Capítulo 30 - Jackson, saia daqui agora!

1.8K 121 5
                                    

Oi, gente! Desculpa a demora em postar. Espero que gostem!

A vida ia aos poucos voltando ao normal e minhas sessões de fisioterapia estavam sendo cada vez melhores. Eu ainda não conseguia correr a todo vapor quando chegava uma ambulância, mas eu e Owen nos dividíamos bem nos casos do Trauma. As coisas iam bem também na igreja. Eu e Jackson servíamos nos domingos que não estávamos de plantão, junto com April e Matthew. A pequena Hariet adorava ter os pais congregando no mesmo lugar e, graças a Deus, ela também gostava muito de me ter por perto. Algumas vezes eu ajudava na salinha das crianças e com isso nosso vínculo ia crescendo cada vez mais. 

Hoje, em especial, eu estava animada para o meu plantão no hospital. Conforme as coisas iam se adequando, a ida até o Grey Sloan ia ficando cada vez mais fácil. Já conseguia ir sozinha sem as muletas, o que facilitava muito o meu deslocamento. Porém, eu não conseguia resistir ao meu namorado me esperando na porta do apartamento sempre que nossos plantões combinavam. O sorriso de Jackson tornou a manhã ainda mais ensolarada para mim e não pude evitar de sorrir de volta quando olhei para os seus olhos. 

— Bom dia, flor do dia! — Falei indo dar um beijo naquele homem que parecia bom demais pra ser verdade. 

— Alguém está de muito bom humor hoje, não é mesmo? 

— Como não estar de bom humor com uma carinha linda dessas me esperando, hein? 

Nós saímos felizes pelo hall até o estacionamento e seguimos em paz até o Grey Sloan. 

[...]

Owen não estava de plantão hoje, então fiquei à frente dos atendimentos no Trauma com alguns internos e tudo estava correndo bem, até que Deluca me aparece mais branco do que o habitual. Estranhei e rapidamente o questionei sobre o que tinha acontecido, vendo que uma equipe de paramédicos se aproximavam da porta. 

— O que foi, Andrew?! —  Questionei novamente, já caminhando em direção a maca com um paciente deitado envolto a um lençol cheio de sangue. 

— É a Katherine, Camille. — Ele respirou fundo. — É a mãe do Jackson na maca. 

Quando ele disse as últimas palavras eu já estava perto demais para precisar ser avisada. Olhei para o rosto da mulher deitada na maca e estava bastante machucado. Minha cabeça girou naquele momento, parecendo que todo o oxigênio do meu cérebro acabou. Precisei de alguns segundos para recuperar a consciência, enquanto o paramédico me passava o que aconteceu. 

— Acidente de carro na avenida principal, o motorista não resistiu e morreu no local, a senhorita Fox está inconsciente, sinais vitais baixos e também apresenta indícios de contusão na cabeça. 

— Eu preciso de uma sala de cirurgia agora! — Gritei enquanto corria junto com o pessoal dos paramédicos. 

Em um rompante, Katherine teve uma única convulsão forte, expelindo sangue pela boca. A máquina de monitoramento começou a apitar e estávamos perdendo ela. Não sei como consegui fazer aquilo tão rápido, mas subi na maca e comecei a fazer a massagem cardíaca ritmada, enquanto os paramédicos e os internos empurravam ainda mais rápido. 

Quando chegamos na porta do elevador eu precisei usar o desfibrilador para que os sinais se estabilizarem, ou perderíamos ela antes de chegar na sala de cirurgia. Desci da maca em um pulo. No momento que eu carreguei o aparelho, a porta do elevador se abriu e demos de cara com Jackson parado lá dentro. 

— Afasta! — Descarreguei a primeira carga e graças a Deus deu certo, mantendo-a no mínimo possível que precisávamos. — Jackson, saia agora! —  Gritei pensando que ainda dava tempo de impedi-lo de ver quem estava na maca, mas foi em vão. 

— O quê? Meu Deus, o que aconteceu? Ela está bem? — Sua voz era desesperada e urgente, ele se debruçou sobre ela e voltou pra o elevador junto com a gente. 

— Jackson eu preciso que você saia desse elevador agora e confie em mim. Não podemos perder tempo. Temos que entrar em cirurgia agora! — Falei tentando obter a atenção dele e segurando seu rosto. — Jackson, por favor, confie em mim, saia! 

— Eu… Camille, ela vai ficar bem? Meu Deus… O que… 

— Jackson, eu prometo que vou fazer o possível, mas eu preciso ir agora, por favor. Você não pode ficar aqui. 

— Quero ajudar, meu Deus! É a minha mãe, Camille! Eu estou desesperado. 

Nesse momento segurei o rosto dele com as duas mãos e forcei ele a me olhar. Precisava fazer alguma coisa para que ele saísse. 

— Jackson, escuta, quanto mais demoramos aqui, mais as chances dela diminuem. 

Pra completar a minha fala Katherine começou a ir embora novamente. 

— Desfibrilador! — Gritei. — Carrega! — Segurei o aparelho e olhei para meu namorado. — Jackson, saia agora! 

Ele me olhou assustado, mas não falou nada. Colocou as mãos na cabeça e saiu apressado, as lágrimas caindo pelo seu rosto. Eu descarreguei o aparelho antes que as portas do elevador pudessem se fechar e a última imagem que eu tenho depois disso é Jackson caindo de joelhos no chão enquanto eu carregava novamente o desfibrilador. 

[...]

Fizemos uma tomografia de urgência dentro da sala de cirurgia mesmo. O resultado indicou uma lesão no crânio, uma fratura no osso do braço direito e uma hemorragia interna no pulmão.

— Eu vou entrar agora para resolver essa hemorragia. Chamem a Amélia agora! Quando terminarmos passamos pro doutor Link. 

— Mille, tem certeza que vai entrar? Eu posso achar a Grey. — Deluca falou atrás de mim. 

— Não dá tempo. Precisamos fazer isso logo. Se prepare para me ajudar. Vamos começar agora. 

Eu respirei fundo, pedindo a Deus que me deixasse honrar a confiança de Jackson. Por dentro eu estava tremendo, mas minha mente estava desesperada e ligada a mil por horas, o que disparava uma grande quantidade de adrenalina que incrivelmente estava me ajudando a saber o que fazer. Porém, o tempo era nosso inimigo. 

A nova chefe do TraumaWhere stories live. Discover now