- Eu não sei quando começou mãe, mas tinha um alfa que ficou obcecado por mim e afirmava que eu era seu ômega... não dei muita importância quanto deveria ter dado, achei que uma hora ou outra ele desistiria só que não foi bem assim. Ele espalhava boatos, dizia que éramos namorados e até fazia fotoshop nas fotos para parecer que estávamos juntos. - parei por um momento, me sentia exposto de novo, com medo de não conseguir mostrar o resultado daquilo.

- O que aconteceu Taehyung? o quão grave foi pra sua tia não te querer mais por perto? - senti meu lobo tremer e se encolher no meu interior.

- Em um dia ele entrou no banheiro para ômegas, acompanhado por alguns outros alfas...eu estava sozinho, eles me seguraram e esse alfa me marcou - levantei o olhar vendo minha mãe boquiaberta.

- Filho... - me olhou com os olhos assustados e marejados - Posso ver ? - pediu já se aproximando.

- Pode - afastei um pouco minha blusa a dando a visão da cicatriz de duas presas em meu pescoço.

- A marca não foi concluída, não me diz que... - não terminou sua fala, esperando que eu respondesse em seu lugar.

- Foi rejeitada, eu quase morri mãe - senti uma lágrima descer por meu rosto - doía e queimava tanto que eu pedia pra que isso acontecesse, desejava todas as noite que estive internado. O médico disse que por eu não estar com meu lado lupino completo eu não correria risco de morrer, mas que ficaria a cicatriz. A tia não me ajudou e disse que era tudo culpa minha, por ser um ômega perdido, mas eu só era um adolescente normal que estava passando por um trauma.

- Meu amor - minha mãe me abraçou e consegui me sentir seguro - porque não me contou a verdade? sua tia não poderia ter deixado isso escondido de mim, eu te confiei a ela. 

- Tive medo que me odiasse mãe, você estava me punindo por eu ser um ômega ruim e eu sou.

- Não, você não é filho - acariciou meus cabelos - desde que voltou tenho percebido que não se encaixava nas características que sua tia tanto reclamava. Não é desobediente, não é preguiçoso, não tira notas ruis, tudo muito pelo contrário. Estranhei, mas não poderia tirar minhas conclusões se ficasse sem me contar a verdade, precisa confiar em mim, sempre só vou querer o seu bem, acima de qualquer coisa entendeu?

- Sim, me desculpa por guardar isso por meses.

- Tem mais algo a me contar?  Acredito que precisarei ter uma conversa séria com a sua tia, e resolver a questão com os pais desse garoto e a justiça.

- Tem mais uma coisa... o médico me indicou uma psicóloga, eu gostaria de começar a ir e superar o  trauma - me senti um pouco mais confortável por ver que minha mãe estava me entendendo - sabe, igual a crise que eu tive aquele dia do hospital. Elas eram mais frequentes antes de eu vir pra casa de volta.

- Tudo bem, você pode começar a fazer essas consultas - se levantou e pegou o celular - me envia o número que vou acertar e marcar sua primeira consulta. Saiba que eu te amo e sempre estarei do seu lado, independente de qualquer coisa - Me abraçou novamente deixando um beijo em minha testa, não havia sido de todo mal desabafas com minha progenitora, me sentia mais leve agora.


(...)


|**Número desconhecido**

O por do sol é lindo não é?

Hora de retornar para onde jamais deveria ter deixado!

Sua penúltima tarefa é: escrever uma carta de despedida.

Spotlight - TaekookWhere stories live. Discover now