Epilogue: Love Me

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Taehyung tinha rido por horas, mas oferecido conforto ao preparar o jantar para os dois. 

Jimin ainda vivia em Nova York e sua vida estava toda formada lá, porém, no primeiro mês após o incidente no hotel, suas visitas a Chicago tinham se tornado quase semanais. 

No dia que Taehyung fora depor, a presença de Jimin tinha sido fundamental.

A investigação não fora longa. Taehyung não tinha antecedentes criminais, e o fato de Jungkook ter chamado a polícia e comprovado a situação de perigo foram fatores chaves para que fosse inocentado.

O problema é que Taehyung tinha omitido duas coisas: como Hyungsik o levara até o hotel, já que não revelaria o suborno em torno da antiga prostituição de Jungkook, e o porquê ele deferira a segunda pancada em Hyungsik.

Era fácil criar uma história para a primeira: Taehyung achou que iriam se reconciliar, então aceitou seguir o irmão, ainda que relutantemente.

A segunda era mais difícil para Taehyung, pois a imagem da morte de Hyungsik estava gravada em sua mente de maneira perfeita, e mentir sobre ela era uma tarefa complicada.

A perícia mapeou os dois golpes, revelando que Hyungsik provavelmente ficara desacordado após o primeiro. A polícia questionou por que Taehyung não aproveitou para fugir enquanto o irmão tinha desmaiado.

Os questionamentos tinham sido grotescos, e Taehyung não tinha sido tratado como a vítima que era. Apesar disso, no momento da pergunta, lembrava com clareza o que deveria dizer, pois tinha repetido as palavras por horas até ganhar convicção.

– Eu bati duas vezes seguidas, e ele só me largou na segunda vez. – dissera.

Taehyung tinha marcas nos braços e no pescoço da luta com o irmão, e a polícia teve que declarar legítima defesa. 

Fora em frente ao espelho do banheiro da suíte, treinando para tal depoimento, que viera o primeiro ataque de pânico. 

Jungkook não estava em casa, pois tinha saído rapidamente para resolver as últimas coisas na escola antes da licença que iria tirar. Mas Jimin estava lá, em uma de suas visitas.

Percebendo a demora do amigo dentro do cômodo, ele foi até o banheiro e deu algumas batidinhas na porta. Sem resposta, entrou no banheiro e encontrou Taehyung sentado na tampa fechada do vaso, com a cabeça entre as mãos e deixando soluços incontroláveis saírem de seu peito.

Ficou vários minutos ali, acariciando a nuca do cabelo castanho um pouco comprido, deixando que chorasse e falasse frases sem muita coerência. 

Matei meu próprio irmão…

Eu poderia ter fugido.

Eu não consigo parar de pensar no sangue, Jimin.

Quando o choro cessou, ele abaixou até ficarem frente a frente.

– Ei, olha pra mim. – Jimin segurou o rosto molhado entre as mãos pequenas com firmeza. – Você vai fazer o que tem que fazer, Taehyung. O Hyungsik vai ser uma página virada na sua vida, e você vai ser feliz com o professor, e nenhuma outra alternativa é viável.

Taehyung parecia querer protestar, mas o olhar firme de Jimin o calou.

– Vamos treinar o que você vai dizer. Minta pra mim.

Taehyung descobriu meses mais tarde que, mesmo sem conversarem direito, Jimin e Jungkook tinham combinado turnos para que ele não ficasse sozinho, e os pulos de Jimin em Chicago tinham mais planejamento do que a primeira vista parecia. 

Lie to Me (jjk + kth) - ConcluídaWhere stories live. Discover now