QUATRO

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Josh.

— Eu não acredito que estou te dando carona. — ri sem humor e dobrei em uma rua aleatória, confiando no quê o GPS está indicando.

— Você não está me dando carona, eu simplesmente tive pena e vim te ajudar a não cometer um suicídio. — ela falou sem tirar os olhos do celular.

Ela não desvia a atenção dele desde que eu comecei a dirigir — o quê não faz muito tempo — para falar bem a verdade.

— Sim. Eu vou jogar meu carro na direção de um poste enquanto atravesso Los Angeles inteira para saber sobre um celular enquanto eu poderia muito bem ir para a minha casa, telefonar para a mãe dela e perguntar sobre ele. Idiotice, não?

— As coisas que você fala? Completamente.

Bufei alto, desistindo temporariamente dela e fingindo prestar atenção no quê acontecia no trânsito.

A verdade é que não é muito complicado dirigir quando o seu carro é automático.

— Eu gosto de manter um diálogo com as pessoas que trago para dentro do Filho. — falei sem olhá-la, mas notei pela falta de movimentação ao lado que ela parou de mexer no celular para me ouvir.

— Nós não somos amigos Josh.

— Justamente. — soltei um risinho falso. — Não somos amigos e você está dentro do meu carro. Isso é problemático.

— Só se for pra você. — ela murmurou voltando a mexer no celular.

Alguns poucos segundos se passaram e eu bufei impaciente, atraindo seu olhar para mim, mas não falei nada, apenas verifiquei quanto tempo faltava para chegarmos à casa da mãe de Hina.

Oh mulherzinha para morar longe.

— Falta meia hora para chegarmos lá. — eu falei observando a paisagem de carros e lojas a minha frente, me perguntando se faz mesmo dez minutos que estamos dentro do Filho e se faz, por que parece uma eternidade? — Ou você conversa comigo ou eu não te levo de volta para casa quando chegarmos à mãe da Hina.

— Sobre o quê você quer conversar Josh? Sobre o quanto eu sou caridosa em resolver te ajudar? — ela perguntou impaciente, desligando o celular e o enfiando na bolsa.

— Quem te disse que eu preciso da sua ajuda? — fiz careta e neguei com a cabeça de maneira desacreditada.

Ela só pode estar de brincadeira.

— Os fatos. — ela bufou. — Onde está seu celular?

— Você tem o seu. — eu falei, mas ela revirou os olhos enfiando a mão no meu bolso e tirando meus pertences de lá.

— Ganhei uns trocados com a sua teimosia. — ela sorriu abrindo minha carteira.

— Para de ser intrometida. — a arranquei da sua mão, guardando no bolso do outro lado.

— Relaxa. — ela riu mexendo no meu celular em uma posição que eu não conseguia ver nada da tela. — Não é nada demais. — ela colocou o celular embaixo da coxa e eu franzi o cenho, resolvendo ignorar, pois meu interior escolheu fingir acreditar que ela me devolverá depois.

Afinal já dizia o ditado popular.

É melhor não contrariar.

E isso não é um ditado.

— Eu também estou preocupada Josh. — ela mudou o tom de voz encarando a paisagem ao lado. — Mas comigo como aliada você reduziu uma suspeita da sua lista e ganhou uma cabeça pensante.

TrUtH oR dArE? mErCy!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora