03. OS BYRON

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Na manhã seguinte abri meus olhos com dificuldade por causa da forte luz que entra pela minha janela.

Eu deveria tê-la fechado.

Meus músculos estão mais relaxados, depois das três horas de vôo e mais cinco de carro acho que eu precisava mesmo de uma boa noite de sono. Sentei-me na cama e me espreguicei. Levantei-me e caminhei ate a janela. O jardim da mansão é lindo durante o dia. Pelo menos uma boa vista ao acordar nessa mansão assustadora.

Escutei minha porta abrir aos poucos e avistei a garotinha passar por ela. A menina evitou o contato visual e sentou-se no recamier sem dizer uma palavra.

Ela tinha o tom de pele tão branco como o Dante e o Dominic. Seu cabelo longo e preto estava solto para trás e seus olhos grandes e azuis agora estavam presos em mim. O que a deixava bem sombria. Ela parecia querer falar, mas ao mesmo tempo parecia querer me evitar. Nunca tive esse tipo de experiência com crianças, as que eu conheci eram bem mais barulhentas.

— Olá, você deve ser a Kora. — falei e me sentei ao seu lado.

Ela pareceu surpresa, permaneceu em silêncio por um instante. Ela brincava com seus dedos enquanto os encarava.

— Você é quem será a minha nova irmã? — Ela me encarou pelo canto do olho.

— Serei sim — Sorrio — Por um tempo.

— Você vai me abandonar não vai? — Ele me encarou — Como as outras fizeram...

Eu encarei a pequenina. Sua voz melancólica fez meu coração derreter. Lembrei-me do que a Amber me contou. O que será que aconteceu para que todos os funcionários anteriores pedissem demissão? Deve ser horrível essa situação para uma garotinha de apenas dez anos de idade.

— Quem sabe eu fique mais tempo que o combinado. — Falei e ela franziu testa — Podemos nos tornar grandes amigas até lá.

Escutei duas batidas na porta e vi Dante adentrar no quarto aos poucos.

— Kora? — Ele procurava a garotinha com os olhos, e a lançou um olhar de desaprovação ao vê-la sentada ao meu lado — Kora não é educado entrar no quarto das pessoas enquanto elas dormem.

— Mas ela não estava dormindo quando eu entrei — ela falou com inocência e olhou para mim.

— Está tudo bem — falei e alisei o cabelo da pequenina. Ela se surpreendeu com o gesto, mas sorriu.

Dante suspirou.

— Kora vá se arrumar para o café da manhã — Ele falou e a garotinha saiu do quarto emburrada — Me desculpe por isso, ela costuma ser desobediente as vezes. Espero que possa me ajudar a melhorar seus modos.

— Pode contar comigo, farei o meu melhor — Falo entusiasmada.

Ele sorriu.

— Estaremos lhe esperando na sala de jantar para comermos juntos.

Eu acenei com a cabeça e ele saiu do quarto.

Rapidamente caminhei em direção ao banheiro para fazer minha higiene matinal. Depois penteei meu cabelo e fiz uma trança para o lado. Coloquei uma calça e uma blusa com mangas curtas e sai do quarto. Eu jamais me arrumaria com essa velocidade toda, mas eu não pretendia me atrasar para o primeiro café da manhã junto com minha nova família.

Enquanto descia o lance de escada fiquei perdida por não saber onde ficava a sala de jantar, afinal ainda não conheço a casa. Escutei o Dante me chamar e segui o som de sua voz até a sala de jantar. O avistei sentado na longa mesa me convidando para sentar. Também estava aqui o Dominic, a Kora e mais um rapaz ainda desconhecido por mim.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora