Capítulo 14

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— Minha filha, pobre garota... – Chorava uma mulher ao lado das cinzas de Adriana.

Era meio dia em ponto. O sol reluzia sobre a pele branca daquela mulher que em prantos estava. Uma carruagem azul com detalhes dourados estava parada ao seu lado. O cocheiro estava apressado, ele sabia que aquele lugar era perigoso, pois os damasos poderiam aparecer a qualquer momento.

— Minha senhora, é melhor nós irmos, pois os mortos não levantarão de seus túmulos, mas ainda há muito o que tirarem de ti se continuar aqui.

— Não me importo – retrucou a mulher que continuou chorando.

A poucos metros, alguns guerreiros estavam parados observando atentamente os dois. Embora Laylla e seu funcionário não os tenham visto, eles sabiam muito bem que aquilo iria acontecer.

— O que me surpreende é que eles ainda não apareceram e tentaram me subjugar.

— Mais isso não tardará. Vamos – falou o chofer, ao passo que ajudava Laylla a subir em sua carruagem.

Então eles seguiram pela estrada que daria a sua cidade, Caecus. Após algum tempo de viagem, Adriana percebeu que seu cocheiro estava desconfortável e inquieto.

— O que lhe incomoda, meu caro?

— Discretamente, quero que olhe para trás.

Então Laylla olhou para trás, e longe, quase saindo da linha do horizonte ela viu duas pessoas. Eram homens bastante fortes, o que lhe davam quase a certeza de que não eram operários, pois nenhum cidadão era tão bem alimentado a ponto de ter aquele porte físico.

— Depressa – disse Laylla temerosa.

Então o cocheiro deu ordem e os cavalos obedeceram. Eles dobraram sua velocidade, mas de nada adiantou, pois parecia que a distancia entre eles e os dois homens continuava a mesma.

— Os cavalos do império são os melhores, será impossível despistá-los se continuarmos pela estrada – disse o funcionário.

— Mas como nós iremos entrar floresta a dentro com uma carruagem?

— Nós não – disse ele – quem precisa fugir deles é a minha senhora, eu tenho um plano para lhe tirar daqui.

Há poucos metros do lugar em que estavam, havia uma curva bastante acentuada. Então os dois aproveitaram esse momento para por o plano do cocheiro em prática.

Adriana passou a comandar um dos cavalos que antes estava preso na carruagem e mergulhou na densidade da floresta. Ela cavalgou, ordenava a todo instante para o cavalo apressar-se.

As folhas atrapalhavam muito sua visão, por vezes batiam em seu rosto, fazendo-lhe arder e por pouco não lhe derrubar de seu cavalo. Ela só pensava em sumir dalí e ao mesmo tempo se preocupava com seu amigo que continuou no percurso para que os dois guerreiros não entrassem na floresta para procurá-la.

Após algum tempo cavalgando, decidiu que era hora de olhar para trás para ter a certeza de que seu plano teria dado certo. A primeira sensação que teve ao olhar para trás foi a dificuldade de enxergar qualquer coisa por conta de seus cabelos negros cobrindo-lhe a visão. A segunda sensação foi uma dor bastante forte em sua nuca, fazendo com que caísse no chão e perdesse seu cavalo.

— Ótimo – disse a mulher levantando-se com a mão em sua nuca – eu precisava exatamente disso.

Em pleno desespero, Laylla imaginava como iria sair daquela floresta viva. Amaldiçoou diversas vezes seu funcionário por ter dado essa ideia estupida de entrar numa floresta bastante perigosa sozinha. No entanto, ela continuou.

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⏰ Last updated: Oct 22, 2020 ⏰

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Anjo da ÁguaWhere stories live. Discover now