INTERROGATÓRIO 2

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Bryana Harrier Morris.

— Bom dia Bryana Harrier. Eu me chamo Noah Urrea, sou o chefe da polícia de Los Angeles e irei conduzir o seu interrogatório. — o homem se apresentou assim que eu me acomodei na cadeira disposta a sua frente, analisando rapidamente o ambiente em que havia sido inserida. — Questionei-me por um bom tempo o que uma Morris estaria fazendo no segundo dia de interrogatórios... — ele se concertou em sua cadeira, organizando melhor a postura. — Gostaria de me contar alguma suposição da sua parte?

— Sou uma conhecida de Hina. — contei sem pesar algum, rolando meus olhos pela sala inteira. Não conseguindo conter uma careta ao ver o homem digitando tudo o quê eu contava um pouco ao fundo. — Não acho que fui chamada por ser uma Morris.

— Como vocês duas se conheceram?

— Sou a namorada de um amigo muito próximo a ela. — entrelacei minhas mãos, as apertando. — É apenas isso.

— Qual era a sua relação com ela? Vocês se davam bem? Viam-se com frequência? — ele instigou as informações.

— Ela me detestava. — fui sincera. Nem ao menos pensando em quantos níveis ruins eu poderia me ferrar por falar isso. — Não sei te contar o motivo. Nós duas não éramos mais do que pessoas que sabem o nome uma da outra e raramente dividiam o mesmo ambiente. Ela até já tentou me prejudicar de diversas formas, mas nada de fato relevante pra mim.

— Onde e com quem estava no dia da morte dela? — ele me questionou.

— Na casa dos meus pais. Dormindo. — quis rir ao me lembrar disso. Eu deveria estar tão despreocupada enquanto o mundo de outros desmoronava. — Na de Lamar também, a diferença é que eu estava sozinha no meu próprio apartamento. — o contei antes de ser questionada.

— Como era a sua relação com o seu primo?

— Distante. — me permiti rir baixo. — Bastante distante. Na verdade ele é o único filho do meu tio por parte de pai. Eu fui criada próxima à família da minha mãe, pois meus pais se separaram durante a minha infância. — o contei, me sentindo minimamente incomodada ao relembrar disso. Esse fato havia ajudado um pouco a que eu me tornasse uma adolescente perturbada. — Ele sabia que éramos primos e que eu namoro o melhor amigo dele. — dei de ombros.

— O seu namorado sabe disso?

— Não. — novamente quis rir. — Não faria sentido contar algo tão irrelevante para nós dois, Noah. — fingi esforço para lembrar-me de seu nome. — Eu fui criada na Itália com uma vida mediana enquanto o meu pai nadava nos luxos franceses. Pouco tempo depois os pais de Lamar se mudaram para os Estados Unidos, pois ele iria nascer e bom... Que eu saiba depois dessa mudança ele raramente ia visitar a família na França. Quando meus pais reataram, eu já tinha doze anos e ele onze. Quando eu tinha catorze, meus pais decidiram vir morar em Los Angeles para expandirem a franquia de hotéis da família na América. — fui o contando enquanto dedilhava a mesa a minha frente, fingindo que traçava um caminho ali. — Lamar estudava em um colégio do bairro dele, era uma série mais nova que a minha e eu estudava em um colégio diferente do dele. Foi lá onde eu conheci o Josh e vivi a minha vida normalmente, frequentemente esquecendo que tinha um primo nessa cidade. Estudarmos na mesma universidade e termos conhecidos em comum nunca nos aproximou de alguma forma. Tanto é que eu uso socialmente o Harrier como sobrenome, é o da minha mãe. Eu não gosto de ser reconhecida como uma Morris.

Noah abriu a boca para me fazer a próxima pergunta, mas desviou o olhar para a parede atrás de mim, a fechando.

— Você está liberada Bryana Morris.

Dei um sorriso ladino, entendendo a sua provocação disfarçada.

— Harrier. — o corrigi propositalmente antes de sair dali.

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