Capítulo 26 - é Paris..

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Acordei e ela já não estava mais lá, eu realmente preferia não ter acordado. Olhei ao redor e vi que tinha um papel em cima da cama, onde ela deveria estar. Passei a costa da mão nos olhos e comecei a tentar ler, estava difícil pois eu tinha acabado de acordar e minha cabeça estava latejando.
"BOM DIAAAA! :)
Espero que esteja bem, a diária já está paga, pode ir embora tranquila, obrigada pela noite, você é incrível. Não te esqueci. A.Q.T.A."
A.Q.T.A., após ler essas letras, lágrimas e lágrimas desceram pelo meu rosto, "aquela que te ama", era uma brincadeira nossa, nosso código, nosso segredinho... Mas agora parecia que não valia mais de nada, ela não ia estar atrás da porta esperando eu gritar por ela, para rirmos e nos abraçarmos, e tomar café, e passar o dia vendo alguma série, e a noite se amando...

Levantei dali, vesti minhas roupas que ainda estavam cheirando a bebida e sai a procura de um taxi.

KELSEY NARRANDO
Foi tão bom passar esse tempinho de novo com ela, eu ja não to suportando mais essa distância, tudo isso que me impede de a ter aqui comigo... Não é só uma pessoa, são várias, é muita pressão, eu achei que fosse conseguir passar por isso, eu realmente achei que ia ser fácil despista-los e ter a Manu de volta, mas não tá...
Depois da nossa noite, e que noite, cheguei em casa super feliz, deitei no sofá e podia jurar que fiquei por horas ali deitada pensando na Manu, até que meu celular tocou, queria que fosse ela... Peguei para ver a mensagem, e era da pessoa que eu mais temia, era o que eu mais temia, EU NÃO PODIA TER FEITO AQUILO NA NOITE ANTERIOR, EU PROMETI ME AFASTAR DELA!
"Você realmente acha que nós somos trouxas Kelsey? Você ta enganada, a gente viu vocês, e sabe onde eu to agora? Aqui na frente do hotel, sua princesinha acabou de sair, eles não vão gostar nadinha de saber disso"

MANU NARRANDO
Recebi uma mensagem do Davi dizendo que minha irmã estava recebendo alta do hospital junto da minha sobrinha, Ana Luiza. Eu não poderia ficar mais feliz, na verdade poderia, se ela estivesse comigo, mas estivesse de verdade, de corpo e alma, e se o filho da puta do Vitor fosse preso, ai eu seria a pessoa mais feliz desse mundo!

Estava em casa quando minha mãe chegou, conversamos bastante e ela disse que estava pensando em ir para Paris, até me chamou para ir junto. Estranhei o convite, minha mãe já havia ido para lá algumas vezes, mas eu nunca, e achei uma ótima oportunidade, curtir novos ares, conhecer novas pessoas, novos lugares, seria um sonho. Então concordei, e ela disse que iria marcar a viagem para dai uma semana.
Conversei com a Ana e com a Renata, pois elas que ficariam no comando do pet enquanto eu estivesse fora. Chamei-as para irmos às compras, e elas riram de mim, dizendo coisas do tipo "nossa Manu, você quer fazer compras para ir a Paris? É isso?" E elas tinham razão, minhas compras seriam lá, e não aqui.

Nunca mais havia conversado com Kelsey depois daquela noite, nem ao menos para agradecer por ter me ajudado, simplesmente não tive oportunidade, nem coragem... Mas nos meus pensamentos, ela estava sempre presente.

