Uma cópia do catálogo que ficava na Vermilion, o mesmo que Taehyung tinha folheado anos atrás.

Taehyung não fazia ideia como Hyungsik tivera contato com esses documentos. O seu estômago revirou.

– Vocês sabe que a prostituição é ilegal em Nova York, não sabe?

Taehyung fez um esforço descomunal para controlar a respiração e não deixar transparecer o seu nervosismo.

– Imagina se descobrem um passado desse de um professor, um homem que dá aula para adolescentes… Eu acho que o Jungkook não conseguiria um emprego em uma escola nunca mais, não é,Taetae?

Taehyung só queria que ele se calasse, que sua voz ardilosa não falasse o nome de Jungkook nunca mais em meio a tantas atrocidades.

– O que você quer, Hyungsik?

O sorriso maníaco que Hyungsik finalmente lhe dera ficaria marcado para sempre em suas lembranças. 

– Só quero um pouco do seu tempo, irmãozinho. Só para conversamos.

***

Havia uma onda de azar na manhã de Jungkook.

O seu alarme não lhe acordara. Atrasado, não pôde tomar um café-da-manhã decente.

Ele estacionou o seu carro em um lugar que não gostava: a seiva das árvores sujava todos os veículos naquele canto. Logo que desceu, seu pé encontrou uma poça de água, deixando o seu tênis molhado. Suas meias encharcadas seriam um incômodo para todo o dia.

Não tinha conversado com Taehyung ainda, e sentia-se inquieto pelo fato.

O céu nublado estava escuro, brumas impedindo que ele pudesse ver a cidade com clareza. A nebulosidade era condizente com seus sentimentos: possuía um incômodo que não conseguia facilmente compreender, além dos pequenos contratempos que tinha sofrido.

Jungkook balançou a cabeça, subindo as escadas que dava acesso ao edifício onde os estudantes teriam suas aulas em breve. Estava apenas sendo saudoso, convenceu-se.

***

Dylan e Colin não se odiavam. Eles apenas discutiam com uma não-saudável frequência, algo que não podiam evitar, pois sempre se irritavam na presença do outro.

Ninguém adivinharia que o dia que venceriam suas diferenças seria sim por causa de Jungkook, mas não da maneira que o treinador tinha planejado que acontecesse.

Perto de uma da tarde os dois voltavam da pista de atletismo para o vestiário. Como de costume, eram os últimos estudantes a saírem da quadra, ou assim achavam. Estavam lado a lado, mas evitavam até respirar o mesmo ar do outro.

Colin era o mais observador dos dois, uma qualidade que Jungkook sempre apontava em seu aluno. Um bom corredor não era apenas aquele que tinha velocidade, e sim o que possuía também capacidade de observação e poder de estratégia, Jungkook repetia. 

Com isso, as duas figuras no fim da arquibancada de cimento não passaram despercebidas por ele. Uma Colin reconhecia ser Ten, o ex-colega de time que era sempre acanhado – e antes de sair da equipe, o responsável por dedurar ele e Dylan para Jungkook. Não era o aluno do colégio favorito para ele nem Dylan, sendo assim.

Ao lado de Ten, um homem mais velho o olhava por cima, ao que parecia sem muita paciência em sua expressão, demonstrando agitação com a conversa pela maneira com que gesticulava.

Colin não sabia, mas Dylan também olhava a interação com a mesma curiosidade. Dylan encontrou o seu olhar e, em uma comunicação silenciosa, o interesse mútuo trazendo trégua para suas desavenças, decidiram que valia a pena bisbilhotar um pouco a conversa.

Lie to Me (jjk + kth) - ConcluídaWhere stories live. Discover now