Capítulo 12 - Meu anjo

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Manuella

Eu estava desamparada, fui para meu apartamento em um pulo, me jogando no chão dele na primeira oportunidade. Karina não podia ter feito isso comigo, não mesmo! E a Borges também, apesar de tudo ela era minha amiga, e estragou completamente essa amizade depois que fez aquela declaração mais falsa do que nota de três para mim. Quem sabe se não ouvesse rolado nada entre nós, eu "apoiaria" ela com a Karina. Para falar a verdade, sempre me disseram que a Karina era invejosa, que queria ter tudo que eu tenho... Eu nem tenho tanta coisa, sempre tive o suficiente para conseguir ser feliz... Mesmo se eu tivesse mais ou menos, sei lá.. eu continuaria sendo a mesma, nunca deixei o dinheiro dos meus pais subir a minha cabeça! Se eles tem aquele dinheiro, foi com o suor de um trabalho pesado!

A ficha ainda não havia caído que ela foi capaz de fazer isso comigo. E acho que nao seria tão cedo que iria cair.

- posso entrar? - perguntou Renata, ja entrando. - o que aconteceu com você? - ela se agachou até mim e me deu um abraço.

- Tudo Re - eu soluçava, não conseguia dizer.

Ela apenas sentou do meu lado me abraçando e ficou ali. Naquele momento nenhuma palavra foi precisa, ela entendeu tudo que eu não havia dito, ela simplesmente entendeu.
***

- Minha mãe não gostou nada da idéia de eu vim morar aqui - falou Renata, desabafando para que eu me distraisse. Estavamos em seu apartamento novo, que estava lindamente organizado com toques coloridos que eram a cara da Re.

- O que ela disse? - perguntei, dando outra colherada no brigadeiro.

- Tanta coisa Manu, você não tem idéia. Falou que eu era uma vagabunda, que eu estava vindo para cá por causa de macho, VÊ SE PODE ISSO! - sua indignação era visível.

- Ela não sabe? - me referia a sua opção sexual.

- sabe, sabe sim. Mas ela sempre disse que isso era uma fase, igual eu querer pintar meu cabelo assim - disse bagunçando seus cabelos de uma forma engraçada. - tudo ia passar e blá-blá-blá.

Ela falava de um jeito, mas no fundo eu via o desapontamento que ela tinha pela mãe. Ela só estava tentando me animar. E ela estava conseguindo. Naquele momento tudo que eu precisava era de um ombro amigo, não para mim desabafar, também talvez... Mas o que eu queria no momento, era alguem que me distraisse mesmo. Alguém para dividir o meu brigadeiro da tristeza. Renata foi um anjo que apareceu na hora certa para me acolher!

- Obrigada - falei colocando a colher sobre o prato, encarando ela.

- obrigada por o que loca? - até com isso ela me fazia rir.

- por existir. Nossa que cliche dizer isso - fiz uma voz engraçada, era cliche mesmo- mas é isso Re. Acho que se não fosse por você eu estaria la chorando no meu apartamento querendo morrer, mas não, eu estou aqui, rindo, comendo esse brigadeiro que tá muito bom.

- Acredito que quando as pessoas se cruzam, não é à toa. Você tem idéia do quanto mudou a minha vida tudo que você fez por mim? O que eu estou fazendo agora nao é nada. Você é a única pessoa que eu tenho agora, e eu só quero te fazer muito feliz. Você é uma amiga assim que apareceu na hora certa, em que eu mais precisei. Eu sei que no começo eu fui com segundos intenções falar com você - ela riu - mas não consigo ver qualquer malícia nessa amizade tão linda que construímos em tão pouco tempo. Eu amo você Manu, e só tenho a agradecer por tudo que você fez por mim.

Aquelas palavras me emocionaram fazendo com que minhas lágrimas retornassem, mas dessa vez não era de raiva e nada de ruim. Era de alegria por ter uma pessoa como a Renata na minha vida.

- também amo você Dullucci. - falei, imitando o jeito que estava seu nome no twitter, onde nos conhecemos.

"Dim dom", o barulho da campainha.

- Ué, você ta esperando alguém? - perguntei com raiva, tudo que eu NÃO queria era ficar com mais alguém além da Renata.

- To não - ela olhou pelo olho mágico - mas acho que não é para mim essa visita. - ela sorriu para mim e abriu a porta. Será que era a Borges? Se fosse ela não ia sorrir, e ia abrir a porta gritando já.

Kelsey!

- Oi Renata, tudo bom? Oi Manu. Aconteceu alguma coisa? - ela comprimento nós e veio em minha direção transparecendo preocupação. - Oi Kelsey, eu to bem, a nossa menina nem tanto. Vou tomar um banho e deixar vocês conversarem em paz. Fiquem a vontade.

- Ta bom - falamos, em coro.

Por AcasoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon