Lie to Me (jjk + kth) - Concluída

T is for Tender

Tender
afetuoso

1.Que demonstra carinho

- Mãe?

Taehyung ouviu apenas estática do outro lado da linha. E então, uma respiração aliviada.

– 'Taetae, como você está?'

Ele queria responder que não estava bem. Como poderia estar, depois de ser expulso de casa quase sem amparo algum, depois de perder sua vaga na Universidade, depois de…

– Estou bem. Você poderia me ajudar em uma coisa, mãe?

– 'Claro, no que precisar.'

Isso era uma inverdade. Ela não podia ajudá-lo em tudo que precisava, mas não valia a pena tentar argumentar.

– Eu preciso passar em casa e pegar algumas coisas. Você consegue me encobrir? Ele não vai perceber que eu fui aí, eu juro.

Silêncio. Taehyung mordeu os lábios, segurando todas as palavras que estavam na ponta da sua língua. Esperou pela resposta.

– 'Seu pai não estará aqui pela tarde. O seu irmão não consigo ter certeza, mas eu lido com ele caso ele apareça'.

Taehyung suspirou, agradecido por algo em sua família dar certo, finalmente.

***

T

aehyung tomou seu tempo. Não sabia se voltaria a ver o seu quarto, e se um dia o fizesse, se suas coisas estariam ali. Não conseguia imaginar um futuro em que voltava.

Ficou surpreso de ver que seu pai não tinha jogado suas coisas no lixo ainda. Achava que chegaria em seu antigo quarto e não veria nada.

Pegou suas roupas favoritas no seu closet, guardando-as com cuidado em sua mala. Suas mãos acariciavam os tecidos de suas peças, e não pôde deixar de se sentir melancólico. Era apegado às suas roupas.

Quando estava virando-se para sair, a pequena sacola elegante lhe chamou atenção. Seu rosto ficou levemente corado, mas tinha um sorriso saudoso estampado. Lembrou de quando comprou a peça íntima feminina, e o quanto estava envolvido com Jungkook na época: a lembrança não doeu, e Taehyung pensou que talvez estava realmente superando. Tudo tinha acontecido semanas atrás, mas pareciam meses, anos. 

Decidiu que levaria a calcinha consigo. Pensar em colocá-la o assustava cada vez menos. 

Guardou em sua mala mais alguns acessórios, como o brinco que tanto gostava e algumas faixas de cabelo que às vezes usava em casa. Por fim, pegou alguns cadernos e seu notebook.

Quando terminou, correu seus olhos pelo quarto, verificando se tinha mais alguma coisa que poderia querer levar.

Não encontrou. Era isso: estava saindo de casa definitivamente.

Desceu as escadas com certa dificuldade, a mala mais pesada do que planejou que ela ficaria. Encontrou sua mãe na cozinha.

– Mãe, estou saindo. Obrigado pela ajuda.

Ela negou com a cabeça, discordando que havia feito algo relevante para o filho a ponto de merecer um agradecimento.

– Tudo bem. Você disse que viaja amanhã?

– Isso. 

Quietude. Parecia que todas interações que teria com ela teriam a tensão como pano de fundo. 

– Chicago é realmente… Longe. – ela tentou continuar a conversa.

– Um pouco mais que mil quilômetros. – Taehyung respondeu, mais seco do que tinha intenção.