15. MALEFICIS

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Após um longo banho frio para esfriar minha cabeça, caminhei para minha escrivaninha. Eu tinha lição de matemática para fazer. Peguei algumas respostas da internet já que estava impossível de resolver os cálculos sozinha. Eu não estava conseguindo pensar direito hoje. Após terminar a lição guardei meus cadernos na mochila.

Olhei-me no espelho de minha penteadeira perguntando-me se essa calça jeans e a camisa de manga comprida iriam me proteger do frio da mansão. Hoje eu pretendia explorá-la. Já que não precisei cuidar da Kora hoje, tive o resto da tarde livre e agora a noite também.

Sai do meu quarto e escutei risadas vindas do quarto da Kora. Ao passar pelo mesmo, observei pela porta entreaberta que ela, o Alec e o Dominic estão se divertindo enquanto jogavam cartas.

Segui em direção ao lado oeste da mansão permanecendo no segundo andar. Havia um corredor enorme com várias portas. Em uma delas eu já sabia o que havia. Era a sala em que vi o Alec tocar piano. Então eu não tinha intenção de ir até lá.

Eu caminhava com calma pelo corredor. Reparei que nas paredes havia fotografias em grandes molduras dos quatro irmãos. Em uma delas eu pude reconhecer que eles estavam em frente à torre Eiffel, em Paris. Em outra eles estavam em frente à torre inclinada de pisa, na Itália.

Em todas as fotografias eles estavam em frente a algum monumento histórico famoso. Em algumas fotos suas roupas eram mais antigas, como as do século 80 ou 90. Isso me chamou atenção. Mas uma família tão rica como a deles deve demorar mais para atualizar o vasto guarda-roupa cheio de roupas caras. Mas não explica as roupas da Kora aparentarem ser de outra época quando ela só havia dez anos.

Ao passar por uma porta maior que estava entreaberta, não pude deixar de notar aquele cheiro. O cheiro de livros. Abri a porta um pouco, o suficiente para que eu pudesse passar e me deparei com uma enorme sala cheia de livros, muito bem organizados em estantes fartas.

A sala tinha o mesmo tom de cores e a mesma decoração do resto da mansão. Três lustres tupiara dourados iluminavam o ambiente. Dois sofás de couro estavam centralizados no meio no local. Havia uma biblioteca dentro desta mansão e eu não sabia.

Caminhei pelas estantes dedilhando cada livro. Mesmo que alguns tivessem uma aparência velha, eu ainda podia sentir o cheiro agradável que vinha deles.

Os livros eram antigos, e os títulos tinham algo em comum. Falavam sobre vampiros. Olhei de cima a baixo em quase todas as estantes e todos os que eu havia visto falavam sobre vampiros, bruxas, lobos e seres místicos. Cada tema em estantes diferentes.

Os livros sobre vampiros eram os mais vastos. Ocupando um lado inteiro da sala. Caminhei para longe deles, eu não conhecia nada sobre vampiros e não pretendia ler nada sobre eles agora. Minha atenção estava tomada pelos livros sobre bruxas.

Peguei o primeiro livro da primeira estante que falava sobre bruxas. Um azul de capa dura, um pouco empoeirado, mas bem conservado.

Na capa havia o nome “Maleficis”, que de acordo com o pouco aprendizado em línguas que eu tenho, significa bruxas em latim. Sentei-me em um dos sofás de couro e abri o livro.

“Bruxas, as mais poderosas do mundo místico. Capazes de derrotar qualquer criatura que ousar ficar em seu caminho. Subestimadas por sua aparência frágil e sua mortalidade. Elas são conhecidas como as mães do mundo místico. Pois o real motivo para que lobisomens, vampiros e híbridos existam, são elas.

Criados pelos feitiços de uma bruxa poderosa, os vampiros e os lobisomens são criaturas amaldiçoadas.

Os lobisomens, criados para sofrerem todas as noites ao sentirem a dor de uma transformação. Os vampiros, criados para sofrerem todos os dias ao queimarem e dissecarem perante o sol enquanto sentiam uma sede incontrolável por algo ainda não descoberto por eles. As chamadas maldições do sol e da lua.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Where stories live. Discover now