26. DESEJO

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Acordei com dificuldades para abrir os meus olhos. O sol entrava pela grande janela causando um forte incomodo contra meus olhos. Eu sentia meus olhos queimarem por causa da claridade exagerada do sol. Estava mais forte que o habitual.

Olhei para o meu criado mudo para checar o horário em meu velho despertador, mas não o encontrei. Procurei pelo meu celular pela cama e também não o achei.

— Está procurando por isso, bruxinha? — falou Dominic, sentado na janela. Ele estava segurando o meu celular.

— Sim, err... Que horas são? — perguntei.

— Umas duas da tarde, por aí. — ele deu de ombros.

— O que! Por que não me acordou? — me levantei as pressas — E a Kora?

— Alec disse que cuidaria dela por hoje.

Eu suspirei. Mesmo depois de o Alec ter dito para que eu não me acostumasse com ele indo buscar a Kora, eu ainda estava fazendo-o fazer meu trabalho.

— Você parecia cansada e com seus pesadelos na noite passada não quis te acordar — ele devolveu meu celular — ah! E a Corey não parou de mandar mensagem até ligar e eu atender.

— O que você falou, Dominic? — arregalei os olhos checando as mensagens da Amber.

— Eu disse que você teve uma looonga noite e que não iria para escola hoje — ele sorriu debochado.

— Ai meu deus! Ela vai achar que eu dormi com você! — coloquei a mão sobre a testa.

— E não dormiu?

— Não... Quer dizer sim, mas ela vai pensar no outro sentido. —Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro.

A Amber já não gostava de me ver com o Dominic e se ela pensar que transei com ele, ela me mataria.

— Ela vai achar que nós transamos? É com isso que você está preocupada? — Eu o encaro. Ele estava me olhando de um jeito malicioso arqueando uma sobrancelha. Aquele jeito que eu não conseguia resistir. — Ah qual é, bruxinha! Isso é tão horrível assim?

— Eu não quero que ela imagine coisas que não aconteceram.

— Então vamos transformar isso em uma verdade.

Um frio passou pela minha barriga. Eu nunca havia pensado nisso, mas a atração naquele momento poderia me dominar.

As borboletas no meu estômago se debatiam e minha respiração acelerava aos poucos. Nós nunca havíamos falado sobre isso, afinal, com nossos problemas de autocontrole ter relações com o Dominic poderia ser perigoso.

Uma de suas mãos veio de encontro do meu rosto, colocando as mechas alaranjadas atrás da minha orelha. Lentamente ele aproximou nossos lábios, beijando-me intensamente. Com uma mão em sua nuca e a outra em sua cintura eu o aperto contra mim.

Minha respiração, que rapidamente ficou descompassada, fez com que ele continuasse o beijo com mais intensidade que antes. Ele pôs suas duas mãos em minha cintura logo me apertando contra si. E assim continuamos por um longo tempo. Havia sido o nosso beijo mais longo. Minha respiração aos pouco se esvazia.

Dominic parou o beijo e sorriu para mim. Mesmo sentindo o ar faltar em meus pulmões eu o puxei para outro beijo. Dessa vez eu tinha a necessidade de sentir cada centímetro do seu corpo.

Após imaginar nós dois nos amando e compartilhando gemidos, isso não sairia da minha cabeça até que eu o sentisse.

Ele lentamente me acompanhou até a cama sem que os nossos lábios se separassem. Eu o puxei cada vez mais. Precisava de mais dele. Seus beijos. Seu abraço. Seu corpo.

— Mália, você está segura disso? — murmurou ele.

— Sim. Eu estou! — Eu o beijei novamente enquanto descia minhas mãos pelo seu corpo.

Eu não tinha certeza do que estava dizendo. Eu só queria aproveitar o momento e senti-lo cada vez mais. O desejo carnal de repente me dominava.

—Não. Não podemos fazer isso — falou Dominic, se afastando.

— Mas eu quero você!

— Não podemos — Ele levantou-se e caminhou até a janela, sentando-se na mesma — Eu só consigo pensar em sugar o seu sangue. — Ele arfou — Achei que eu pudesse me controlar, mas está se tornando impossível.

— Isso tem relação com a lua de sangue?

— Provavelmente — ele me encarou com uma expressão triste — Eu não quero perder o controle e te machucar.

— E você não vai — caminhei até ele — Sei que isso pode ser complicado e sei que nós dois somos um perigo um para o outro, mas eu estou disposta a me arriscar — parei ao vê-lo me encarar. Respirei fundo e continuei — Porque eu quero você!

Ele negou com a cabeça protestando, mas antes que ele falasse algo eu continuei:

— Eu não queria ir tão rápido assim, mas eu não consigo resistir a você. — coloquei minhas mãos em seus braços — Eu nunca me senti dessa maneira. Nunca alguém havia me tratado como você. Antes todos me viam como a coitadinha que perdeu os pais, mas você agiu sem olhar por esse lado. Foi um pouco exagerado da sua parte, mas tudo bem — Ele sorriu de lado. Seus olhos brilhavam ao escutar cada palavra que saia da minha boca — E agora que tenho a melhor parte de você não posso deixar de te querer ainda mais.

— Então você não tem medo de mim? — Ele espremeu os olhos ao sorrir.

— Um pouco. —  retruquei sorrindo — Afinal, você tentou me matar!

— Tecnicamente eu queria assustá-la, mas você me fez perder o controle. — ele deu de ombros, sorrindo.

— Não precisamos fazer isso se você não puder se controlar, mas quero que saiba que eu estou pronta para você.

— É muito corajosa — ele levantou uma sobrancelha.

— Estou tentando — sorri.

Ele permaneceu em silêncio por um tempo. Parecia estar cogitando todas as opções antes de falar novamente.

— O que vai fazer amanhã à noite? — perguntou. Seus olhos ainda brilhavam e seu sorriso nervoso estava aparente.

— Cuidar da Kora.

— E depois?

— Depois vou dormir. Você sabe.

— Gostaria de ir ate o lago comigo? — diferente do tom corajoso de sua voz, seu rosto demonstrava nervosismo. Ele achava mesmo que eu seria capaz de recusar um pedido dele?

— O que faremos lá?

— Ainda não tenho certeza. — ele sorriu nervoso — Mas quero passar algum tempo com você.

Eu apenas sorri para ele e confirmei com a cabeça. Ele sorriu mostrando os dentes. Era lindo demais.

Dominic levantou-se. Ele beijou minha testa e caminhou até a porta.

— Nos vemos amanhã à noite.

— Você não vem hoje à noite?

Ele negou com a cabeça.

— Vou caçar. Se quero passar uma noite com você, não posso deixar a sede me dominar. — disse e saiu do quarto.

Ele parecia muito frustrado. Não conseguia imaginar o quão difícil era para ele controlar sua sede perto de mim. E agora com a lua de sangue se aproximando, deveria ser ainda mais difícil.

Após alguns segundos perdida em meus pensamentos, caminhei até o banheiro para tomar um banho rápido.

Lembrei-me dos lábios do Dominic nos meus. Todo aquele sentimento de rejeição que existia entre nós desapareceu completamente.

Recusei por muito tempo os pensamentos que diziam que eu estava atraída por ele. Não posso mais negar o que eu sinto por ele. É mais forte que eu.

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A Última - Saga A Última ● Livro 1Where stories live. Discover now