Capítulo Vinte e Três

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Sina

2 semanas depois.

— Meu nome é Sina Deinert Loukamaa, fui considerada culpada dos assassinatos de Evilyn Brown e Melody Carter. As pessoas não acham que tenha sido um acidente, mas eu juro que foi.

— Fui colocada em um hospital psiquiátrico quando eu era mais nova, eu tinha por volta de uns dez anos de idade. Meus pais me afastaram dos meus irmãos, dizendo que eu poderia fazer o mesmo com eles. Mas eu nunca faria isso com eles. Joalin e Josh são a única família que eu tenho.

— Eu vim aqui hoje porque meu amigo pediu. O nome dele é Noah Urrea. — finalizo, deitada naquela cadeira que era surpreendentemente super confortável.

— Como é sua relação com ele, Sina? — a psicóloga pergunta, com a voz calma. A voz dela me acalmava e me dava vontade de dormir.

— Nós dois éramos namorados, mas eu achei que ele um psicopata então nós terminamos. — digo simples.

— Um psicopata? O que te fez achar isso? — ela se ajeita na poltrona cinza, anotando cada palavra que eu dizia.

— Ele tinha um mural sobre minha vida inteira, e isso me assustou. Afinal, quem não ficaria assustado com isso? A verdade é que eu julguei ele mal. Ele disse que o meu irmão sabia de tudo, então eu fui confirmar com o Josh e era verdade. Joalin também sabia disso. Eles são bons escondendo segredos.

— Então sobre o seu amigo, Noah. Você confia nele?

— Ele parece ser uma pessoa confiável, mas eu não confio nem na minha sombra. Ele disse que queria casar comigo sabe? Ele é maluco, não podemos ficar juntos.

— Me diga Sina, o que te faz pensar isso? Por que vocês dois não podem ter um relacionamento maior do que apenas de dois amigos?

— Bom, o Noah é uma pessoa bem possessiva e eu, eu tenho medo que aquela parte sombria de mim volte algum dia e eu acabe ferindo-o. Eu gosto do Noah, de verdade, então a coisa que mais me assusta é isso.

— Você acha que ele pode te ajudar?

— Não sei. Talvez sim, talvez não, é difícil saber. Eu gosto dele, mas isso não daria certo. Não posso ficar com ele de maneira alguma, independentemente das circustâncias.

— Você disse que não foi você que matou aquelas garotas. Então, me diga querida, quem foi que fez isso?

— Bom...

Joalin 

Primeiro interrogatório da Sina. — 18 anos atrás.

— Não façam nada com a Si! Não é culpa dela. — grudo na perna de um policial, que acaba me tirando dali com certa brutalidade. Ele apenas dá um sorriso mal e sai de perto de mim. Ele não faria nada com a Sina não é?

— Papai! Eles vão machucar a Sina! Não deixem fazer isso com ela. Ela não fez nada disso de propósito, foi um acidente. — eu chorava, ninguém prestava atenção nas coisas que eu dizia. Meu pai se agacha perto de mim e segura em meus dois braços com força, me chacoalhando.

— Já deu Joalin! Por que você não para de falar apenas por um instante? Sua voz está começando a me irritar. Ela melhor você ficar de boca fechada está me ouvindo? Se não, você já sabe o que vai acontecer.

— Eles acham que a Sina é o monstro, mas o único monstro aqui é você. — o empurro e saio correndo de perto dele. Meu pai não gostava da Sina. Ele que fez isso com ela. Só eu sabia de tudo que aconteceu mas não poderia contar. Afinal, quem acreditaria em uma criança de 3 anos? Eles falariam que é tudo coisa da minha cabeça, mas eu sei que não é.

Josh

Primeiro interrogatório da Sina. — 18 anos atrás.

— Por que vocês estão fazendo isso com ela? A Sina não merece isso! — puxava as pessoas a minha volta, ninguém ali dava importância para o que eu dizia, afinal, crianças de 8 anos não tem tanta influência na sociedade, acredite.

— A Si não é uma pessoa má! Por que vocês estão torturando a minha irmã? Ela não tem culpa de nada, os únicos culpados são vocês! — eu esperneava. Meu pai estava falando com um psiquiatra e Joalin havia sumido. O psiquiatra foi chamado pela polícia pra ajudar no caso da Sina.

— Bom, provavelmente teremos de fazer tratamento de choque nela e... — o psiquiatra falava com o meu pai que apenas concordava com tudo. Ele odiava a Sina.

— Vocês estão malucos? Ela tem quatro anos de idade! Não podem torturar a Sina por algo que ela não fez.

— Joshua, não se meta. Esse assunto é de adultos, vá brincar com Joalin ou algo do tipo. — meu pai me empurra para longe. Eu o odiava com todas as minhas forças. 

Vasculho o lugar em busca de Joalin e de Sina. Eu tinha que cuidar delas não é? Sou o irmão mais velho, e tenho que assumir a responsabilidade já que o meu pai não faz nada sobre isso. Ele não dá a mínima para nenhum de nós, mas ele tem um sentimento de ódio pela Sina que chega a ser assustador.

Procuro as meninas e vejo alguém loiro com a respiração acelerada. Era Joalin. Ela estava fazendo carinho no cabelo da Sina. "Vai ficar tudo bem Si, não se preocupe", ela sussurrava. Às vezes eu não acreditava que a Joalin tinha apenas três anos de idade. Me aproximo das duas que estavam em lágrimas. Saber que não havia nada para impedir a dor delas era o que mais me machucava.

— Você está bem Si? — ela tira a cabeça do colo de Joalin e me abraça. 

— Joshy, não deixem eles fazerem nada comigo, por favor.

— Me desculpa Sina, de verdade. Eu tentei impedir, mas não deu em nada.

— Josh, eles vão machucar a Sina não é? — Joalin pergunta e eu desvio o olhar. Como eu poderia olhar nos olhos de uma garota de três anos e falar para ela que eles iam torturar a irmã dela.

— O que você disse para eles Sina? — questiono-a.

— Eu tinha falado a verdade Joshy, mas eles não acreditaram em mim. Então eu falei que fui que eu mesma fiz aquilo. 

— Sina! Você enlouqueceu de vez? Por que você fez isso? — esbravejo. Ela havia perdido a cabeça ou algo do tipo?

— Tem vezes que você tem que falar o que eles querem ouvir. — essa frase me marcou para o resto da vida. Ela fez isso porque não aguentava mais aquele terror psicológico em cima dela. A Sina não foi para o tratamento de choque. Depois de pesquisarem muito, perceberam que deveriam isolá-la e tratá-la com remédios. Eles não deveriam ter feito isso.

Não foi culpa dela.

x x x x x x

Vocês tem alguma ideia de quem matou aquelas garotas?

Agora todos são narradores confiáveis, juro.

Podem ficar tranquilos, tudo é verdadeiro. :) 

𝑷𝑶𝑺𝑺𝑬𝑺𝑺𝑰𝑽𝑬 𝑳𝑶𝑽𝑬 • 𝘯𝘰𝘢𝘳𝘵Where stories live. Discover now