Capítulo 38- Eu ainda preciso de você

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Notas da autora: oiii queria avisar que esse NÃO é o final e que eu mudei um pouco a história da série OUAT(Once Upon a Time).

Depois de algumas horas a "tia" de Peter Pan disse que estávamos chegando. Parecia uma estrada normal, mas de repente havia uma cidade ali. Me assustei um pouco, mas eu estava lidando com um mundo de magia né?
Ela me deixou em frente de uma cafeteria e me disse pra comer algo e descansar um pouco. Eu tinha saído na pressa então eu realmente estava com fome e sede. Entrei lá e sentei em um banco.
-Olá, meu nome é Ruby. O que você gostaria de pedir?
Voltei a realidade com essa pergunta. Percebi que ela usava uma capa vermelha, então ela era a famosa chapeuzinho vermelho, pensei que ela seria mais nova sla.
Olhei rapidamente no cardápio.
-Um milkshake de morango por favor.
-Ok
Depois de alguns minutos, ela trouxe o meu pedido, paguei e já comecei a tomar meu milkshake que estava muito bom.
Até que eu vi entrar os meninos perdidos, todos eles.
-Hey
Eles começaram a se animar.
-O que você tá fazendo aqui?
-Eu fiquei sem nenhuma notícia de vocês e... Bom, não importa. Estão todos bem?
-A situação está um pouco complicada.
-Pan disse pra gente vir pra cá.
-E também disse umas coisas meio estranhas.
-Que tipo de coisas?- eu perguntei
-Que confiava na gente
-E que somos corajosos e bravos, e conseguimos passar por tudo.
-E pra não ligar para o que os adultos falam
-Ou fazem
Ok, eu estava preocupada.
-Que apenas deveríamos nos preocupar com isso bemmmmm depois.
Como assim bem depois? Não era pra eles ficarem crianças pra sempre? Essa é a história. Não é?
Acabei meu milkshake e fomos sentar nos lugares que haviam lá fora.
-Ah, quase esqueci. Pan também mandou entregarmos isso- então e me entregou uma carta-disse pra só abri-lo depois, mas só depois.
-Depois do que?
-Ele disse que você saberia.
Comecei a sentir uma dor insuportável nas costas.
-Mamãe, o que é isso?- ele apontou para minhas costas.
Coloquei minha mão perto da minha nuca e a olhei depois, estava cheia de sangue. Olhei para os meninos perdidos mais velhos e percebi que pensamos na mesma coisa.
Peter Pan.
O mentalizei e lembrei de ter visto aquele lugar no caminho, comecei a correr o máximo que eu conseguia e percebi que os meninos também.
O ar parecia não entrar nos meu pulmões.
Vi de longe um grupo pequeno de frente para duas pessoas, não conseguia enxergar direito mas percebi que era Peter e mais alguém.
Fui um pouco mais para frente, vi que o homem estava com uma faca(o que seja aquilo) nas costas de Peter.
Tentei me transportar, mas não conseguia de jeito nenhum. Corri mais ainda, meus pés não aguentavam mais, porém eu não me importava.
A alguns metros de distância, Peter Pan olhou para mim e com isso parei.
Encarei seus olhos verdes, até que seus lábios se mexeram em um som que ninguém escutaria, mas seus pensamentos me disseram.
Eu te amo pássaro
Naquele momento o ar parecia não existir, meu coração parecia que já ia sair pela boca, eu suava frio, mas me sentia quente, também tremia, lágrimas começaram a escorregar pela minha pele.
Comecei a correr novamente, nem sentia mais meus pés. Percebi que aquelas pessoas que apenas assistiam e não faziam nada se assustaram.
Quando estava a um passo dele, ele desapareceu.
Meu mundo desabou, me joguei de joelhos procurando algo que pudesse me ajudar, como se eu conseguisse puxar ele do chão ou algo assim. Comecei a socar o chão insignificantemente. Percebi que nada adiantaria, então simplesmente me sentei e comecei a chorar como nunca havia, a dor que havia aumentado parecia não significar mais, apenas restava a perda.
-POR FAVOR NÃO ME DEIXA- gritei como se ele me escutasse, então comecei a falar baixo- espera eu ainda quero você. Volta, eu ainda preciso de você- então quase sem forças, eu sussurrei- por favor, eu te amo.
-Izzy...-um menino pedido disse tentando parecer que não queria chorar.
Neguei com cabeça, neguei o que ele queria dizer.
-Eu não quero deixá-lo, eu sei que eu não sou forte o bastante. Vamos fazer certo, sempre conseguimos. Só me deixa ver os seus olhos mais uma vez... Só quero te levar pra casa... eu preciso de você...
Olhei para aquele homem com aquela arma na mão com tanto ódio que eu nem me reconhecia.
-Quem é você?- o homem me perguntou.
-A menina de Peter Pan- um homem que parecia... Gancho? Não, mas o Gancho que eu conheço é velho. Deve ser ele o filho do Gancho com quem lutávamos na ilha, ele deve ter vindo pra cá depois que seu pai conseguiu ir para outro mundo.
-O que?
-Ele voltou pra Neverland não é?- eu perguntei com a esperança dele estar nos esperando lá.
-Peter Pan? Lamento lhe dizer, mas não. Ele realmente se foi.
-Não, ele não...- mais lágrimas e soluços vinham, agora aquela dor fazia efeito.
-Você... O que você fez?- eu perguntei praticamente gritando
-Eu tive que fazer.
Como assim TIVE que fazer?
Eu não conseguia me controlar, acabei jogando um raio para algum lado.
Então uma mulher me empurrou em uma árvore e pôs sua mão em meu pescoço.
-Pare, não queremos ninguém machucado.
A olhei confusa, ninguém machucado? E meu Peter?
Novamente uma dor forte me atingiu, mais lágrimas saiam sem intenção.
-Esperem- Gancho disse- Dizem que ela é a Luz, como nas profecias. O que vocês compartilhavam?
Não conseguia dizer, tentei olhar para os meninos esperando que alguém respondesse.
-Escutavam os pensamentos um do outro
-E sentiam o mesmo que o outro
-Só que em menor quantidade
A mulher de cabelos pretos e batom vermelho me soltou e caí no chão, não conseguia levantar dali.
-Mas se Peter Pan está morto...- ela disse
-Uma parte dela também está- uma mulher loira disse.
Está morto
Essa frase não parava de se repetir na minha cabeça.
Lembranças dele... de seu sorriso passavam pela minha cabeça. Coloquei a mão no meu peito, doía demais, eu conseguiria aguentar aquilo? Meu rosto estava inchado, meus olhos vermelhos e minhas lágrimas e soluços pareciam não acabar, o ar ainda rarefeito. O que eu consegui fazer foi apenas me encolher naquela árvore esperando que aquilo passasse. Então os meninos perdidos vieram até mim, os pequenos me abraçavam.
Aquele grupo começou a se aproximar, me fazendo encolher ainda mais.
-Não cheguem perto de mim.
Os garotos mais velhos ficaram a minha volta como se estivessem me protegendo.
-Nós só queremos ajudá-la.
Com a ajuda dos meninos consegui me levantar, me sentia fraca.
-Me ajudar? Só trazendo ele de volta pra mim.
-Não podemos, temos que proteger o Henry.
-Henry? Ele me contou de você, uma das opções pra salvar a ilha.
-Uma das?
-Sim, ele tinha outro plano. Vocês... o mataram por isso? Por que acharam que ele mataria o Henry? Ele não... Ele não ia.
-E como podemos ter certeza de que está falando a verdade?
-A profecia... Para compartilharem tinham que se amar-um dos meninos mais velhos falou
-Pan não pode amar
-Eu também achava isso
Os meninos deram sorrisos como se estivessem lembrando dele.
-EU era a outra opção, seu coração não estava preto, havia alguns pontinhos vermelhos ali. Era isso que salvava a ilha.
Eles mataram Peter Pan, o amor da minha vida, pra quem eu dei meu corpo e alma, por nada.
Não conseguia ficar ali.
Sussurrei para um menino mais velho sobre o que deviam fazer e para onde ir. Concentrei e me teletransportei para um lugar alto de onde eu conseguia ver a cidade de cima.
Me sentia perdida, era pra ele me ajudar a saber o que fazer...

My black hair and your black heartWhere stories live. Discover now