Our Past - Larry Stylinson

Capítulo 37

Toquei na tela, para abrir a mensagem e conseguir ler.

"Eu não consigo mais ficar longe de você."

Ler aquelas palavras fizeram meus olhos marejarem, eu queria ligar para ele e dizer que senti o mesmo, pedindo para que ele voltasse e que nós enfrentaríamos tudo isso juntos. Eu entendi o lado de Harry, e sabia de suas limitações, mas eu estava disposto a dar tudo de mim por isso, por nós dois.

Com o coração acelerado e me esforçando para segurar as lágrimas, digitei o número do celular de Harry, mas antes que pudesse apertar para iniciar a ligação, fui interrompido por batidas na porta.

Suspirei fundo e deixei o celular na escrivaninha, enquanto caminhava até a porta e a abria.

Assim que madeira passou pelos meus olhos, por um segundo senti meu coração parar as batidas, e em seguida bater tão forte, que eu poderia ouvir as batidas mesmo em meio a uma multidão. Minhas mãos tremiam e eu mal podia acreditar na imagem em minha frente.

Usando uma camisa estampada colorida, seus clássicos jeans escuros e botas chelsea, marrom claro, com o cabelo longo e os cachos jogados para o lado, lá estava Harry, parado em frente minha porta. Com um expressão receosa, as sobrancelhas franzidas, os lábios juntos, um contra o outro, ressaltando as covinhas em suas bochechas e os seus olhos, aqueles olhos verdes, me fitando, marejados, com brilho e esperança.

Eu queria fazer milhões de perguntas, mas também queria lhe dar todas as respostas, eu queria me jogar em seus braços e nunca mais soltá-lo, queria pegar sua mão e sair dali para qualquer que fosse o destino, apenas para não correr o risco que mais ninguém o tirasse de mim. Mas meus pés eram fixos no chão, e eu ainda duvidava dos meus próprios olhos, questionando minha sanidade. Meus lábios se abriram algumas vezes, na tentativa de dizer algo, mas eu estava, definitivamente, sem palavras.

- Acabou Lou, eu não podia mais – Seu peito subia e descia numa respiração levemente ofegante e carregada de nervosismo, com sua voz era trêmula.

O verde dos olhos dele iam de encontro ao azul dos meus, e naquele exato momento, nós sabíamos que estávamos livres. Nada mais importava agora, ali, éramos apenas nós dois, prontos para nos entregarmos um para o outro. Em um único impulso ele deu um passo em minha direção e suas mãos seguraram meu rosto, enquanto seus lábios tocaram os meus, de forma delicada, deslizando sobre eles. Minhas mãos seguravam sua cintura, e cada milésimo daquele toque parecia durar horas, eu sentia cada célula do meu corpo se acendendo, com a ansiedade crescendo em meu ventre, como o bater de asas de mil borboletas.

- Eu preciso de você, Lou – Ele sussurrou mantendo os nossos lábios a milímetros de distância, com as sobrancelhas franzidas e segurando o choro em sua garganta, enquanto uma lágrima escorria pela minha bochecha e nossos lábios se tocavam mais uma vez, ainda mais lentamente.

Harry passou as mãos pela minha cintura, e meus braços envolviam-no sobre os ombros, apertamos o abraço, colando nossos corpos. E eu sentia o alivio tomar o lugar da dor, enquanto minha alma parecia se energizar com os arrepios que corriam pelo meu corpo.

Dei passos para trás, o trazendo para dentro do quarto, enquanto ele fechava a porta atrás de si, sem afastar os lábios macios dos meus, que agora deslizavam de forma mais intensa e voltando a me envolver com ambas as mãos. Nós deveríamos conversar, nós deveríamos falar sobre tudo o que aconteceu e sobre o que sentíamos, mas mais nada parecia importar ali. Nós podíamos finalmente, nos amar por inteiro, sem culpa, sem mentiras, sem porém.

Nós.

Afastei nossos lábios por um momento, e mantendo a proximidade dos nossos rostos, eu olhei em seus olhos verdes, que me fitavam de volta.