Conversa decisiva

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Kakashi ergueu os olhos para o alto, sabendo o que encontraria no alto paredão de concreto, para ser pego por um par de olhos vermelhos feito sangue

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Kakashi ergueu os olhos para o alto, sabendo o que encontraria no alto paredão de concreto, para ser pego por um par de olhos vermelhos feito sangue. Kushisake, como sempre, estivera o observando. Dali ela podia, ou não, ter ouvido toda sua conversa com Danzo. O que aquela criatura estranha pensava sobre seu rancor sobre Hiruzen?

Ela ouvira em sua voz, na forma como aquele homem enxergou o ódio, o rancor e o luto... Usando para transforma-lo em mais uma de suas armas? Kakashi não era tolo. Danzou devia ter suposto que seu luto e seu ódio precisavam de um local para ser despejado, que ele iria ter rancor em relação ao Sandaime... Não achava que aquele ancião o via como menos do que uma arma.

Mas apenas Minato o vira como algo diferente daquilo.

Sem o sensei que cuidara dele desde que se formara na academia, tantos anos antes, ele não esperava mais nenhum tipo de laço ou compreensão.

Ou redenção.

Não havia motivos para procurar tal coisa também. Kakashi estava sozinho e ninguém por quem valia a pena lutar pela sanidade, pela parte menos sombria em sua alma, então ele não se importaria em virar a arma de Danzou na Anbu desde que pudesse ocupar aquele vazio oco dentro de si. Ele sentia que poderia vomitar caso ouvisse alguém falando com tanto carinho do Sandaime quando ele estivera lá... Estivera lá e não fora capaz de nada por Minato e Kushina.

Ele dera a ordem de que não pudessem lutar.

Um ninja poderia ter feito diferença, ou não, mas só assim poderiam ter descoberto. Nunca saberia. Diversos ninjas foram mantidos fora de combate. Ele lutara na guerra, mas o Sandaime o proibiu de lutar pela vida das únicas pessoas que tinham lhe sobrado no mundo.

Kushisake o vira vender a alma. Trincou o maxilar, com pouca disposição para aquele enigma maldito que aquela garota se tornou, mas a parte escura de si, agora ainda mais tomando sua parte, também queria entender o que era aquela criatura.

Ela matou todos aqueles homens.

Falara sobre aquilo com tanta naturalidade, como se não fosse nada; por anos Kakashi invejou a facilidade com qual Minato matava em campo de batalha sem mover um único músculo em seu rosto, então voltar para casa e encontrar a esposa com um sorriso gentil. Invejara, mas também temera. Era como se fossem ícones. Daqueles que você nunca sabia se tinham transcendido para um nível superior ou simplesmente tinham nascido com algo morto em si.

Kushisake parecia ter a mesma calma naquilo e, por mais perturbador que fosse, também era um balsamo para a ferida inflamada e pulsante do rapaz. Como se algo tivesse ficado para trás.

Era estranho, mas era reconfortante. Havia culpa demais dentro dele, ódio e rancor também, então algo que o anestesiasse disso também era interessante.

[...]

Kushisake tinha dificuldade para entender os homens e mulheres adultos. Crianças eram mais simples e era com elas que a ruiva costumava passar seu tempo, observando-as e se aproximando delas. Ouvindo, com frequência, sem que elas a vissem, mas interagindo com frequência também.

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