Capítulo 4

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Acordo com o despertador gritando ao meu lado, resmungo de frustação e levanto antes que eu jogue ele na parede, e agora percebo que estou usando a mesma roupa de ontem e ainda com o tênis sujo de barro.

Tenho vagas lembranças depois que deixei a escola, memórias distorcidas que nada indica como cheguei em casa sozinha. Tinha saido sem rumo, tomara que eu não tinha feito algo mais sombrio.

Não me sinto culpada por ontem, o pior que pareça, parecia o certo.

Dúvidas me cercam, tudo parecia um sonho.. e se.. se fosse verdade do que ele disse.. "vampira", até ontem não passava de filmes e eu teria o destino de ser uma assassina.

E ainda sem controle.

Sinto minha cabeça latejar, é insuportável essa dor. Que ótimo! Mais um dia de merda.

Vou ao banheiro e me olho no espelho.

— Aiii!! — grito assustada, porque meus olhos ainda estão vermelho??

— O que foi filha, você está bem? — minha mãe grita da cozinha.

Recupero do susto, eles continuam vermelhos e me encaro novamente no espelho,

 " Droga!! Droga,Droga!!!! Como vou esconder isso". Digo pra mim mesma..

— Não foi nada Mããeee!, só tomei um susto com uma barata voadora. — Tento disfarçar, é a desculpa perfeita. Esses bichos sempre aparecem

— Cuidado com esses bichos nojentos, eu vou aí so preciso pegar a minha raquete, e meu...

— Não, não precisa mãe. Ela já escapou pela janelinha. — se não a cortasse ela apareceria como uma astronauta, só pra pegar uma barata, era o uniforme anti-barata ou melhor caça barata, e a verdade eu nunca havi ela pegar uma, principalmente com toda essa gravidade da terra.

Coloco um moletom preto com toca, procuro o óculos escuro bem no final da gaveta e os uso.. a verdade nem sei o porque que tenho eles guardados, nunca tirei da gaveta e aqui nunca faz sol. E não fazia nenhum sentido usar.

Tomo fôlego criando coragem, agora sim. Estou pronta para enfrentar o mundo.. só que não

[...]

Entro no portão da escola, esperando o pior.. que me apontem o dedo e cochichos entre eles que fui eu que matei o professor, e que não me reconheça mais. Mas estou até surpresa, porque nada disso acontece.

Tudo parece normal, como que aquilo nunca tivesse acontecido. Como fosse um passado distante, não ontem.

Sinto nervosa, e se isso for um teste e ainda assim eu for presa no meio da aula, e se eu..

O pior que seja, ele não contou para ninguém 'ainda'. E isso se torna ainda mais estranho.

Confesso que estou com medo de olhar para ele e ver em seus olhos que sou um mostro.

Espero que não me julgue, e também não me denuncie, mesmo eu merecendo ser punida.

O sinal toca, despertando dos meus devaneios.

Sigo para a aula, e não me deixando de me preocupar.

Sou a primeira a entrar, e sento.. reparo em todos que entram, disfarçadamente e sinto meu coração acelerar quando ele entra e seus olhos percorre a sala inteira, como estivesse procurando alguém e seus olhos me encontram.

E se aproxima, e sorri de um jeito estranho, como doesse e percebo que seu rosto está machucado. E deixa um bilhete na minha mesa e vai em direção ao fundo da sala se sentar.

— Queridos alunos, quero que abrem o livro nas questões políticas do governo do século XV... a professora fala.

Fico curiosa, sem me conter o abro e fico intrigada. Será que ele quis dizer algo a mais com essas palavras?

"Não é só você que guarda segredos..."

Aula continua chata, repetitiva e com a mesma rotina de sempre. Eu preciso falar com ele, mas não sei como abordar o assunto.

Ouço uns murmúrios animados, e agudos sobre um tal acampamento. Tento me lembrar do que eles estão dizendo e eu tinha esquecido completamente sobre a viagem que será amanhã.

No noroeste do estado de Washington, há uma cidadezinha chamada Forks. E ali que iríamos acampar, tem uma floresta que rodeia a cidade. Eu sei que tem tantos outros lugares melhores, mas alguém colocou a idéia na cabeça que será ali, numa cidade insignificante do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos.

E não consigo mais prestar atenção, criando motivos para não ir e tentar justificar a minha mãe. Mas será inútil, ela apoiou essa história desde o começo.

Penso, o que pode dar errado lá.

Sol da Meia-NoiteWhere stories live. Discover now