Josh.
Um período de tempo depois...
— O quê você está me dizendo?
Bufei e amassei o pacote vazio das minhas bolachas água e sal.
— Any Gabrielly eu não estou te ligando às onze horas da noite para você fingir que não entende o quê eu digo. — estalei a língua no céu da minha boca. — Estou esperando para conseguir falar com você desde as oito e meia da noite e quando eu finalmente consigo você resolve interpretar o papel de sonsa.
— Você está falando que foi a Sabina que sabotou os freios dos carros e que está mandando essas mensagens? Foi isso que eu entendi pelo menos... Interessante Josh, afinal eu achei que você tivesse certeza de que era eu. — ela falou sarcástica para me incomodar, mas não iria conseguir.
Eu posso me segurar.
Eu acho.
— Sim, foi exatamente isso que eu falei. — respondi impaciente caminhando até o lixo da cozinha para descartar o pacote das bolachas.
Me dá uma dor no peito lembrar que um plástico demora quatrocentos anos para se decompor.
Eu preciso urgentemente readaptar os meus hábitos.
— Com base em quê? — ouvi um estalo estranho do outro lado da linha, mas ignorei ou prolongaria demais aquela nossa conversa.
— Conversei com o Krystian sobre o freio do carro dele enquanto estávamos na oficina esperando por notícias do Filho. O Krys já tinha dado a entender que aborreceu a Sabina por algum motivo e que o problema no freio apareceu justamente no dia da homenagem de sétimo dia. — abaixei o tom da voz ao falar a última parte, me sentindo incomodado por tocar no assunto. — Foi na casa dela e isso facilita muita coisa.
— Isso é um pouco precipitado Josh. — Any disse parecendo incerta e eu continuei focando nos estalos do outro lado da linha, mas agora parecia quase que nitidamente o som de talheres batendo e isso me dá uma agonia horrível. — Ela não daria tão na cara assim.
— Ou ela daria na cara justamente porque um criminoso nunca faria isso, logo, descartaria qualquer possibilidade de ser ela?
— Pertinente. — Any pontuou no mesmo instante me provando estar atenta na ligação. — Mas não acho que seja ela. — ela soltou e se Gabrielly estivesse na minha frente teria dado de ombros.
— Então quem é? — soltei o peso dos meus ombros, escorando-me no balcão da cozinha por me sentir cansado fisicamente e mentalmente falando.
Esse dia está me esgotando cada vez mais.
Parece não ter fim nunca.
— Na verdade eu tenho as minhas apostas. — Any começou a contar do outro lado da linha. — Mas Sabina não é uma delas. — ela constatou rapidamente.
— Então quem é? — refiz a minha pergunta de maneira impaciente dando um leve soco na pedra do balcão.
— Pense como um assassino Josh. Não é tão difícil.
Desligou.
Ela desligou.
Apertei o celular em mãos o jogando com força no balcão, mas também torci para que nada tivesse realmente acontecido com ele.
Não é como se eu tivesse dinheiro para conseguir outro ou conserta-lo, ainda mais com o Filho na oficina.
Bufei e passei as mãos em meus fios de cabelo os puxando pouco a pouco enquanto controlava minha respiração e encarava o teto ou simplesmente fechava os olhos com a cabeça levantada na direção dele.
Não surta.
Passei minutos na mesma situação para finalmente me largar na cadeira da mesa quando senti uma enorme e entalada vontade de chorar extinguir em poucos segundos a minha vontade de sair gritando com todos no meio da rua.
Após cerca de meia hora apenas controlando a minha respiração e tentando distrair a minha mente enquanto fazia desenhos aleatórios e imaginários com o dedo na superfície da mesa de jantar, eu me levantei e andei até o balcão afim de pegar meu celular.
Porém no mesmo instante que eu o peguei e virei na direção do meu rosto o desbloqueando, novas mensagens no aplicativo de mensagens instantâneas começaram a surgir.
O remetente?
O mesmo contato de hoje mais cedo.
É hilário te ver tentando Josh.
Mas se quer um conselho.
Vá dormir.
Já está tarde.
E nunca olhe de baixo da cama.
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TrUtH oR dArE? mErCy!
FanfictionUm dia após uma reunião entre amigos, Hina é encontrada morta em seu apartamento. 'All for Hina' se torna o assunto mais comentado do mundo junto a campanhas de prevenção ao suicídio, só que o que ninguém imaginava era que sete dias depois de sua mo...