Our Past - Larry Stylinson

Capítulo 13

Já havia feito minha refeição ao meio dia, e estava me aprontando para meu passeio, o qual optei em executar durante a tarde, já que pela manhã, Edward estava repousando após passar a noite inteira fazendo a ronda na casa.

E a sua presença em meu passeio era... essencial.

A verdade é que há algo em Edward que me intriga, e o modo como conversamos e trocamos palavras sugestivas me diz que é provável que eu provoque o mesmo no homem de olhos esverdeados. De fato, não devíamos nos aproximar dessa maneira, e eu certamente deveria estar a procura de uma mulher, mas no momento, meu único interesse é ouvir a voz de Edward, falando sobre qualquer que seja o assunto em suas lentas e roucas palavras.

Saí de meus aposentos e desci a escadaria, encontrando o rapaz no final dela, em sua posição de costume e um sorriso no canto dos lábios, me aguardando de modo impecável.

- Está pronto Edward? – Questionei pisando nos últimos degraus e chagando ao piso de madeira escura.

- Sim, William – Ele assentiu, com um tom formal.

Lhe lancei um olhar profundo e em seguida partimos para a saída da casa, em direção ao campo.

Apesar de algumas nuvens no céu, o dia estava bonito e o sol brilhava sobre nós, iluminando a grama verde num tom vívido, assim como os olhos ao meu lado, que tanto me prendiam. Edward e eu caminhávamos lado a lado em passos lentos pelo campo, mas ainda em silêncio, aproveitando para ouvir o canto dos pássaros que sobrevoavam um pouco acima em direção ao bosque.

- O repouso foi suficiente para seu descanso? – Indaguei ao homem, quebrando o silêncio.

- Certamente, estou acostumado a dormir poucas horas – Ele disse num tom calmo e me fitou em seguida – Isso aqui tem sido um paraíso. – Me lançou um sorriso e eu pude sentir minhas bochechas queimarem.

- Me parece mais o contrário disso – Bufei, desviando o olhar de Edward, me lamentando por minha rotina tediosa e responsabilidades as quais não me interessavam.

- O que há de errado? – Ele pareceu ficar mais sério e mantinha os olhos em mim, agora mais preocupados.

- Tudo, meu caro – suspirei e o olhei mais uma vez – Não posso ser quem eu sou de verdade nessa família, estou destinado a ser como meu pai.

- Seu pai me parece um homem de sucesso, estou errado? – Edward disse em um tom sério e se mostrando interessado no assunto.

- De fato, ele é, mas não é o que quero para mim – Desviei meus olhos para o horizonte.

- O que você quer William? – Sua voz rouca questionou, em um tom casual e leve.

Interrompi meus passos e virei meu corpo em direção ao rapaz de cabelos cacheados, que fez o mesmo, permitindo que ficássemos frente um ao outro.

- Quero conhecer o mundo Edward, saber o que tem além das fronteiras e... – Suspirei mais uma vez, me questionando internamente por que me sentia tão a vontade para me abrir assim com o homem parado em minha frente – Quero ser livre para amar quem eu quiser amar, sem que isso seja imposto à mim.

Os olhos cor de esmeralda do homem me pareceram compreensivos e melancólicos, e sua feição era séria.

- Liberdade é um conceito inexistente nesse mundo William, é um mito. – Seu tom era sério, e agora suas sobrancelhas franziam em sua testa, revelando uma ruga entre elas.

- Acredita que será real no futuro? – Perguntei ao rapaz, mantendo a seriedade da conversa.

- Tenho que acreditar – Sua voz saiu um pouco mais divertida, num tom óbvio – Não é disso que somos feitos? Esperança?!