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Newt se recusou a falar com você. Depois da façanha que havia feito, ele sabia que qualquer coisa que passasse por seus lábios seria escroto, algo que nenhum ouvido merecia ouvir. Não importa o quanto ele quisesse gritar e chorar bem na sua frente, mostra-la o quanto o que você fez o assustou, ele sabia que não podia. O Scorch já era um lugar terrível o suficiente para se perder. Ele não precisava adicionar nenhum desconforto extra para ninguém.

- Newt, apenas diga algo para ela. Ela salvou sua vida. - Thomas disse suavemente enquanto alcançava Newt, que caminhava pela areia profunda o mais rápido que podia enquanto mancava. O loiro apenas olhou para frente com desgosto pra você cujo cabelo estava aparentemente brilhando na luz do sol poente.

- O que você espera que eu diga? - ele estalou e puxou as alças de sua mochila ainda mais apertadas.

Thomas olhou para o amigo com descrença.

- Eu sei o quanto ela significa para você. - Thomas começou, olhando para Newt, cujos olhos ainda estavam grudados na garota à frente. - E você não pode simplesmente excluí-la por causa do que ela fez.

Thomas tinha visto tudo e entendeu por que Newt estava chateado com você.

Eles tinham acabado de escapar do W.I.C.K.E.D. e estavam em um antigo shopping abandonado. Cranks começaram a rastejar para fora de cada fenda e começaram a persegui-los. Newt foi jogado no chão por um que quebrou uma janela e você foi a primeira a notar, ao seu lado em um segundo. Você se jogou no que costumava ser uma figura humana, caindo direto sobre um ressalto de três metros.

Você teve a sorte de pousar bem na manivela que amorteceu sua queda, não perdendo tempo em finalizá-la. Foram lamentos desumanos de agonia ecoando pelo prédio desolado.

- Vai! Eu vou te encontrar lá fora! - você gritou para Thomas, que pairava sobre a borda. Você acenou com a lanterna e desapareceu na escuridão. Thomas pegou Newt e o forçou a avançar com os outros.

Quando eles finalmente conseguiram sair, eles se refugiaram sob algumas pedras que costumavam ser pedaços da construção. Mas, ainda não havia sinal seu. A noite inteira, os alegres permaneceram sentados em silêncio. Esperando, rezando, que eles pudessem apenas obter um traço de som para indicar que você estava viva. Ninguém dormiu até que o sono fisicamente os puxou.

No instante em que o sol da manhã apareceu sobre as dunas ao longe, uma pequena silhueta começou a se aproximar.

- N-Newt! - Thomas resmungou, batendo nas costelas do amigo. - Levanta, cara!

Apertando os olhos, o loiro reconheceu a figura que se aproximava em segundos.

- Que droga! Eu procurei por vocês! - você exclamou e aceitou os abraços de Minho e Thomas em descrença. Você zombou levemente quando Newt finalmente apareceu e se aproximou.

Newt apenas baixou os olhos para o chão com ressentimento e te empurrou, a força inesperada te jogou no chão.

- Newt! - Minho gritou e estendeu a mão pra você, imediatamente.

- Vamos. - Newt exigiu e Thomas podia ver a raiva, confusão e dúvida crescendo dentro do garoto.

- Vamos lá. - Thomas agarrou seu ombro e deu um sorriso fraco.

O menino não pôde deixar de ver isso como a última coisa que eles precisavam agora. Você e Newt trabalharam juntos para manter todos os outros avançando. Mas no momento em que se separaram, ele sabia que todos os outros também iriam.

- Excluir ela? Talvez seja isso que eu preciso fazer, Tommy. Eu não quero estar perto dela se ela vai se matar! - ele parou e se virou para Thomas, cerrando a mandíbula.

Uma confusão indescritível de emoções cresceu nos olhos de Newt e Thomas percebeu que ele estava prestes a transbordar.

- Vocês estão bem? - Minho gritou de volta para os dois meninos que estavam olhando um para o outro, a discordância muito evidente. Newt se virou para ver você e Minho parados, olhando para eles, suas silhuetas mal iluminadas pelo sol poente.

- Estamos bem. - Thomas murmurou de volta quase inaudível por causa do vento que soprava ao redor deles.

Hesitantemente, todos eles caminharam em direção a um velho navio despedaçado meio enterrado na areia.

O fogo que eles acenderam mal conseguia permanecer aceso, oferecendo quase nenhum calor. Todos ficaram sentados em completo silêncio, os estalos e gemidos do navio enchendo seus ouvidos. Havia uma sujeira no ar que todos podiam sentir o gosto na boca, e todos sabiam sua origem. No momento em que você se ergueu do chão e desapareceu no escuro, todos os outros olharam para Newt com olhares condescendentes.

- Vá falar com ela ou eu arrasto sua bunda amorosa de pônei até lá. - Minho resmungou.

Hesitante, Newt se levantou porque sabia que não tinha outra opção. Ele tropeçou passando pelo fogo e cautelosamente arrastou os pés na direção em que você tinha ido, esperando seus olhos se ajustarem à escuridão. Com certeza, era que você lá estava, sentada contra um tronco olhando para o céu sombrio.

- Ei... - murmurou Newt, sentando ao seu lado.

- Oi... - murmurou de volta, olhando para ele com um sorriso fraco e triste. - Eu realmente sinto muito pelo que fiz. Eu só...

- Você poderia ter morrido.

As palavras de Newt atingiram seu peito como adagas.

- Mas eu não fiz. - você sufocou uma risada e rezou para que seu rosto mostrasse algum tipo de emoção.

- Você não entende, S/N. Se você morrer, e-eu não sei... Eu não posso fazer isso sem você. - ele admitiu, esfregando as mãos nos joelhos ansiosamente. O menino sentiu como se suas tripas estivessem queimando, sentado em silêncio ao seu lado.

Você olhou Newt com descrença. Sentiu como se seu coração tivesse sido nocauteado.

- Sim você pode. Do que você está falando? - você girou o corpo para ficar de frente para ele e ele te olhou, seus olhos castanhos mal iluminados pelo luar.

- Não, não posso. - Ele zombou e agarrou as suas mãos, tentando aquecê-las. - Nós percorremos um longo caminho e já passamos por muita coisa. Se eu te perdesse agora, toda essa luta seria inútil.

Você ficou não entendeu aonde ele queria chegar.

- Newt..

Ele soltou suas mãos e as esfregou na calça surrada.

- Vamos ver os outros. - se levantou. - É melhor voltarmos.

Newt queria te dizer o que sentia. Ele queria. Mas, ficou com medo de pela primeira vez na vida ser rejeitado. Sua face de confusão só o ajudou mais ainda a pensar que o que ele sentia por você não era recíproco, então, tentaria apenas deixar isso de lado e seguir seus dias indeterminados como um simples amigos. E então ele desapareceu. Se foi.

E mal sabia você que ele nunca mais voltaria.

Boa noite, bebês rs


iɱɑgiɳɛร ɗiѵɛʀรѳรWhere stories live. Discover now