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Negan estava com April no colo, manchando sua blusa de sangue e sem importar com aquilo. Ele a colocou na parte traseira da van, a deixando encostada no vidro e saiu, indo em direção ao carro que o médico havia mexido para tentar encontrar alguma coisa.

As roupas brancas da garota estavam manchadas com ainda mais sangue e ela podia ouvir os grunhidos dos mortos ainda mais próximos de onde eles estavam.

- Oi! - Carl apareceu de frente a ela, com um sorriso fraco em seu rosto e com o chapéu em mãos. - Eles estão matando os mortos, então, eu tenho um certo tempo.

- Você se machucou?

- Não. O que eu posso fazer pra você? - ele questiona se sentando ao lado dela e segurando uma das mãos da garota.

- Ir embora e - ela respira fundo - me deixar aqui.

Carl negou pegando a faca e passando a lâmina da mesma em sua mão, vendo o sangue surgir do corte limpo e preciso.

- Eu te amo! E eu vou te salvar, eu vou te deixar à salvo. Quando o médico me viu, eu fiz ele falar. Ele me disse que o único jeito de salvar alguém com a cura é esse - Carl levou a mão até onde a mordida estava e antes de conseguir tocar a mesma, April segurou sua mão. - Me deixe fazer isso.

- Não posso receber a cura.- ela diz abaixando os olhos - Além de não merecer, o médico disse que eu tenho que me curar sozinha. Fui criada em laboratório, não sou 100% humana, as chances de dar certo caem para 1%, deixe para fazer isso pelas outras pessoas, eu posso - sua voz tremeu - me curar sozinha ou morrer tentando.

- Não e não, não pos...

- Gente, olha o que eu achei. - Enid os interrrompe, entrando dentro da van e mostrando os dois frascos de líquido azul que estavam dentro do bolso de sua blusa de frio. - Estavam dentro do carro, Negan não as viu.

- Sabe o que são? - Carl questiona pegando um deles. -Me lembram aque...São curas?

- Curas não testadas. Eles usaram o seu sangue pra fazer. - April conta se relembrando do dia em que o homem descobriu as manchas de sangue em sua roupa.

Ela sabia que eles estavam testando algumas curas, que estavam tentando achar a receita da original em seu organismo, mas como ela não estava lá, se lembraram de Carl, da dor que April havia sentido quando estava o perdendo e logo assim, pensando que ele era importante demais para ela e que ele poderia ter a cura.

- Eles...eles descobriram no final.

- Quando foi isso? Quando descobriram? - Carl questiona.

-  Há três noites.

April não tinha coragem de olhar para eles. Não conseguia e nem queria manter contato visual com nenhum dos dois.  Eles estavam correndo riscos, colaborando com o inimigo para salvarem ela, ou tentarem salvar. Ela sentia que sua morte estava próxima, sabia que não iria conseguir se curar sozinha como havia dito. Estava fraca demais pra conseguir se mover, imagina pra conseguir curar seu corpo fraco e ferido.

A dor aumentou. O ar faltou em seus pulmões e ela respirou fundo uma última vez.

- April! - Carl exclama se levantando enquanto via o corpo da namorada cair para o lado enquanto seus olhos se fechavam. - Ei, acorda!

Suas mãos seguravam o rosto dela e seus lábios tocaram a testa da garota. Suas mãos se esticaram para Enid e ela lhe entregou o frasco.

- Vou chamar os outros para irmos.

𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃↬ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢOnde as histórias ganham vida. Descobre agora