When you met me in detention.

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Depois de muito aprontar na escola de Wassed, Harry Styles tem seu plano de acabar com a olimpíada anual - de... More

primeiro.
segundo.
terceiro.
quinto.
sexto.
sétimo.
oitavo.
nono.
décimo.
décimo primeiro.
décimo segundo.
décimo terceiro.
décimo quarto.
décimo quinto.
décimo sexto.
décimo sétimo.
décimo oitavo.
décimo nono.
vigésimo.
vigésimo primeiro.
vigésimo segundo.
vigésimo terceiro.
vigésimo quarto.
vigésimo quinto.
vigésimo sexto.
vigésimo sétimo.
vigésimo oitavo.
vigésimo nono.
trigésimo.
trigésimo primeiro.
trigésimo segundo.
trigésimo terceiro.
epílogo.

quarto.

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By lwtexts

— Como andam as coisas na escola?

Cillian questiona, preparando torradas na torradeira enquanto Harry caminha até a geladeira, em busca da garrafa fresca de leite, deixada em sua porta durante a madrugada.

O garoto estava com um bom humor, não negaria, era claro que a presença de seus pais tinha grande influência nos seus sorrisos repentinos e em seu rosto animado.

— 'Tá uma porra. - Responde simples, servindo seu copo e caminhando até a mesa, procurando pela lata de achocolatado.

Scott, que lê jornal em silêncio, retira seus óculos e abandona as folhas na cadeira vaga ao seu lado, observando o filho misturar o chocolate em pó no leite gelado.

— Que linguajar horrendo - A voz de Scott é arrastada, pouco fina e prejudicada, Harry já é acostumado. — Não lhe ensinamos isso.

Cillian indica a cadeira com o dedo, tocando levemente nos ombros do filho e o aguardando sentar para que caminhe até seu lugar.

— Por que a escola está... Péssima? - Cillian questiona, com sua voz rouca e direta. Harry estremece mas dá de ombros para respondê-lo.

— Porque eu não consigo me adaptar àquela merda de lugar - Apoiou suas mãos na mesa, assistindo seus pais o encararem confusos. — Já faz três anos e a única pessoa próxima de mim é o porteiro.

— Há um motivo para ser apenas o porteiro, não? - Cillian questiona, direcionando seu olhar para o celular em seu colo, franzindo o cenho ao ler algo no mesmo.

— Há sim. E é pelo Harry se comportar dessa maneira - Scott encara o mais novo, com seus cachos bagunçados e a expressão não tão feliz mais —, como se fosse um ser ineducável, andando com o uniforme todo fora do código escolar, com esses cabelos esvoaçados e os sapatos impolidos.

Harry franze seu cenho, irritado com a situação. Lhe falta ar, 'pra caralho, há algo preso em sua garganta e tudo o que ele faz é: chutar os pés – calçados por um sapato social – de Scott e se levanta em um solavanco da mesa.

Seus olhos estão ardendo, e se ele conseguisse chorar, seria de raiva.

— Você não é o meu pai! - O cacheado esbraveja, apontando para o loiro sentado à sua frente, segurando os talheres entre os dedos e mantendo sua postura ereta.

Scott tem sua pele vermelha, não suportava ser desrespeitado pelo filho. Ele engole seco, soltando – sem nenhum cuidado – os talheres sobre a louça pousada na mesa.

— Fique quieto, Edward. - Cillian agarra em seu braço, o chamando atenção enquanto prensa seus dentes uns nos outros, indicando sua irritação. — Já é a segunda vez no mês que você faz isso.

— Faria mais vezes se vocês dois parassem em casa - Proferiu, quase cuspindo suas palavras. Ao se virar em direção a escada, seu braço foi agarrado novamente e ele suspirou fundo, tentando se acalmar. — O que é?

— Me dê o seu celular, você está de castigo. - Scott para ao lado de Cillian, esticando sua mão para que Harry deixe o aparelho ali, mas ele não o faz.

— Vocês fodem com tudo - Ele solta seu braço do aperto dos dedos de seu pai, correndo para a sala com seu rosto em chamas – de tanto que ardia – e recolhe sua bolsa pousada no sofá.

Harry sequer olha para trás antes de abrir a porta de casa e sair pela mesma, com a vontade de nunca mais querer voltar. Ele achava incrível a forma como desde o dia anterior, durante a noite, eles mal perceberam que o próprio filho estava chegando mais tarde da escola. Styles não ficaria bravo se fosse alguns minutos mais tarde, mas porra, eram horas. Ele costumava chegar antes do almoço e agora chega antes do jantar. Qual era o problema deles?

Harry adorava seus pais, obviamente sim, até porque se não adorasse não estaria feroz como está no momento, após ter discutido com eles.

A cada dia que se passava dizer que os amava se tornava mais difícil, mais complexo, quase impossível. É estranho dizer "eu te amo" para alguém que, visivelmente, não se importa com você.

E era por isso que Harry não dizia "eu te amo" para ninguém.

Por mais que ele não entendesse o conceito de toda aquela merda resumida a paixões, sentimentos e emoções, Harry tinha certeza de que dizer que ama alguém não poderia ser constituído por palavras vazias e momentâneas.

É estranho dizer "eu te amo" para duas pessoas que não dizem isso a você há quase cinco anos.

E ele não queria chorar – como está fazendo – porque o que houve na mesa do café da manhã era frequente, não deixaria de ser, chorar não mudaria nada em sua vida, em sua família ou em sua casa.

Styles soluçou, sentindo seu peito doer após tal ação, e secou as lágrimas salgadas e quentes que molhavam todo o seu rosto, arrastando com força as palmas de suas mãos por sua pele fervente.

Ele xingava tudo e todos em sua mente agora.

Seus passos haviam diminuído consideravelmente. Ele ainda estava nervoso, era claro, sua respiração pesada e a expressão facial denunciavam isso.

Ele podia sentir seus cílios relando em suas sobrancelhas amarfanhadas, suas unhas machucavam as palmas de suas mãos, considerando que ele as forçava contra pele macia e suada, no momento não parecia doer.

Ao avistar Daniel sorrindo enquanto conversava com uma das monitoras, Harry agradeceu ao universo por não ter que cumprimentá-lo. Mas parece que seu agradecimento não foi o suficiente.

— Ei, Harry - Ele sorriu acenando e a moça se virou, encarando o esverdeado, segurando seu cotovelo com uma das mãos. Harry revirou os olhos, sabendo que seu rosto inchado ainda o denunciava. Daniel fez sinal para a garota esperar e caminhou até o mais novo, o observando questionador. — Está tudo bem?

Styles desviou seu olhar por milésimos de segundo, o voltando para o rosto de Daniel em seguida. — Sim. Estou entrando, até depois.

O ruivo arqueia seu cenho desacreditado, mas apenas o deixa ir, voltando a conversar com a monitora que ainda o esperava.

Harry caminha em passos apressados para dentro da escola, percebendo Ethan parado em um dos pilares gregos do colégio, comendo uma espécie de caroço, provavelmente castanhas.

Ele se virou de imediato, cobrindo seu rosto com as mãos e desejando que Ethan não estivesse o visto. Harry realmente não tinha cabeça para conversar com ninguém no momento, imagine com Ethan.

Styles tinha seu coração disparado, ele se sentia angustiado, de certo modo, sempre havia algo lhe incomodando internamente, sempre, e ele nunca sabia exatamente o quê.

Sua respiração, antes apressada, agora estava entrecortada. Seu rosto estava suando e não fazia calor no momento.

— Porra. - Sussurrou para si mesmo, andando de um lado para o outro no meio da quadra.

— Heyy - Era a voz de Ethan. Caralho. — Nem me cumprimentou. - Sorriu beijando a bochecha de Harry.

— Você tem algo salgado?

— Oh... Isso é um novo jeito de-

— Não porra, acho que minha pressão está baixando. - Ele se afasta, questionando com os olhos fechados, a luz o incomodava.

— Hum, eu tenho biscoitos salgados na minha mochila - Respondeu desinteressado, abrindo um dos zíperes e pressionando a pequena embalagem contra o peito do menor, que apenas recolheu o pacote e saiu, comendo o biscoito enquanto caminhava, sentindo-se trinta por cento melhor.

Styles adentrou o colégio, jogando o que sobrou no lixo ao lado do bebedouro e se apressou para chegar em seu armário.

O corredor era pouco movimentado, já que os estudantes se concentravam nas quadras externas e não nos armários, como costumam fazer no inverno.

Harry observa as grandes janelas estarem abertas, revelando a área verde da escola, onde a maioria dos alunos se reuniam 'pra fumar antes das aulas. Alguns estavam deitados no gramado seco, parecendo bêbados ou mortos, enquanto outros estavam encostados em troncos de árvores, lendo seus livros ou mexendo em seus celulares.

Ele sente seus fios de cabelo o incomodarem, fazendo cócegas em seu nariz, só então ele se dá conta do quão bagunçado devem estar seus cachos.

O esverdeado coloca seu dedo entre o chaveiro de guitarra de suas chaves, e tenta arrumar seu cabelo, o jogando para o lado e ajeita uma mecha para trás de sua orelha, sentindo-se satisfeito com aquilo.

Styles tenta abrir seu cadeado, mas ele parece duro o suficiente para não deixar a chave ao menos virar. O garoto bateu o objeto contra o aço vermelho do armário, fazendo com que ele abrisse. Harry sorriu minimamente, satisfeito.

Ele bate a porta barulhenta contra o armário ao lado do seu, verificando seu horário e procurando pelos títulos nos livros malcuidados. Era foda que, por ser escola pública, os livros passavam de mãos em mãos por meses ou anos seguidos até que estraguem e a escola resolva comprar outros. Ou seja; Harry pode estar usando os livros de alguém que está concluindo a faculdade.

Quando verificou todas as matérias, ele trancou seu armário novamente, percebendo a chave emperrar no cadeado. Não era possível.

Antes mesmo que pudesse se estressar com aquilo, Harry sentiu uma mão agarrar seu braço, com certa força, assim como sentiu outra mão segurar sua cintura com pressão, aquilo foi o suficiente para fazê-lo morder os lábios e prender sua respiração.

Quando o aperto se tornou não-tão superficial, ele sentiu seu corpo ser virado, e suas costas se encontraram com o aço amassado dos armários atrás de si.

Ele franziu o cenho ao perceber ser Louis. Seu coração parecia ter desistido de bombear sangue por poucos instantes, ele sentia o hálito fresco e quente de mente atingir seu rosto e, por algum motivo, Tomlinson ainda segurava seu braço e sua cintura.

— Por que você contou para o Carter que eu trouxe maconha 'pra escola, Styles?

Sua voz não estava nem um pouco calma, como costuma ser, pelo contrário, ele parecia estar prestes a cuspir no rosto de Styles.

Harry, por sua vez, amarfanhou seu cenho, forçando seus dentes contra seu lábio inferior e o machucando, sentindo o filete metálico de sangue ser absorvido por sua língua.

Ele realmente estava puto da vida.

Porra, Louis mal o conhece para acusá-lo de tal maneira. Eles fumaram juntos, que porra estava passando na cabeça daquele garoto? Qual seria o sentido de o dedurar?

Tomlinson observou o rosto do garoto se tornar vermelho demais e sentiu as mãos de Harry se agarrem em seu paletó, em uma tentativa de rasgá-lo.

O que, aparentemente, deu certo.