Finalmente chegou o dia da viagem, eu estava ansiosa, me encontrei com minha mãe no aeroporto de manhã bem cedo, e enfim embarcamos. Foram muitas horas de viagem, uma viagem cansativa, porém gostosa, principalmente ao saber qual seria o destino.
Chegando lá, fomos direto ao hotel o qual iríamos nos hospedar, lá era tudo tão lindo! Eu olhava admirada para cada detalhe enquanto andava pelas ruas no caminho, moraria em um lugar desses sem pensar duas vezes, só para ter esse clima sempre, essas vistas... Descansamos um pouco no hotel, e minha mãe não parava de falar que eu precisava encontrar alguém, mas ela sempre enfatizava esse alguém como homem, e isso me incomodava um pouco, era como se ela nunca tivesse aceitado meu namoro com a Kelsey, como se sentisse uma repulsa, as poucas vezes que citei seu nome minha mãe já me olhou injuriada, com nojo, então eu sempre desviava do assunto.
O guia do hotel veio nos perguntar quais pontos turísticos da cidade gostaríamos de visitar, e a primeira coisa que veio a minha mente, foi a ponte dos cadeados! Sempre fui uma pessoa muito romântica, e já vi vários filmes os quais os casais colocavam cadeados com seus devidos nomes lá, eu achava isso um gesto tão fofo, queria muito conhecer, e é claro, colocar o meu próprio cadeado lá, apesar de não ter uma pessoa comigo, eu sabia quem eu queria que estivesse, e não pensei duas vezes antes de por meu nome junto do dela em um cadeado, para fechar ele, e jogar a chave, pois agora era eu e ela, nossa história concretizada  é marcada ali, no lugar mais lindo e mais romântico que eu já vi!
Após sairmos da ponte, fomos a uma cafeteria muito convidativa que havia ali perto, nos sentamos e ficamos conversando, coisas aleatórias. Mas aí um homem começou a me olhar bastante, na verdade eu poderia jurar que ele estava me paquerando, olhei para minha mãe sem entender tamanha cara de pau do cara que não tirava os olhos de mim.
- Querida, ele é um gato, vocês deviam conversar.
- mãe, eu não to afim, a senhora sabe muito bem!
- não sabe o que tá perdendo pensando naquela sapatinha.
- MÃE!
- eu disse algo de mais?
Revirei os olhos, não queria estragar a viagem com uma briga, principalmente se o motivo começasse com Kel e terminasse com sey.
Minha mãe chamou o atendente da lanchonete para pedir a conta, e ele disse que já estava paga, apontou para o moço dos olhos azuis o qual estava flertando comigo até pouco, e disse que ele fez questão de pagar. Olhei para ele e ele sorriu, seguido de uma piscadela, um pouco sexy talvez, mas nada que me chamasse muito atenção.
-Agora você tem que falar com ele, se você não for, quem vai sou eu, e ainda te garanto um encontro marcado seguido de um motel 5 estrelas!
- você é ridícula.
Fui até ele e falei (ou pelo menos tentei falar) no meu melhor francês, um "obrigada" que não  ficou nada bonito, ele sorriu e disse em um português bem puxadinho para o famoso sotaque gringo.
- Receio que meu português seja melhor que seu francês, meu bem.
Eu sorri, simpático o rapaz.
- mas então, poderia receber o número do seu telefone em troca desse café?
Olhei para minha mãe, inconformada e ao mesmo tempo achando graça da situação, minha mãe veio com um papel e entregou para ele, olhei para ela boquiaberta com o modo que ela estava me "empurrando" para cima dele, ela sorriu e me puxou para fora do café, dizendo que tínhamos que ir.
- Qual é o seu problema em? - indaguei.
- Você precisa de um encontro Manuella!
- precisava me jogar pra cima dele desse jeito?
- oh se precisava!
- e se ele for um estuprador ou quiser arrancar meus órgãos para vender no mercado negro em? Não  foi você que sempre me ensinou a nao confiar em qualquer um? A tomar cuidado com as pessoas?
- Olha, se ele for estuprador, você vai poder se dar ao luxo de ser estuprada por um cara muito gato, agora sobre seus órgãos, acredito que não, mas se for também, que mal tem? Pelo menos ele é  bonito, ele é HOMEM e você vai sair com ele!
Ele é homem, ele é HOMEM, mas que porra será que está passando na cabeça dessa mulher que se diz minha mãe em? As vezes eu nem acredito no que vejo, que mulherzinha em, sou adotada, só pode!!!

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⏰ Last updated: Jan 05, 2016 ⏰

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Por AcasoWhere stories live. Discover now