Capítulo 22

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Passar aquele tempo com minha família foi realmente algo que fez eu me sentir um pouco melhor. Ouvir Lottie e Fizzie contar sobre a escola, brincar e ouvir as risadas doces de Daisy e Phoebe, assistirmos filmes a noite todos juntos e acordar com o café da manhã preparado pela minha mãe, foram coisas que eu não tinha parado pra pensar o quanto sentia falta. E de certa forma, me ajudaram a esquecer, em partes, o motivo de estar ali.

Mas era difícil não me lembrar de tudo que tinha me acontecido e o quanto eu também sentia falta deles. Já tinha acostumado em acordar e ver Zayn ao meu lado dormindo, e de como ele sempre resmungava quando eu abria a cortina de manhã para a luz do sol entrar. E era estranho passar a sexta feira a noite em casa, já que nós sempre íamos ou pro apartamento deles, ou pra algum outro lugar beber e jogar conversa fora, enquanto Niall soltava a sua típica gargalhada.

E eram só esses momentos virem a tona na minha cabeça, que minha mínima animação ia embora, e eu so me lembrava de como tinha sido enganado todo esse tempo.

Minha mãe esperou alguns dias para me perguntar o que havia acontecido, mas foi no sábado a noite em que ela veio até meu quarto e se sentou na beira da cama, me olhando com ternura e pronta para entender tudo.

E foi o que aconteceu, contei sobre os acontecimentos a minha mãe, desde o dia em que conheci Zayn, até a aparição de Megan, mas claro que ocultei a parte das minhas lembranças, em que descobri sobre a alma de Harry e a minha pertencerem uma a outra, me limitando a dizer gostava dele e senti uma "conexão".

- E ele é bonito? – Ela perguntou sorrindo quando tinha finalmente terminado de falar – Esse tal de Harry?

Dei uma risada sem graça e senti minhas bochechas corarem.

- É demais – falei num suspiro e desviei o olhar para minhas próprias pernas de modo tímido enquanto minha mãe ria um pouco.

- Olha Boo, eu entendo sua angústia e você tem direito de ficar chateado com eles – Ela começou agora num tom mais sério, alisando a mão sobre minha calça de moletom – Mas você sabe que a coisa certa a se fazer é escutar o que eles tem a dizer.

No momento em que as palavras da minha mãe saíram de sua boca, num tom doce e compreensível, meu celular voltara a vibrar pela centésima vez só naquele dia, e dessa vez era Liam tentando falar comigo. Suspirei e coloquei o aparelho de lado, voltando a olhar para ela.

- Todo mundo merece uma segunda chance Boo, não é justo você não deixar que eles pelo menos tentem te dizer o que aconteceu – Ela continuou e eu sabia, no fundo, que ela tinha razão – Você não gostaria de se explicar se estivesse no lugar deles?!

- Eu nunca faria isso com alguém se estivesse no lugar deles – Interrompi sua fala rapidamente, de modo firme.

- Como tem tanta certeza? – Ela questionou calma – Não quis ouvir os motivos que levaram eles a agir assim.

Droga.

Suspirei fundo, me dando por vencido ao perceber que, como sempre, minha mãe tinha razão. Eu tinha o direito de estar triste, mas também errei quando não escutei o que eles tinham a dizer.

- Odeio quando tem razão – Falei baixo fitando minhas mãos

- Sabia que ia fazer a coisa certa querido – Ela falou num tom mais feliz, se levantando e deixando um beijo doce em minha têmpora – Vou fazer o jantar.

Minha mãe deixou o quarto e eu me recostei sobre a cabeceira da cama, levando as mãos no rosto e passando pelo cabelo em seguida, bufando por não conseguir decidir o que fazer. Nesse momento meu celular voltou a vibrar, e no visor estava escrito o nome dele. Ponderei sobre as palavras de minha mãe, e me lembrei que apesar de não mandar sequer uma mensagem no dia do ocorrido, desde quinta-feira, ele havia insistido tanto quanto os outros para falar comigo, mas eu ignorei todas as chamadas, até agora.

Our Past - Larry StylinsonWhere stories live. Discover now