Styles puxou os botões do paletó azul-marinho de Tomlinson para baixo, fazendo com que eles se descosturassem e a força que havia em suas mãos rasgasse o uniforme do acastanhado.

Logo o Styles o empurrou para trás com força, enfurecido o bastante 'pra Louis ter certeza de que não foi ele.

Harry jogou os botões no chão, mal se importando com o valor que era aquele uniforme.

— Eu fumei com você, seu imbecil do caralho - O garoto parecia tentar controlar sua voz. — Como você me acusa de uma porra assim? Sem mais nem menos? Eu não consigo expressar o quanto eu estou repudiando essa sua cara no momento. - Harry lhe aponta o dedo, parecendo querer chorar e, por Deus, pelo pouco que Tomlinson conhecia dele, ele deveria estar debochando da situação.

— Tudo bem que você pode me julgar pelas minhas ações, mas porra, você já vem me encurralado e me acusando disso, qual é o seu problema? - Questionou com lágrimas nos olhos, Louis estava em estado de confusão. Literalmente. Ele admitia que havia errado com Harry ao agarrá-lo daquela forma, sabe que não foi certo, se desculparia mais tarde por isso.

— Só tínhamos nós dois na biblioteca-

— Você não sabe! Estávamos na puta que pariu da biblioteca! Eu devo ter falado alto demais e alguém escutou, mas é mais fácil vir me acusar, não é? Até porque o diretor ia mesmo acreditar que eu estaria contando para ele que você trouxe maconha. Idiota. - Harry segurou as alças de sua mochila, as apertando com força em sua mão, saindo rapidamente. Louis segurou seu braço com cuidado, ainda tendo seu cenho franzido e seus lábios entreabertos.

— Desculpa, eu errei em fazer isso - Admitiu sincero. — Mas, Harry, você 'tá legal?

— Estaria legal se você não tivesse me acusado de ter te caguetado 'pro Carter. - Sua voz parecia ser magoada, era o que Tomlinson pensava, ou talvez estivesse apenas trêmula demais.

Porra, ele tinha feito Harry chorar? O quão ruim ele era 'pra fazer aquele merdinha chorar?

(Louis não está o xingando ao pensar "merdinha" tá? kkkkkkkkkk)

Quando Carter o recebeu com gritos no portão da escola, o fazendo passar vergonha, seu rosto literalmente aqueceu de tanta raiva. E ele simplesmente não podia retrucá-lo.
A única pessoa que veio em sua mente foi Harry, pelo quase-grito que ele soltou ao ver Louis retirar o pacote de dentro de sua mochila.

Porém ele não ficaria arrumando desculpas esfarrapadas para tentar se livrar daquilo, ele estava errado em ter, literalmente, encurralado Harry.

Mas estava se questionando sobre as reações de Styles, por que o garoto parecia tão vulnerável? Louis não deveria atribuir sentimentos às pessoas, deveria?

Ele deu de ombros, suspirando fundo e observando a situação que se encontrava seu paletó. Ele parecia com um morador de rua, levando em conta o quão encardido estava seu par de All-Star.

Tomlinson caminhou até o armário de Harry, retirando a chave emperrada do cadeado e verificando se estava realmente trancado.

Ele sentia que deveria ir atrás dele, se desculpar e explicar o fato de ter achado que foi ele, mas ao que tudo indicava, Styles precisava de espaço. Louis não invadiria isso.

Harry, por sua vez, não acreditava que havia chorado na frente de Tomlinson. Por Deus, ele o acharia tão idiota.

Mas do que valia o achismo de Louis?

Muitas pessoas acham muitas coisas de Styles e nem por isso ele se percebe chorando pelos cantos de Wassed.

— Seja bem-vindo a classe, você está oito minutos atrasado - A professora o encara entrando em sala de aula, ele ainda sem secar suas lágrimas e ainda tem sua respiração chiante. — Sente-se no seu lugar, Edward, estou no meio de uma-

— 'Tô indo. - Bate a porta atrás de seu corpo. E a professora arregala os olhos. Harry sabe que ela o ofenderia de alguma forma, como todos fazem.

— Espero que você se comporte na minha aula, Edward, eu não tolero malcriação, você está indo para a faculdade agindo como uma criança.

Ele apenas a encara, sem dizer nada. Alguns olhares ainda estão sobre sua pele, outros evitam olhá-lo e outros concordam com a professora.

Aquilo era tão rotineiro que Harry ao menos fez questão de se importar.

As coisas não caiam assim sobre seu colo, elas não caiam pesadamente, era mais como "pausadamente". Porém hoje parecia ter sido o dia para Styles pagar por todos os seus pecados.

Ele aguarda todos voltarem à seus afazeres para abaixar sua cabeça e a deitar sobre seus braços na mesa.

Harry escuta boa parte da explicação da professora,
até mesmo discute consigo sobre alguns tópicos citados, mas acaba por dormir, já que havia encontrado uma posição confortável naquele banco duro de madeira.

Os professores parecem gostar de quando ele dorme durante as aulas, já que ninguém nunca o acorda, nem mesmo para lhe dar uma bronca.

Ninguém se importava realmente com as notas ou o desempenho escolar de Harry, nem ele mesmo, aparentemente. Considerando que, sempre que ele acha estar prestando atenção em algo que os professores dizem, automaticamente ele está perdido em seu próprio mundo.

Enquanto dormia e a única coisa que o incomodava era o vento do elevador, esfriando seu corpo, ele sentiu alguém tocar em seu ombro e lhe chamar – não pelo nome que ele gostaria, mas pelo menos pareciam ter esquecido do apelido "escória da humanidade". Um garoto do período da tarde pedia para que Harry saísse de seu lugar, alertando que o professor já estava chegando para dar aula.

Harry ficou envergonhado, porque percebeu que todos o conhecessem, principalmente os professores do turno da tarde.

Ele não gostaria, mas correu para a biblioteca, desejando que Louis não estivesse lá, embora soubesse que era quase impossível não estar. E mesmo que estivesse, seria melhor estar junto à ele do que estar em sua própria casa.

Ele sorriu, pensando o quão foda era receber críticas em cada sala que entrasse, nem todo mundo tinha esse previlégio. Alguns eram amados por todos os professores, outros eram amados por metade, Harry era odiado por todos eles e, veja, o melhor de tudo: era recíproco.

Ao abrir a porta de correr, ele encontrou a biblioteca vazia, não havia ninguém sentado nas mesas, ou nas prateleiras procurando por livros, nem mesmo a bibliotecária estava ali.

Ele inspirou o cheiro de livros, aliviado por não encontrar ninguém. Deixando sua bolsa nas prateleiras exclusivas para isso e caminhou até o balcão, sentando-se na cadeira giratória e apoiou seus pés no chão, os forçando contra o assoalho e girando seu corpo de um lado para o outro, enquanto lia uma pesquisa já aberta no computador.

Harry formou um biquinho em seus lábios, não aguentando ficar girando por muito tempo, ele tateou seus bolsos, e encontrou um isqueiro colorido dentro do bolso de sua calça.

O acendendo e colocando sua língua para fora, ele sentia cócegas, mas rir o fez queimar seus lábios.

— Você é algum tipo de suicida ou algo assim? - A voz de Louis se tornou próxima, e Harry o assistiu sair do quartinho onde guardavam livros ainda não etiquetados. Ele segurava uma caixa, parecia estar pesada pela cor que suas mãos estavam, mas ele não demonstrava aquilo.

Styles revirou seus olhos, evitando o olhar por muito tempo, já que não gostaria de se sentir um merda.

— Ei? - Louis tenta sua atenção de alguma maneira, mas Harry continua tentando evitá-lo, acendendo e apagando o isqueiro.

