DEZ

6.2K 1.1K 2.9K
                                    

Esse capítulo é UNICAMENTE a narração de uma crise de ansiedade, crise asmática, crise de TEI e aborda outras doenças de maneira subentendida.

Se você não aguenta ler esse conteúdo pule para os avisos finais desse capítulo, eu explicarei por cima o quê acontece nesse capítulo para que ninguém se sinta deslocado por não lê-lo e também porque tenho um recado para dar nele.

Boa leitura para quem, apesar do aviso, optar por ler esse capítulo.

Josh.

E nunca olhe embaixo da cama.

Se quer um conselho.

Vá dormir.

E nunca olhe embaixo da cama.

É hilário te ver tentando Josh.

E nunca olhe embaixo da cama.

Já está tarde.

E nunca olhe embaixo da cama.

Levei minhas mãos à cabeça, fechando os olhos com força a fim de afastar as frases embaralhadas em minha mente.

Meu estômago incomodava como nunca antes e a sensação de indigestão piorava cada vez mais no topo de minha garganta.

O ar ao meu redor parecia cada vez mais frio ou era o meu corpo que ficava cada vez mais gelado.

Eu estou suando frio.

Engoli seco a fim de tentar levar aquela sensação de volta para algum lugar dentro do meu corpo, mas a única consequência desse ato foram meus lábios se escancararem em busca de mais ar.

Meus pulmões pareciam se autoesmagarem dentro de mim implorando por nitrogênio.

Apoiei-me na bancada da cozinha numa tentativa de respirar melhor, mas tudo parecia cada vez mais inútil.

O terceiro é o gol Josh.

Ignore.

Você consegue.

Respire.

Irritei-me comigo mesmo por estar tentando respirar feito um tolo desde que até para isso eu me faço insuficiente.

Descontei a minha raiva de mim mesmo com um rápido e certeiro soco em uma das prateleiras da cozinha mais próximas a mim, a assistindo se estilhaçar por inteiro na minha mão formando pequenos e ardidos cortes.

Puxei o ar fortemente pelo esforço que fiz com o golpe, sentindo pontadas agudas em meu tórax.

É tudo da sua cabeça Josh.

Apertei os olhos com força numa tentativa de me convencer disso, mas outra imagem apareceu em minha imaginação.

— Mas eu não sou. — Hina disse com um singelo sorriso no rosto.

Arregalei meus olhos no mesmo instante, me sentindo desesperado pela imagem que minha mente havia formulado.

Parecia tão real.

Era como se eu estivesse assistindo de fones a um vídeo seu.

Era assustador.

Corri com o coração disparado até a sala que fazia de certa forma parte da cozinha desde que os cômodos eram divididos pela bancada.

Puxei com toda a força que podia as cobertas e almofadas que ficavam no meu sofá, as jogando de maneira descompensada em todos os pertences quebráveis próximos a mim enquanto meus dentes rangiam em ódio.

TrUtH oR dArE? mErCy!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora