𝐃𝐞𝐬𝐩𝐞𝐝𝐢𝐝𝐚

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𝕭𝖆𝖊𝖐𝖏𝖊

𝐎 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐬𝐞 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐨𝐮 𝐟ú𝐧𝐞𝐛𝐫𝐞 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚 𝐦ú𝐬𝐢𝐜𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐨𝐚𝐯𝐚 𝐞 𝐚 𝐭𝐫𝐢𝐬𝐭𝐞𝐬𝐚 𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐯𝐨. 𝐀 𝐧𝐨𝐭í𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐨𝐮 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐮𝐦 𝐬𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨, 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐞 𝐭𝐨𝐫𝐧𝐚𝐫 𝐚𝐩𝐞𝐧𝐚𝐬 𝐝𝐨𝐫 𝐚𝐨𝐬 𝐨𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐜𝐡𝐨𝐫𝐚𝐯𝐚.

Pela manhã, o povo se juntou à praça central do Reino de Baekje, ao ver que o representante legal do Reino, agora detinha em mãos um aviso, ao qual muitos já esperavam, cansados de contar aos dedos os dias que seus Reis se quer apareciam na porta do Palácio para olhar por eles, sabiam que tinha algo de errado acontecendo e muitos resolveram se calar, aceitando a dor de que estavam esquecidos por seus monarcas e viviam suas vidas calmamente, com o pouco que lhes restava. Muitos até subestimaram a força do jovem príncipe agora sozinho em sua cama, apenas vendo as nuvens densas da forte chuva que se aproximava encobrir os céus e escurecer ainda mais o coração dele que se tornou sofrido e gélido, o fazendo chorar outra vez… aquele sentimento ingrato de impotência que abalou à todos após a morte do Rei e da Rainha ser noticiado em voz alta por aquele homem de vestes escuras e um brasão ao peito, logo após isso pode-se ouvir o som triste de uma música fúnebre enquanto a bandeira com o simbolo do Reino estampada nela era erguida na pilastra, algumas pessoas levaram as mãos ao peito e resaram de acordo com sua religião, e outras apenas se viraram de costas e abaixaram o olhar em respeito antes de voltar ao trabalho. Ouviam os trovões se misturando com a música, tornando o clima mais pesado e triste… Logo todos saberiam, não só o povo de Baekje, como também dos reinos de Silla e Koguryo, que ficaram abismados com a notícia tão repentina, e se perguntariam "Como? Como isso pode acontecer?", bem, você sabia o porquê, assim como Jungkook, embora parte da história ainda fosse uma incógnita, e talvez permanecesse assim se não aparecem culpados ou testemunhas, mas quem se entregaria por assassinar o Rei? Ninguém, essa era a resposta, ninguém…

S/N: Você precisa comer… – Disse em tom baixo ao adentrar o quarto de Jungkook outra vez, acompanhada da jovem senhora que se preocupava com a saúde do príncipe. Já era um novo dia, embora o clima o tornasse escuro o suficiente para parecer tarde, e ele ainda se recusava a comer, estava agarrado ao travesseiro, olhando em direção a janela, enquanto sentia um peso no peito, capaz de faze-lo chorar o que não conseguia mais, ficando calado enquanto você tentava ainda falar com ele diante daquele situação. – Você não pode me ignorar assim, eu sei que está doendo o suficiente e entendo que queria ficar sozinho, mas eu prometi que ia cuidar de você e é isso o que eu vou fazer… – Disse à ele após se aproximar da cama e acariciar os cabelos dele, Jungkook olhava fixamente para a janela, mesmo com você estando bem em frente à ele, parecia invisível agora e sentia seu coração pensar em angústia. – Pode por gentileza preparar um banho quente para ele? – A empregada do Palácio assentiu calmamente e logo saiu do quarto, teria que pegar água para esquentar e encher a banheira, era sempre trabalhoso mas era por uma boa causa.

JK: As pessoas agora já devem saber… Sobre os meus pais. – Você ia se afastar dele quando o escutou falar, Jungkook se sentia um pouco mais a vontade agora que só estava você diante à ele. – Eu ainda esperava que meu pai e minha mãe pudessem passar pelo portão e dizer que estavam bem, embora a raiva que eu também esteja sentindo pelo o que ele fez seja tão grande quanto a minha tristeza… Sinto que jamais seria capaz de perdoa-lo e me torna-se alguém ingrato o suficiente para me tornar monarca e prender meu pai, faze-lo pagar pelos erros dele de uma maneira honesta… mas a morte? Sinto que ele pagou com isso, e é essa dor que eu não compreendo S/N… – Voltou a se aproximar dele e se sentou na beira da cama, segurando as mãos de Jungkook, começando a acaricia-las, uma tentativa de fazer ele se sentir bem com um pequeno gesto em volto de palavras.

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