Styles derreteu boa parte das laterais das teclas, era quase invisível, somente perceptível para ele pois o mesmo moldou as extremidades amolecidas das teclas com o fundo do isqueiro, as deixando mais arredondadas.

— Harry, qual é, eu já me desculpei. - Tomlinson se aproxima do balcão onde o cacheado está. Harry se irrita, jogando o objeto sobre a madeira e cruza seus braços, fitando Louis com certo debochar. — Me desculpa, de verdade, eu não sei o que fazer 'pra você me desculpar até porque a gente se conhece há menos de uma semana e eu não te conheço. Você tem razão, é mais fácil te acusar. Então só... Me desculpa. Agi de cabeça quente, estou admitindo isso. Eu deveria saber o quão ruim é ser julgado por algo que não fez...

Harry baixa seu olhar, encarando seus pés, os mesmos que ele bate freneticamente no piso de madeira.

— O diretor quase me agrediu na entrada - Ele sorriu, se apoiando no balcão e observando as bochechas infladas do cacheado. — Foi nojento, ele fala cuspindo. Ele me insultou tanto, Edward - Sorriu nasalado —, nunca fui tão xingado em toda minha vida... Mas, eu não trouxe hoje, então eu só discursei sobre ele estar me acusando de algo sem quaisquer provas, e Carter pareceu aceitar aquilo. O quão irônico isso é? Eu cometi o mesmo erro que ele depois.

Styles levantou seu olhar para o rosto suave de Louis, o assistindo desenhar algo com o indicador no balcão, parecia entretido.

— Você não quer falar comigo, tudo certo, eu te entendo. - Ele aceita, endireitando sua coluna e procurando por algo nos bolsos de sua calça. Styles percebe o rasgo que fez em seu paletó e sorri para si mesmo com aquilo. — Guardei suas chaves, seu armário está trancado, não se preocupe quanto à isso.

Ele joga as chaves para Harry, que as recolhe por seu reflexo, apertando as mesmas contra seu peito.

— Vou etiquetar as capas, já imprimi os adesivos e dividi os livros, você tem que ajudar. - Ele aponta para o monte de livros ao seu lado. Harry apenas lhe dá o dedo do meio, sentindo raiva dele.

Harry odiava receber ordens. Percebeu que a raiva que sentiu de Louis não era momentânea ou passageira.

Tudo o que ele fez foi deixar Louis sozinho.

E tentar discutir novamente com seus pais em casa.

Mas ele não conseguiu.

Nem mesmo uma palavra trocaram com o filho.

Harry odiava aquilo. O machucava por algum motivo, ele não gostava de saber que estavam o ignorando propositalmente, apesar de fazerem isso todos os dias, Harry tem certeza de que não é proposital, eles são apenas ocupados demais.

Pelo menos Scott o chamou para jantar.

Ele se pergunta o que seria de si caso chorasse todas as vezes nas quais discutisse com seus pais ou todas as vezes que sofresse com aquela merda de silêncio.

Ele não precisava daquilo, não precisava chorar 'pra canalizar o que quer que estivesse sentindo, ele poderia fazer outras coisas, como: desenhar, ou... Quase furar as folhas com a ponta de sua caneta.

Então no início da madrugada, Harry encarava as estrelas brilhantes coladas no teto de seu quarto, elas estavam quase se apagando por conta do tempo em que estão coladas ali.

Ele tinha seu corpo todo desenhado com caneta preta em gel, os desenhos não haviam sentindo algum. Uns eram mais macabros que os outros. Outros eram mais fofos que uns, e assim sucessivamente, até toda a sua barriga estar desenhada e vermelha, assim como seu rosto. Totalmente borrado de tinta preta, e vermelho, de tanto Harry esfregar sua pele, na tentativa de apagar um desenho malfeito.

Ele sabia que levaria mais de dois meses 'pra que as coisas se consertassem totalmente em sua casa.

E era uma merda, principalmente quando faltavam menos de duas semanas para seu aniversário de dezoito anos.

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