🛡️ A fuga🛡️

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Passau, Alemanha 1943

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Passau, Alemanha 1943

- Novamente este mesmo sonho, este mesmo garoto, este mesmo castelo, esta mesma voz... _ Nas últimas semanas tem sido sempre o mesmo sonho com um garoto de cabelos e olhos negros como a noite, um velho castelo e uma voz que de tão estrondosa se assemelhava a um trovão me dizendo que tenho que salvar alguém em um lugar chamado Hog...Hog... Hogwarts! Um nome estranho sem dúvidas que lugar se chamaria assim? Quer dizer, como se eu conhecesse outros lugares além desta casa e como eu salvaria alguém? Mal sei se eu me salvarei esta noite. Este sonho é estranho e insistente para dizer o mínimo, mas agora não tenho tempo para isso.

Pego minha mochila surrada e a coloco sobre os ombros a única coisa que contém dentro dela é um pequeno entalhe de leão que sempre esteve comigo, não sei explicar mas tenho grande apego a peça a ponto de dormir com a mesma em mãos todas as noites desde de que eu era uma criança. De certa forma o objeto parecia trazer conforto, uma espécie de calmaria neste caos que é a minha vida. A mochila só servirá realmente caso encontre algo de útil para guardar, o que poderia não acontecer, mas prefiro estar preparada do que não estar.

A madrugada está fria e a neve cai do lado de fora. O momento perfeito para alguém fugir da morte certa para ao menos ter o benefício da dúvida.

Abro vagarosamente a janela torcendo para que não fizesse nenhum barulho alto o suficiente para acordar Ketriane e Dominus que dormiam no corredor ao lado. Com cuidado passei o meu corpo fraco e debilitado pela má alimentação pela pequena janela. Estremeci não só pelo ar gélido que veio de encontro ao meu corpo, mas pelo medo de ser pega em mais uma das minhas tentativas de fuga, mas eu serei mais esperta e cuidadosa desta vez se o fracasso havia me ensinado algo era como planejar e executar as coisas de maneira mais eficiente. Desta vez não poderia haver erros ou estarei em um trem com destino a Auschwitz amanhã à tarde.

A altura é consideravelmente alta, talvez a neve ampare a minha queda, mas talvez não. Não posso me dar o luxo de ter dúvidas no momento e assim lancei o meu corpo contra o chão fazendo com que os meus joelhos se chocassem contra a neve macia. Rapidamente me levanto e olho ao redor para verificar se alguém teria ouvido alguma coisa, mas como o esperado todas as casas estavam escuras. Havia apenas a iluminação fraca das candeias postas no alto dos postes da rua. Tendo esta certeza segui o meu rumo por onde quer que eu estivesse indo, o que eu não faço a mínima ideia no momento.

- Eu não posso ir pela cidade seria vista facilmente pelos soldados nazistas que montam guarda á esta hora_ ponderei comigo mesma abraçando o meu corpo em uma tentativa falha de me aquecer, sem muitas opções optei por seguir pela floresta onde também correria riscos afinal os soldados poderiam estar à procura de judeus que estavam tentando fugir para escapar dos ideais de um homem que acredita que ser um puro ariano era sinônimo de ser uma espécie de criatura superior a qualquer outra etnia os chamados "indignos deste mundo" com ênfase em judeus como já ouvi em um de seus discursos nojentos. Apesar de não ser uma deles, acho que entendo ao menos em parte como se sentem, estão fugindo para sobreviver e eu estou fazendo o mesmo. Ao contrario do que Ketriane e Dominus dizem eu não me sinto envergonhada ou enojada por "parecer" com eles, nem sempre pensei assim, mas não tenho tempo para pensar nisto, não agora, precisava agir ficar parada não era uma opção, sendo assim que seja a floresta então.

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