Capítulo XXXI - Uma perda mais grave

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Neste ponto o receio apodera-se de mim; uma nuvem sombria paira por cima da cidade que descubro ao longe, dirigindo para esse lado a minha marcha solitária. Tenho medo de me aproximar, como poderei eu suportar a recordação do que nos sucedeu durante essa noite memorável e que vou tentar recordar, se puder dominar a minha perturbação?

Mas não é por o contar que se agravará o mal; que lucraria eu em deter aqui a pena, que me treme na mão? O que está feito, está feito, nada pode desfazê-lo, nada pode mudar-lhe a menor coisa.

A minha velha criada tinha de ir a Londres comigo, no dia seguinte, por causa do testamento. A Emilita tinha passado o dia em casa de Mister Omer; havíamos de encontrar-nos todos à noite no velho barco; Ham iria buscar a Emilita à hora do costume; eu devia regressar a pé, de meu vagar. O irmão e a irmã fariam juntos a volta como fizeram a ida e deviam esperar-nos à noite ao canto do fogão.

Deixei-os na barreira aonde um Straps imaginário tinha descansado com a mochila de Roderick Random, noutros tempos; e, em vez de regressar a direito, dei uma volta pela estrada de Lowestoft; depois retrocedi e tomei o caminho de Yarmouth. Parei para jantar num pequeno botequim decente, a uma meia hora do vau de que já falei; o dia decorreu e cheguei ao vau era lusco-fusco. Chovia muito, o vento era forte, mas a lua aparecia de tempos a tempos através das nuvens e não era completamente escuro.

Bem depressa avistei a casa de Mister Peggotty e distingui a luz que brilhava na janela. Eis-me, pois, patinhando na areia húmida, antes de chegar à porta; chego enfim e entro.

Tudo apresentava o aspecto mais confortável. Mister Peggotty fumava no seu cachimbo da noite e os preparativos da ceia iam seguindo; o fogão ardia alegremente; as cinzas eram removidas; o baú em que a Emilita se sentava esperava-a no canto do costume. Peggotty estava sentada no lugar que dantes ocupava e, se não fosse o trajo de viúva, acreditar-se-ia que nunca dali tinha saído. Já tinha tornado a pegar no caixão da costura, em cuja tampa se via representada a catedral de S. Paulo; o metro enrolado na choupana e o coto de cera lá estavam no seu posto como no primeiro dia. Mistress Gummidge resmungava um pouco no seu canto como sempre, o que fazia avultar a ilusão.

— É o primeiro, senhor David — disse Mister Peggotty com um ar radiante. — Mas não fique com esse casaco, que está molhado.

— Obrigado, senhor Peggotty — disse eu, dando-lhe o meu sobretudo para o pendurar —; o casaco está perfeitamente seco.

— É verdade — disse Mister Peggotty apalpando-me os ombros —, está seco como um cavaco. Sente-se, senhor; escusado é dizer-lhe que é sempre bem-vindo, mas é como se o dissesse, é bem-vindo sempre na mesma, de todo o coração o digo.

— Obrigado, senhor Peggotty, bem o sei. E como vai a minha velha Peggotty? — disse beijando-a.

— Ah! Ah! — observou Mister Peggotty rindo e sentando-se ao pé de nós, esfregando as mãos como um homem que não se enfada por encontrar uma distracção honesta aos seus desgostos recentes e com toda a franca cordialidade que lhe era habitual. — Hei-de sempre dizer que não há mulher no mundo, senhor David, que deva ter o espírito mais sossegado do que ela! Cumpriu o seu dever com o defunto e ele bem o sabia, porque também cumpriu o seu dever com ela como ela o tinha cumprido com ele, e... e assim tudo se passou bem.

Mistress Gummidge soltou um suspiro.

— Vamos, tia Gummidge, coragem! — disse Mister Peggotty. Mas meneou a cabeça olhando-nos de soslaio, para nos fazer entender que os últimos acontecimentos eram bem de natureza a recordar-lhe o defunto. — Não se deixe ir abaixo! Coragem! Um pequeno esforço e há-de ver que isso há-de ir naturalmente muito melhor depois.

David Copperfield (1850)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