial lhe chamou a atenção.

Ao se aproximar da estante de livros de Adora, notou que todos continuavam na forma exata em que ela havia deixado na vez que ajudou a loira a organizá-la, quando ela havia acabado de se mudar. Apesar de Adora ter dito mais tarde naquele dia que iria reorganizar tudo por ordem alfabética depois, Catra observou que todos estavam na ordem de cores que ela mesma havia "criado": todos na mesma posição.

Ela sorriu involuntariamente, fechando o sorriso assim que se deu conta. Balançou a cabeça negativamente, e repetiu em sua mente para se convencer de que ela havia deixado assim por pura preguiça – mesmo sabendo que não era algo que Adora faria.

Por sorte, Razz não demorou a chegar com a torta em uma vasilha de plástico, embaladinha.

- Prontinho, tem pra você e pra sua mãe!

Porra... Weaver! Esqueci dela.

- Obrigada, Razz. Deve estar uma delicia.

- Não há de quê, querida. Volte logo, viu? Quando você vier eu faço mais pra você.

Catra sorriu e agradeceu mais uma vez, depois se despediu e foi embora rapidamente. Só quando pisou na rua conseguiu respirar tranquilamente e parar para prestar atenção às dores em seu corpo. Passou em uma farmácia para comprar analgésicos e foi direto para casa.

-------

Ao chegar em casa, Catra esperou um pouco até criar coragem para entrar. Não estava a fim de escutar sermões de Weaver, ainda mais com a cabeça latejando da forma como estava, ela só queria deitar e descansar até dar o horário de ir trabalhar na lanchonete da vez ... Também queria aproveitar pra pensar um pouco sobre tudo e tentar se recordar de tudo que havia acontecido, para tirar sua dúvida de uma vez por todas sobre o que ela e Adora haviam feito.

Ah, foda-se.

Entrou de uma vez, silenciosamente, visando chegar em seu quarto sem ser abordada por SW. Para seu azar, assim que pisou na sala escutou a mulher dizer:

- ONDE. É. QUE. VOCÊ. ESTAVA?

Catra engoliu em seco e procurou pela voz, identificando que vinha de uma das poltronas da sala. Observou que ao lado de Weaver, que estava sentada, havia um copo com alguma bebida alcoólica.

- Fora.

- GAROTA PETULANTE! - Weaver disse em tom alto, e levantou-se logo em seguida. – QUE CARA DE PAU DE APARECER AQUI ESSA HORA!

Catra não respondeu, apenas levou a mão até as têmporas, massageando-as.

- VOCÊ NÃO TEM VERGONHA DE DORMIR NA RUA IGUAL UMA VAGABUNDA?

A morena bufou. Weaver gargalhou, sem humor.

- É claro que não, o que mais eu poderia esperar de alguém como você? – Disse, com desprezo e decepção na voz. – Só podia esperar que ficasse fora mesmo, provavelmente se entupindo de drogas e pegando ISTs.

A velha acertou nas drogas.

- Você só me traz desgosto, hoje mais do que nunca eu tenho certeza disso. – Cuspiu as palavras. Catra percebeu que ela estava bastante alterada – Além de me fazer ficar presa dentro desta casa, ainda me faz passar vergonha na frente dos vizinhos chegando uma hora dessas com essa roupa cheirando a álcool e essa cara de derrotada

- Há, obrigada pelos elogios. – Catra zombou.

- CALE A BOCA! – SW aumentou o tom novamente. – Você deve achar muito engraçadinho tudo isso, quer mais uma coisa para você rir? – Catra permaneceu calada. Weaver pegou o próprio celular e mostrou de longe para Catra ler.

Era uma postagem em rede social, a garota precisou se aproximar um pouco para ver. Ao terminar de ler, entendeu o motivo de a mulher estar bebendo às 9 da manhã e surtando com ela.

- Oh... Isso é de agor- Ia perguntar, mas SW a interrompeu.

- A data está aqui ó. – Weaver apontou. – Você está vendo? Hein?

