Jennie se lembrava de cada coisa, se sentia um baú de memórias, transbordando tantas que não conseguia fechar. Cada momento passava pelo sua cabeça o tempo inteiro como se ela tivesse medo de esquecer. Medo de esquecer aqueles olhos castanhos.
Você...
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"my heart is about to, about to jump out of my chest"
- Lauv.
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Jennie sempre quis ter um diário.
Sabe aqueles diários do Pinterest super organizados com caligrafia perfeita e pedaços de jornais colados, com cores combinando?
Jennie não tinha criatividade alguma para fazer um desses. Sempre se perguntava como alguém tirava horas do dia para decorar o seu próprio diário e escrever como foi o dia detalhadamente, com reflexões dignas de um livro de poemas. Jisoo já havia presenteado Jennie com um diário em um de seus aniversário, ela passou 3 semanas pesquisando e chegou a conclusão de que um caderno com a imagem de alguém pulando em frente um pôr do sol que vendia na loja de 1,99 seria ótimo.
Não iria gastar seu dinheiro com algo que Jennie obviamente não iria usar. A musicistas até preencheu algumas páginas com letras de músicas aleatórias e lembretes que nunca de fato a lembravam de algo, apenas uma vez ela tentou sentar em sua mesa e escrever como foi seu dia. Nessa página estava escrito:
"Boa noite. Hoje o dia foi horrivelmente péssimo.... boa noite."
De qualquer maneira, ela o carregava dentro de sua mochila caso algum dia precisasse desabafar sobre algo, na falsa esperança de ser surpreendida por alguma coisa inesperada a não ser Jisoo colando Post-it coloridos em seu espelho com frase "motivacionais" que a fazia querer pular pela janela. A dessa manhã foi a pérola " Quer desistir? Apenas continue." Ótimo, Jisoo. Estou pronta para dominar o mundo agora, parabéns. Está triste? Apenas fique feliz!
Puxou o papel amarelo com certa força para jogá-lo na lixeira perto da pia, bocejou ao encarar sua imagem no espelho. Admirava o esforço de Jisoo em tentar animá-la em meio seu período de provas que consistiam em uma Jennie muito estressada e cansada, saia e entrava da sala de piano como um porteiro que abria e fechava um portão. Se frustava a cada nota errada e em consequência não se concentrava na próxima tentativa e terminava batendo as pequenas mãos nas teclas causando dores de cabeça para quem passava pela porta.
