Mamoritai I Eu quero te proteger.
Kakashi está em meio ao caos do pós guerra, lidando com a perda dos companheiros como consegue e com as consequências de tentar seguir apesar de tudo, quando é capturado em missão por uma seita que adora uma divind...
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O tempo estava nublado. Não chovia, mas a escuridão do céu parecia ecoar o sofrimento de toda Konoha com a morte do Hokage. Kakashi ficou parado ao lado dos colegas de classe, uma dor oca e paralisante o tomando desde que ele soubera que Minato e Kushina tinham dado suas vidas, ambos, para salvar a vila da Kyuubi e o seu bebê tinha se tornado o novo receptáculo da Kyuubi.
A Bijuu que anteriormente habitara em Kushina agora residia em seu pequeno bebe. Kakashi queria pensar na criança, mas só conseguia lembrar do sorriso calmo do sensei e da alegria absoluta que via nos olhos e no rosto de Minato sempre que ele chegava em casa para ficar com Kushina.
Em sua guarda, e no seu convívio com eles, Kakashi vira aqueles dois como o exemplo de uma fagulha de possibilidade de ser feliz na vida ninja. Nunca tivera tempo, ou estabilidade emocional, para desejar aquilo, mas...
Kushina, totalmente invasiva, brigona e excessivamente alegre, mas que o abraçara em sua casa como se fosse da família. Minato, que fora seu sensei e jamais desistira dele, e o confiara sua mulher e filho não nascido...
Mortos.
Após o funeral, Kakashi seguiu andando pelo cemitério.
Ele visitava muito o túmulo de Rin, assim como o memorial com o nome de Obito, então o caminho era quase instintivo. Kakashi ergueu os olhos para ver as flores que colocara no dia anterior espalhadas ao redor do túmulo. Jogadas. Totalmente jogadas. Os vasos derrubados e meio quebrados no chão...
Poderia ter sido algo do ataque da Kyuubi, mas...
Tinha alguém te observando no cemitério hoje. Ele jogou fora as flores que você colocou no tumulo da sua colega.
Kakashi puxou o bilhete do bolso e cerrou os dedos ao redor do papel. Passos soaram a sua frente e um cheiro forte floral chegou ao seu nariz. Crisântemos e Higanbana, no meio de algo adocicado como veneno e algo... metálico. Como sangue.
Ele olhou para cima.
Olhos vermelhos o encaravam de perto. Ela não vestia preto como o resto da vila, mas sua usual blusa branca e saia verde. Ele só a vira com aquela roupa. O cheiro dela a atingia agora, real e palatável, mas tão associado a morte que era como um presságio. O vento veio nos dois com força e Kakashi observou os cabelos vermelhos dela ricochetearem contra o vento. Antes, em seus momentos de observação mutua, o vento jamais parecera atingi-la.
Uma mão pálida ergueu – se no espaço entre eles, um crisântemo branco entre os dedos estendidos. Kakashi observou a flor e a ela, os olhos vermelhos pareciam tristes, então aceitou a oferenda. Condolências. Um crisântemo branco simbolizava tristeza e era usado em funerais com frequência, dado a entes queridos como símbolo de tristeza e luto.
– Sinto muito pelo seu amigo. – Kakashi tirou os olhos da flor para ela. Era a primeira vez que falava. Sua voz era baixa, ligeiramente rouca, mas clara o suficiente.