- Tung Lashor terá um filho... – Catra afirmou, em voz baixa.

- ERA PRA SER O MEU FILHO, O MEU! – Ela gritou, arremessando o celular contra a parede. – SE VOCÊ NÃO FOSSE ESSE DESGOSTO QUE VOCÊ É, EU QUEM TERIA FORMADO UMA FAMÍLIA COM ELE.

- Esse cara era um ridículo, ele... – Foi interrompida novamente.

- RIDÍCULO? OLHA SÓ QUEM ESTÁ FALANDO, A ASSASSINA! SÓ NÃO ME MATOU PORQUE ELE ESTAVA LÁ PARA ME AJUDAR.

Catra sentiu um nó se formar em sua garganta, mas permaneceu sem expressar reações.

- Seus dias de moleza e de ser um peso na minha vida acabaram, Catra. Eu quero você fora daqui.

Catra sentiu seu corpo gelar.

- Assim que a escola acabar, eu- Weaver a interrompeu mais uma vez, fria.

- Essa semana, eu quero você fora daqui.

A garota prendeu a respiração.

- A-a gente conversa mais tarde...

- Não vou falar duas vezes, se até o fim dessa semana você não estiver fora da minha casa, eu vou lhe tirar a força.

- VOCÊ TÁ LOUCA? – Catra falou alto, se desesperando. – Como quer que eu saia daqui do nada? Pra onde eu vou? Uma semana não dá tempo...

- Eu não sei e não me importo, você já é maior de idade e já está fazendo hora extra aqui.

- E o dinheiro pras contas? E quem vai fazer as compras ou resolver as coisas fora de casa? – Argumentou a mais jovem, indignada.

- Eu tenho dinheiro da minha pensão para me sustentar e, com você longe de mim, nem me importo de sair de casa pra resolver minha vida. Eu não preciso de você, Catra. Eu nunca precisei de verdade.

A garota não respondeu nada, qualquer coisa que falasse seria o estopim para começar a chorar e não queria fazer isso na frente de Weaver. Quando sentiu os olhos umedecerem, virou a cabeça para o lado oposto ao dela e limpou disfarçadamente.

Não fazia ideia do que faria a seguir.

- Ficar sozinha é melhor do que ficar com você. – SW disse, por fim. – Você tem até o final de semana que vem.

Weaver pegou o copo de bebida e foi até seu quarto. Catra pôde escutá-la chorar de longe, mas sabia que não era por cortar de vez os vínculos com uma "filha". Era por causa de Lashor.

Afinal, ela não era importante o suficiente. Nunca havia sido, nem para Weaver e nem para ninguém. E qualquer sinal que indicasse o contrário estava mentindo.

No final do dia, as coisas sempre davam errado e ela sempre estaria sozinha.

-------------

Era quase meio dia quando Adora finalmente começou a despertar. Havia dormido bem como não dormia há muito tempo, tudo bem que boa parte disso era por causa do cansaço do dia anterior, mas não era só isso...

Ela se sentia revigorada, além de muito confortável. Havia sido uma noite complicada, mas ela se sentia bem. Catra havia estado ao seu lado durante o sono e isso a fazia, de alguma forma, se sentir segura.

Porém, quando abriu os olhos, percebeu que ela não estava mais lá. Ainda tinha a marca de seu corpo na cama e Adora ainda conseguia sentir seu cheiro nos lençóis, mas ela já havia ido embora. A loira se sentou na cama, olhou em volta, e notou que ela havia trocado as roupas, portanto, provavelmente já estava longe dali naquele momento.

Espreguiçou-se e ficou um tempinho sentada, lembrando-se de tudo que rolou na festa e depois dela. Algumas lacunas também ficaram na mente de Adora, mas ela se recordava do final da noite perfeitamente. Acabou sorrindo e rindo sozinha enquanto se lembrava.

