Capítulo 15

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" Você quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem" (L. Frank Baum)

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- Não

- Lili – Fecho os meus olhos com força mas mesmo a escuridão não consegue me afastar desse pesadelo, porque só pode ser isso, um sonho, e daqui a pouco vou acordar e ver que tudo não passou de uma ilusão infernal. – Lili, por favor

- Para de me chamar assim – Abro os olhos e me levanto, Enzo, Naty estão ao meu lado, me olhando preocupados, minha cabeça gira – Vai embora.

- Não, me escuta ok? Só por um minuto

- Te escutar? – Forço um riso e pego minha bolsa – Saia da minha frente Daniel

- Eu só quero falar com você, deixa eu te explicar...

- Explicar o que? – Encaro os seus olhos da mesma cor dos dele e desvio o olhar – Não quero suas explicações, você não existe pra mim, não mais, não depois daquilo.

- Lívia, eu era uma criança, eu não sabia – Ele dá um passo à frente e eu um atrás indo direto para os braços de Enzo que me seguram, vendo a minha expressão Murilo entra na sua frente.

- Não se aproxime

Daniel franze a testa e olha para ele, o desafio está claro nos seus olhos.

- Não pode me impedir, saia da minha frente, eu quero falar a sós com ela.

- Tente – Vejo os punhos de Murilo se contraindo e os olhos de Daniel faiscando com raiva, coloco a bolsa no ombro e pego a mão de Murilo na minha o puxando para longe.

- Milo, me leve para casa – Vendo sua hesitação, o puxo com mais força – Por favor

Com isso ele pega minha mão e a aperta antes de puxar em direção a porta.

- Lívia volte aqui, você é minha irmã caramba – Sinto quando Milo hesita, mas continuo andando e é em silêncio que continuamos, até o elevador, até o carro, até a casa de Enzo. Faço uma careta e não faço nenhum movimento de sair do carro.

- Quero ir para o meu apartamento

- Eu sei, mas é aqui que vai ficar – Ele desce do carro, e depois de um minuto eu o sigo, vejo Beca e as crianças antes de ir até o meu antigo quarto. Jogo a bolsa na cama e tiro os meus sapatos antes de me sentar no sofá perto da janela, tento focar minha atenção no sol se pondo, nos carros passando, em qualquer coisa que me tire das lembranças, dos rostos.

- Soube que um carinha bem arrogante te tirou do sério hoje – Não viro o rosto para a porta, mas vejo Beca vindo até mim. – É sério assim?

Dou de ombros e enxugo uma lágrima que escapa antes dela ver, mas é claro que sendo mãe de gêmeos ela não perde um movimento.

- Enzo mandou uma mensagem dizendo que já está vindo – Afirmo de leve, e ela me dá um beijo na cabeça antes de sair.

Se passa alguns minutos, vejo o meu celular acendendo algumas vezes, vejo o sol se transformar em lua e vejo as estrelas tomarem o céu, mas é só quando Enzo entra pela porta que me permito respirar aliviada. Ele se senta ao meu lado, me puxando para o seu lado, apoio a minha cabeça em seu peito ouvindo as batidas constantes e fecho os olhos.

- Preciso que me diga o que fazer Lyra – Balanço a cabeça em negativa e ele me aperta mais forte – Não sei o que fazer, e isso está acabando comigo.

Penso por um momento, sopesando as palavras.

- Ele disse o que queria? – Minha voz sai rouca, e pigarreio de leve

10 MinutosWo Geschichten leben. Entdecke jetzt