FLASHBACK 4.1

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ALERTA DE CONTEÚDO: Abuso de autoridade, uso de drogas ilícitas, violência psicológica e física, relações sexuais.

Narrador.

Empurraram Sabina pela cabeça para que ela, enfim, adentrasse na sala que fora direcionada, finalizando seus esperneios para tentar correr para o outro extremo da sala como se então pudesse se safar do que quer que aconteceria com ela a partir daquele momento.

Assustou-se quando esbarrou em uma cadeira, a derrubando e pisando em cima dela pelo desespero, tentando ir cada vez para mais longe dos polícias que logo também adentraram a sala em que foi jogada.

Um deles fechara a porta e enquanto outros formavam uma espécie de barreira um pouco mais a frente dela, impedindo Sabina de sair daquela sala escura e fechada.

Percebendo que nenhum deles diria ou faria algo, Sabina se pôs a observar a sala por alguns segundos visto que não tinha nenhuma ideia de onde havia sido inserida desde que entrara ali até aquele momento.

Haviam grandes e foscas janelas por toda a sala, janelas essas com cortinas próprias que estavam todas abertas com seus vidros fechados. A porta lhe remetia o seu colegial, a madeira parecia extremamente fraca, esmaltada e descascava enquanto se tinha um pequeno vidro também fosco ao topo dela.

A claridade que vinha de fora da sala escura era amarelada e ajudava a iluminar o rosto da fileira de policiais junto a pequena lâmpada fluorescente caída a cima de uma mesa feita do mesmo material da porta.

Haviam outras duas cadeiras, uma de cada lado da mesa, que também lhe lembravam suas épocas de escola pública, com a diferença de que essa tinha acolchoados.

Continuou andando para trás, mesmo que devagar, escorando as costas quentes no armário metálico e gelado que havia no fim da sala.

No caminho de onde acontecia o julgamento até onde estava existiam inúmeros e idênticos corredores, para variar, esses são desertos, onde esbarraram por poucas pessoas enquanto era cada vez mais empurrada.

Sentia seus olhos lacrimejarem todas as vezes que lhe puxavam pelos cabelos ao tentar pedir ajuda aos poucos que passavam por si, mas que fingiam que não lhe ouviam.

Ainda chegaria ao fundo do poço, mas esperava que ele valesse à pena visto que a pequena prévia que tivera era amarga.

Longos e tomados pelo medo minutos depois, a tal porta fora novamente aberta, pela terceira vez naquela hora, produzindo um chiado que Sabina não havia sido capaz de detectar da primeira e segunda vez que ela fora aberta.

O espaço entre a barreira de policiais fora aberto para que duas silhuetas a sua frente fizessem seu peito murchar, pondo todo o ar acumulado em seu ser para fora enquanto tentava clamar silenciosamente por misericórdia.

— Sente-se Sabina Hidalgo.

O homem lhe ofereceu a cadeira caída enquanto ele acomodava-se à outra, fazendo os olhos de Sabina se voltarem a cadeira que ela mesma havia derrubado.

Aquela visão fora o suficiente para que as primeiras lágrimas pedissem para escorrer pelos seus olhos.

— Eu mandei você sentar. — a voz gritou extremamente arredia, ecoando por toda a sala e eletrizando negativamente o corpo da única mulher ali presente.

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