All In - Camren [COMPLETE]

Capítulo 2 - Check raise or fold?

Sem eles eu teria que me desdobram, matematicamente falando, e com eles eu tinha liberdade de analisar tudo com melhor precisão.

Além deles ainda faziam parte do meu staff minha dupla de personal trainers, composto por um casal incrível, Mateus e Renata. Minha nutri linha dura, Rebeca, minha massoterapeuta, Amanda e o meu psicólogo, Doug. Éramos uma família. Não tínhamos segredos entre nós e a base era sempre a da confiança. Eu não poderia estar rodeada de pessoas melhores, e cada detalhe do meus sucesso era mérito da nossa entrega enquanto um time.

- Laur, sobe pra tomar um banho, eu já estou com o perfil dos principais jogadores que você precisa ter atenção e quando você descer podemos conversar melhor sobre a estratégia dessa etapa. – Tom me disse já deixando ciente que teríamos uma longa noite de estudos, mas seria ótimo, até para que eu ajustasse o jetleg da viagem.

- Beleza. Cris, sobre a venda de cotas, vou vender só 25% das minhas ações, certo? Fixa o mark-up em 1.15. Acho que para esse torneio é bem justo. – Lembrei a ela, antes que me esquecesse novamente.

- Pode deixar, você já está inscrita no Evento Principal, vou providenciar a venda dessas cotas agora a noite ainda. 

A venda de cotas é algo comum nos torneios, basicamente você vende uma porcentagem do seu torneio para as pessoas comprarem e caso você premie, elas recebem o equivalente à porcentagem adquirida. Quanto ao mark-up é uma taxa de "comissão" extra que é cobrada para essas vendas. 

Nos últimos anos eu tinha entrado de vez como profissional, depois de ganhar o PCA – Torneio de Poker do Caribe, os holofotes se voltaram para mim e muitas pessoas passaram a se interessar em comprar minhas cotas de patrocínio, além de algumas marcas me patrocinarem com material esportivo. 

Era uma vida que eu gostava, mas confesso que eu era um ponto fora da curva, não me rendi aos hábitos típicos dos jogadores novatos e deslumbrados pela grana alta, que sempre acabavam esbanjando com farras, bebidas, strippers e drogas. Eu sempre tive foco, afinal, esse era o meu trabalho, poker era um investimento, eu se me fodia pra caralho pra ganhar uma grana, então que sentido faria eu torrar toda essa grana de qualquer jeito?

Isso mesmo, nenhum sentido.

Mas isso não quer dizer que eu não tenha meus envolvimentos por aí. Não sou de ferro. Eu só sou bem reservada para que nada fuja ao meu controle, além de não me envolver com qualquer pessoa. Exigente? É, um pouco. Mas eu não achei minha buceta no lixo, então, cuidado em primeiro lugar, sempre.

Já havia me envolvido com algumas jogadoras de poker, nada sério, mas eram mulheres que eu tinha um bom relacionamento, nos tornando até amigas depois. Além de modelos e algumas poucas celebridades. Todos casinhos de uma noite ou outra, nada sério. Porém, suficiente para não ficar na famosa seca.

Não me julgue. Preciso cuidar da minha saúde mental também e ficar sem sexo por muito tempo afeta a mente da gente. Não concorda? Então experimente ficar sem transar por um longo período e depois conversamos.

(...)

As horas seguintes passaram rápidas, estudamos muitos perfis, revisamos algumas jogadas, analisamos algumas estatísticas e começamos a traçar estratégias para cada fase do torneio que eu disputaria. Seriam cerca de 5 dias de disputa, jogando 10h por dia e ao final, uma belíssima premiação de 1 milhão de euros para o primeiro colocado. Tentador, por isso eu não poderia me distrair com nada. Nem mesmo com aquelas notificações que neste momento piscavam no meu celular que estava sobre a mesa.