Alive |[ Reaper76 ]|

25

- Papa! - Olivia sorriu ao vê-lo - onde estão os outros!?

O Reaper a encarou nos olhos havia uma maldade em seu olhar, uma que nem mesmo ele conseguia controlar, estava fora de si algo o impulsionava... sentia algo correr por suas veias, era uma espécie de raiva sintética.

- Onde está o soldado? - Sombra o perguntou mais uma vez e ele se aproximou dela.

Sua mão apertou-lhe o pescoço e a suspendeu na intenção de apoiar o corpo na parede, o movimento era apertado e inesperado e a Reyes lutava para entender o que se passava e para respirar.

- Dói... - a palavra saiu enquanto ele apertava mais ainda.

o barulho de um tiro fora escutado, acertando em cheio o Reaper, ou não, seu corpo transitava em uma névoa sufocante, ele parecia um fantasma mesmo que pudesse interagir com tudo que tocava.

- Solte ela, Gabriel - a aranha mandou com a arma em mãos - estou mandando.

Ele sorriu expondo seus dentes pontudos, aquilo conseguiria dilacerar a carne nem se precisava de um teste. Seu aperto se fez mais presente e Sombra praticamente não respirava mais, não só isso mas, suas unhas começavam a se cravar na pele, fazendo pequenos filetes de escarlate tingirem a pele ao redor das garras.

- Isso não é você e muito menos o Reaper, isso é o monstro que aquela doente queria que você fosse.

O Reaper levou sua mão livre a barriga da garota, seus dedos dançaram contra a roupa fazendo um jogo misterioso e doentio se ele iria ou não afundar as garras ali.

- Gabriel, não faça isso, ela é sua filha!

- Filha? - sua voz saiu grave, lembrava a de um demônio - não me lembro de filha alguma.

Com isso o Reaper acabou com a dúvida, enfiando suas unhas na barriga da garota e subindo, sua mão abandonou o pescoço e ele ergueu seu corpo apenas com suas garras que cravavam mais ainda dentro do corpo de Olivia.

Quando ele a largou, a garota cuspiu sangue e lágrimas se formavam, ela não gritou em momento algum, não tinha o porquê... ninguém a salvaria do monstro criado por Moira.

- Ops - sua voz saiu com um tom cômico.

- Amélie - Genji a chamou correndo e parou no meio do caminho ao ver o corpo de Olivia sangrando - ok... o que tá acontecendo?

- Sua alma é interessante... - os olhares vermelhos se prenderam no japonês, que engoliu em seco, aquele olhar lhe fazia sentir calafrios.

- Os experimentos de Moira estão fazendo efeito.

- Estou falando com você, dragão - o Reaper falou aparecendo a sua frente, a centímetros de seu rosto - sua alma parece incompleta... como se tivesse morrido e voltado.

- Amélie, dá um tiro nele, Amélie! - Genji começou a se desesperar quando Gabriel avançou mais ainda e recuando ele bateu as costas na parede - AMÉLIE! ELE VAI ME COMER!

- Até que não seria má ideia... - o monstro disse com um sorriso.

- AMÉLIE, OLHA ISSO AQUI!

- Já dei um tiro nele, não funciona - Amélie disse com uma calma sobrenatural, para ela, se desesperar só iria fazer Genji ter mais medo.

- Cadê o Jack!?

- Você viu a Olivia e ainda pergunta do Jack!? - a concentração do japonês se perdeu quando o Reaper se aproximou ainda mais de seu rosto e passou a língua em sua bochecha.

- Você me lambeu!?

O Reyes ignorou o questionamento cheio de irritação e nojo, ele voltou a olhar o menor nos olhos com um sorriso sádico, do tipo que os lobos fariam se pudessem sorrir antes de devorarem um coelho. O "anjo" se aproximou novamente, com os lábios entre abertos, aquilo fez Genji gelar e entrar em desespero.

- Não se preocupe, Dragão, isso não vai doer... - Genji conseguiu apenas focar no quão próximo seu chefe estava perto dele, não só isso mas, o sorriso de antes, aquele que paralisava seu corpo - pelo menos não em mim.

Uma linha de cor azulada se fez presente, saia de Genji e ele sentiu o pavor tomar a si, fora a dor... como se seus órgãos tivesse entrado em um colapso coletivo, até suas partes robóticas, partes do corpo que ele jurava não sentir falta estavam lhe cobrando uma existência fantasma.

- Ryuu-ga,-Waga-teki-wo,Ku-ra-u! - o grito veio de repente e dragões voaram em direção ao Reaper, estrago não houve algum mas, a atenção de Gabriel foi atraída com sucesso.

- Atravessou!? - Jack parecia se perguntar mais pra si do que pro japonês, o medo também tinha começado a consumi-lo.

- Se afaste do meu irmão!

- Veja, Dragão, seu assassino veio reivindicar sua alma...

- Vou tentar de novo - Hanzo falou pegando outra flecha e se preparando.

- Não - Jack logo colocou a mão em seu ombro, aquilo não iria adiantar - pegue os outros e saia daqui, quando sair peça para Mercy olhar Jesse.

- Mas, Jack...

- Me deixe salva-lo, Hanzo.

- Ele vai pegar a sua alma, isso sim!

- Minha alma sempre foi dele... - a frase saiu como sussurro e nem mesmo o japonês escutou.

- JACK!

Os gritos de Hanzo não o fizeram parar e o soldado se pôs na frente de Gabriel, se o arqueiro tentasse atacar novamente, teria de fazer a flecha atravessar o corpo de Jack para que talvez chegue a fazer um certo estrago no outro.

- Eu disse para ir embora, soldado - o Reaper disse mantendo sua atenção em Jack.

- Disse que não me abandonaria, também não vou fazer isso, Gabe.

O anjo gargalhou, como se Jack tivesse contado alguma piada realmente engraçada.

- Vocês humanos e esse amor incondicional... pois bem, se quer tanto assim ficar com seu amado, vou fazê-lo ser meu.

O Reaper soltou Genji e foi em direção a Jack, em momento algum o Morrison se sentiu intimidado, afinal de contas, por mais que Gabriel estivesse descontrolado, ainda era o seu Reyes, não?

- Leve-os daqui - ele pediu e a única do corredor a se mover foi Amélie, que pegou Olvia nos braços, sem se importar com o sangue - Agora!

Com o grito do soldado, Hanzo se moveu, ajudando seu irmão e o levando dali.

- Fugir não vai salva-los, sabe disso, não sabe?

- Prefiro ficar com a dúvida - Jack disse o encarnado nos olhos.

- Jackie... sempre tão corajoso - o Reaper comentou levando sua mão a lateral da bochecha do soldado - onde estava tudo isso quando esse corpo estava prestes a morrer?

O questionamento fez o Morrison parar, ele não sabia explicar mas, com a presença do anjo, suas memórias do buraco pareciam lhe acertar como tiros.

- Onde estava enquanto ele era feito de rato de laboratório?

- Eu...

- Você fugiu, Jack. O deixou sozinho...

- Eu não fiz isso! Eu... eu nem sabia que ele estava vivo!

- Tem certeza disso?

A dúvida o quebrou naquele instante, sim Jack não sabia que Gabriel estava vivo mas, em meio a aquela pressão toda, em meio a aquela presença ele se questionava.

- Você o procurou depois que virou isso? - o tom veio com nojo, o Reaper expressou repulsa quando se referia a Jack ter se tornado o soldado76.

- Eu te esperei, Gabe - sua voz saiu quase falhando enquanto sentia lágrimas se formarem.

- Esperar não o salvou, Jack.

- Me desculpe... - o soldado disse chorando - me desculpe, Gabriel... eu nunca fui forte o suficiente pra te proteger.

- Suas desculpas não vão salva-lo, soldado.

O Reaper se aproximou mais do outro, sua expressão era fria e calma.

- Últimas palavras?