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#PelasBarbasDeMerlin

Boa leitura 

💚

Jungkook point of the view

A dor da perda, transcende a carnal.

A perda de algo ou alguém, faz com que um grito ensurdecedor e dolorido, seja reprimido dentro da alma, nos fazendo arder em escuridão e silêncio.

Perder alguém, nos faz querer sucumbir à ruína, buscar o fim de tudo, desistir dos sonhos e desejar a morte. Tudo para calar a dor dentro do próprio âmago.

Talvez por não ter ciência da minha rasa existência no mundo, com apenas minhas duas décadas vivenciando de amores e dores superficiais, que não soube reagir quando avistei o corpo de Jimin cair rijo naquele carpete.

Minha mente deleitou-se em um profundo e profano amargor. O escuro perante os meus olhos, se tornaram bem vindos.

Eu quis me atirar contra qualquer feitiço e partir com ele.

Eu só quero ter ele de novo pra mim.

Só mais uma vez.

Inexpressível, não sentindo mais meu corpo corresponder aos meus comandos, deixei-me levar pelo tênue fio de consciência, e sentindo o seu perfume doce, tão reconhecível, tocar levemente meus sentidos, tombei em sua direção. Com o tronco colado contra a madeira fria, arrastei-me até me aproximar mais de si, com o cheiro que tanto gosto se intensificando gradativamente.

Apesar de não enxergar nada devido ao meu colapso mental, notei imediatamente que estava ao seu lado, quando senti meus dedos correrem de modo involuntário e veloz pelo tecido que devia estar cobrindo seus braços perfeitos.

Uma pontada forte em minha cabeça me fez gemer sôfrego, a consciência se esvaindo aos poucos, enquanto minha memória me bombardeava de imagens dele sendo atingido por algum feitiço não verbal, do rosto satisfeito do homem atrás de si, da cor de seus olhos se apagando quando voltou á me encarar, clamando por ajuda, antes de tombar para trás, em direção ao chão.

Ao lembrar do que havia acontecido minutos atrás, o desespero se apossa de mim novamente.

Mas não é como se eu fosse forte agora, até porque, quais seriam os motivos?

Eu não quero ser forte, já que a razão pela qual eu treinei tanto, havia se partido diante de meus olhos.

Eu não quero doses de coragem, muito menos de algum feitiço poderoso capaz de matar todos presentes naquele salão imundo.

Eu quero ser fraco.

Quero acompanhar ele, para onde ele for.

E não é de modo racional que sinto isso. Simplesmente, sinto que este é o certo.

Talvez seja o amor.

Em meio ao turbilhão de sentimentos, senti o frio de seu pequeno corpo diminuir conforme eu me aconchegava ao seu lado, deitados sobre o chão e eu me enroscando ao seu torso, tentando involuntariamente nos tornar apenas um.

Encostando meu nariz perto de seu pescoço, fungando a última dose de seu ser, senti novamente uma pontada, não só em minha cabeça, como também em meu peito, enquanto o coração acelerava e eu não permitia o ar adentrar em meus pulmões, por nervosismo. E assim, minha mente ruiu e eu me permiti ruir também.

[...]

Sentindo o ar gélido tocar a pontas de meus pés, acordei em um solavanco repentino.