TRINTA E QUATRO

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Josh.

Aviso de conteúdo: Ansiedade e TEI são narrados, os personagens vão falar MUITA merda nesse capítulo, logo, não os leve tão à sério, a raiva nos faz dizer coisas absurdas e inválidas.

— Quer dormir aqui de novo? — Any ofereceu e eu não passei muito tempo ponderando, aceitei de prontidão. Tarde demais para voltar. E eu também não quero voltar.

A noite já está caindo, o dia beira às seis da tarde e a noite vem me assustando cada vez mais mesmo que antes ela fosse a única que apaziguava meu peito.

A escuridão sempre me trouxe paz, saber que a esmagadora maioria de uma população está relaxando deixa o ar mais suave, mas atualmente é da escuridão que eu espero as piores coisas.

— A data do julgamento. Quando é mesmo? — cerrei meus olhos, tentando forçar meu cérebro à lembrar das palavras de Noah.

— Próximo domingo. — ela me respondeu. — Às quinze horas. É aberto ao "público". — Any fez aspas com a mão.

— Jornalistas? — a questionei.

— Isso. O andamento do caso está todo no site da polícia. Inclusive, eles lançaram uma nota sobre um vazamento das imagens. Como você mesmo disse: Alguém realmente as vendeu.

Abaixei a cabeça, brincando com os meus dedões enquanto minha mente pensava em tudo ao mesmo tempo em que em nada. Reorganizei a minha postura, me encostando completamente no sofá. Já devem ser seis horas, nós já conversamos sobre tudo o que tínhamos que conversar e acho que agora está na hora de fazer alguma outra coisa.

— O que você vai fazer agora? — a questionei e ela piscou algumas vezes antes de me responder.

Nós vamos fazer algo para comer enquanto conversamos sobre você ir ao psicólogo. — ela me contou os seus planos e eu ergui as sobrancelhas desacreditado. Any girou seus calcanhares, começando a caminhar na direção da cozinha como se eu fosse segui-la sem pestanejar.

E foi o que eu fiz. Eu não poderia ficar sem argumentar sobre a sua proposta indecente.

— Você não vai esquecer isso? Joga esse encaminhamento fora. Queima. Sei lá, se vira. Eu iria rasgar, mas você não deixou. — gesticulei enquanto falava e lhe seguia. Abri os braços com força no fim da frase e acabei ralando as minhas mãos nas costas dela, fazendo-a estagnar onde estava, me lançando um olhar quase que fatal por cima do ombro. — Foi mal. — sibilei.

—  Assim como eu também não é eu te amo, foi mal não é desculpa. — ela disse seriamente, parando de me olhar daquela forma quando tornou a andar para dentro de sua pequena cozinha.

— Qual o sentido da comparação? — gesticulei enquanto a assistia abrir a sua geladeira e começar a tirar vários ovos de lá, além de uma garrafa de leite.

— Não tem que ter sentido, você de alguma forma entendeu e isso basta.

— Ok... — sussurrei, andando devagar na direção de onde ela estava. Any abriu o armário a cima de si, tirando uma garrafa de óleo de lá. — O que você vai fazer?

— O que nós vamos fazer. — ela enfatizou o nós, me corrigindo. Any se apoiou na bancada para se abaixar, abrindo o armário de baixo e pegando um pacote de farinha. Ajudei-a, pegando o pacote de sua mão e o colocando na pia. — São panquecas.

— Você tem mel? — abri um sorriso de ponta a ponta ao ouvir a simples palavra, tentando caminhar até o outro armário menor, onde eu imaginava que ele estaria, mas Any me impediu, me empurrando para trás pelo peito.

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