06. MISTICISMO

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Nas duas ultimas aulas eu não havia conseguido absorver nada. Com o Dominic do meu lado eu pude ouvir cochichos durante toda a aula. Isso realmente me incomodou bastante. Minha vontade era de gritar e mandarem calar a boca, mas sou covarde demais para isso. Lidar com as pessoas é mais difícil do que imaginei.

A sirene tocou e rapidamente comecei a arrumar minhas coisas. Algumas garotas que estavam atrás de nós soltaram algumas frases do tipo: "Você está lindo hoje Dominic" ou "Terá uma festa no bistrô da cidade em alguns dias, apareça Dominic".

Elas esperavam que eu sentisse ciúmes disso?

Provavelmente sim, a julgar pelo tom de voz delas. Em meio a sussurros enquanto sorriam e piscavam para o Dominic. Que ridículo. Não me incomodava que elas flertassem com ele, afinal, não éramos nada um do outro. O que me incomodava era o fato de elas acharem que isso me afetaria. Isso deixava claro que as fofocas que escutei durante toda a aula se tornava verdade na mente de todas elas.

Respirei fundo enquanto fechava minha mochila.

— Ainda incomodada? — Dominic perguntou virando-se para mim.

— Você não? — Murmurei — Falaram sobre nós durante a aula toda.

— É claro que não — Disse-me ele — Se começar a se importar com o que as pessoas dizem não ira durar nessa cidade.

— Eu me importo com o que as pessoas pensam sobre mim.

— Tolisse. — Ele murmurou e sorriu de lado.

— Talvez seja! — Dei de ombros.

Ele me encarou e sorriu de lado novamente. Aquele sorriso era mesmo lindo. Completamente perfeito. Entendo o por que das garotas flertarem com ele. Por um momento desejei que eu não estivesse em seu campo de visão, queria encara-lo um pouco mais sem que ele percebesse. Mas lá estava ele, me encarando com aqueles olhos verdes, acordando todos os sentimentos que eu jamais tivera em relação a outra pessoa.

Respirei fundo antes de me levantar. Meu coração estava acelerado de novo. Eu me sentia uma boba. Não podia acreditar que o gatilho para que meu coração acelerasse as batidas eram aquelas olhos ou aquele sorriso.

— Se isso te incomoda você tem que aprender a ignorar — Ele levantou-se e colocou sua mochila em seu ombro. Movimentos perfeitos. — Afinal você mora com os Byron, as fofocas matinais terão o seu nome agora.

— Por que disso? — Pensei que talvez ele pudesse me contar algo mais sobre a fama dele e da família na cidade.

— Família rica e nova na cidade, ou seja, carne nova para os caipiras dessa cidade — Ele sorriu. — Mas se algo te incomodar me fale que eu irei resolver.

Um sorriso nervoso apareceu em meus lábios fazendo o Dominic sorrir.  Me levantei e Dominic me acompanhou alguns passos até que eu visse a Amber acenando para mim na porta da sala. Ela me olhou e depois para o Dominic, logo sua expressão fica sombria.

— Te vejo na mansão — Disse ele e logo saiu disparado para os corredores. Ele não pareceu gostar muito da proximidade da Amber também.

Eu e a Lisa não estávamos exagerando, ela realmente não gosta dos Byron, sua expressão não mente. Eu não entendo o que pode ser tão terrível em relação a eles para que ela não me conte.

Caminhei em direção a ela com um sorriso. No caminho para a sala de Misticismo eu não mencionei nada sobre sua forte expressão em relação ao Dominic. Não queria perder a primeira amiga que fiz aqui por causa da minha insistência e curiosidade.

A Última - Saga A Última ● Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora