aleх мercer⁵

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- Sn, você está me ouvindo?

Você se virou rapidamente para encarar a morena com um olhar furioso e sugestivo pra você.

- Ahm? O que?

Ela fez cara de tédio.

- Sério Sn? De novo?

- De novo o que? - você moveu ps ombros em sinal de confusão.

- Eu to falando há horas com você e parece que você nem está ouvindo. - ela cruzou os ombros na altura dos seios. - O que está acontecendo?

Você deu de ombros.

- Não tem nada acontecendo.

Ela arqueou uma das sobrancelhas.

- Você vai me dizer agora eu prefere que eu descubra?

Você revirou os olhos, se levantou da cama onde estava e se encostou na penteadeira com os braços cruzados. Você olhou para Julie. Você sabia que ela não iria desistir tão fácil, ela era insistente.

- Já faz duas semanas desde que eu vi a mamãe. - você murmurou tão baixinho que quase não deu pra ouvir.

- Como?

Você revirou os olhos e fez um barulho com a língua, olhando nos olhos da mais nova e falando mais alto.

- Eu vi a mamãe.

- O que? Quando-

- Há duas semanas. Só eu.. - você engoliu em seco. - E ela.

Depois do dia em que você saiu da casa de sua mãe, você decidiu que não voltaria lá nem tão cedo. Você correu de volta pro seu apartamento e se trancafiou no quarto, após muito choro você acabou pegando no sono. Quando amanheceu você decidiu que não queria que os outros soubessem pela relação difícil que teve durante a metade de sua vida, então, você se levantou e continuou sua vida, passando despercebida pelos outros. Ou pelo menos, era o que você achava.

Todos os dias Alex e os meninos procuraram por você. Segundo Julie eles sentiam sua falta. Reggie dizia que sentia falta dos seus abraços quentinhos, Luke que esperava você o mostrar todos os seus piercings e Alex, que alegava sentir sua falta e vontade de te tocar todos os dias. Ele até tentou manter contato mas você achou melhor não, não depois do que aconteceu.

Julia pareceu exitar.

- Você... Você quer conversar sobre.. Que?

- Não.

- Tuuudo bem, então.

Todos da família sabiam que você e sua adotiva mãe nunca se deram bem por parte dela, você sempre tentou ser uma filha cuja qualquer pessoa gostaria de ter. Mas ela não se importava. Ela nunca quis você. Ray de todos era o único que sabia o que você tinha passado, inclusive te tirou de toda essa confusão.

Quando Ray pediu que lhe adotassem como filha ele nunca achou que sua vida seria melhor se você continuasse no orfanato. Ele sempre notou um comportamento estranho quando seu padrasto estava por perto, chegou a discutir com sua "mãe" sobre. Com muito custo você contou à ele o que se passava naquela casa que lhe trazia arrepios numa tarde quando ele te levou para brincar com Julie.

Apesar de todo o transtorno e confusão que se passava pela mente de seu tio, ele prometeu tirá-la de lá o mais rápido possível, ainda incrédulo de que sua irmã acobertava o marido.

Quando você completou onze anos, você teve o seu primeiro aborto espontâneo. Nem havia se passado pela sua cabeça o que seria, você ficou apavorada com a quantidade de sangue e dor que viu e sentiu. Você chegou a recorrer a Marisa mas ela apenas lhe jogou alguns absorventes internos antes de sair de casa. Te deixando perder seu filho. Quando foi a sua primeira consulta com um ginecologista, você descobriu que ainda não havia menstruado e nem sentiu dores de cólicas, mas sim de perder um bebê.

iɱɑgiɳɛร ɗiѵɛʀรѳรOnde histórias criam vida. Descubra agora