Depois, bateu a preocupação. Catra havia saído sem avisá-la e, ao checar o celular, viu que também não havia deixado nenhuma mensagem. Com medo de ela ter passado mal ao acordar, Adora resolveu enviar uma mensagem, que mal teria, não é mesmo? Já haviam superado essa etapa.

Então, ela mandou:

"Hey Catra, bom dia!" "Você saiu sem avisar, queria saber se está tudo bem" "Chegou em casa bem?"

Alguns minutos depois, Catra respondeu:

"Adora, a gente transou ontem?"

Adora engasgou com a pergunta totalmente direta. Nem um bom dia antes. –Pensou ela. Provavelmente Catra havia se esquecido do que aconteceu, o que não era de se surpreender, já que além da "bala" ela também havia consumido bastante álcool. A garota respondeu:

"Nada aconteceu hah, fica tranquila" "Apenas dormimos" "Você está bem?"

Catra ficou off-line e depois de alguns segundos sua foto desapareceu do perfil. As mensagens não estavam mais chegando e Adora soube que havia sido bloqueada.

Ela não me bloquearia... Né?

...

Meu deus, fui bloqueada.

Adora releu as mensagens mais uma vez, tentando entender o que motivou Catra a fazer aquilo, mas não conseguiu entender. Tudo bem, ela precisa de um tempo, deve estar envergonhada ou algo do tipo...

Respirou fundo antes de levantar da cama para iniciar o dia.

Quando foi até a cozinha, ainda de pijamas, encontrou sua avó lendo.

- Bom dia, vovó. - Disse, sorridente. Foi até Razz e deu um beijo em sua bochecha. - Já almoçou? Vou preparar algo gostoso pra gente comer.

- Bom dia, querida. Estava te esperando mesmo. - Respondeu. - Como foi a festinha? Agradeceu os pais da sua amiguinha pelo convite?

- Foi boa. Haha, só a senhora mesmo, Vó. As festinhas não são mais iguais as de quando eu era pequena, sabia? - Deu um abraço em Razz, achando engraçado como ela continuava a vendo como uma criança.

- Ah, sim, sim. Mas que bom! Fiquei feliz em ver que a Catrinha voltou a vir pra cá. Vocês tão de bem agora?

Adora riu.

- Então você trombou com ela, huh?

- Tadinha, ela ia saindo toda quietinha, nem tinha comido nada. Dei um pedaço de torta pra ela, ela precisa se alimentar. Cresceu bastante, não é, minha filha?

- Cresceu. - Adora concordou, rindo, com um sorrisinho bobo no rosto. - Mas continua a mesma.

Com o mesmo jeitinho.

- Estava com saudades dela, ainda bem que voltaram a ser amigas.

Então, né...

- Ela disse alguma coisa para a senhora? Tipo, sobre mim? Parecia brava ou algo do tipo? - Adora perguntou, com expectativas, mas ao mesmo tempo temendo uma resposta ruim.

- Acho que não, querida.

Adora mordeu o lábio, pensativa. Vou ter que esperar pra descobrir o que aconteceu, pelo visto.

E então disse, mudando de assunto:

- Tudo bem, vamos deixar isso pra lá. O que quer comer no almoço, mocinha? 


---------

Heeeey, espero que não me matem rçrç

As turbulências vão acabar uma hora, ok? Até lá, ainda vamos ter algumas dualidades na relação delas, que serão resolvidas em certo ponto, mas algumas coisas tem que ser feitas antes, pra não acabar colocando-as em uma relação tóxica.

E a Catra é meio complicada, como já perceberam, ela tem todas essas inseguranças que a impedem de se abrir de uma vez, mesmo com as coisas na cara dela. 

Quem sabe essa conversa sai em breve? Ou começa a sair...

Gostaria de perguntar se vocês tem alguma dúvida sobre a história ou algo que não ficou muito claro, alguma ponta solta até agora que tenha ficado em aberto, ou queiram discutir sobre algum ponto da narrativa. Se não for algo que será abordado ainda, eu responderei felizona hah. 

Obrigada por acompanharem <3

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