Capítulo 10 - Srta. Deinert

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POV Sina'

Era aurora, o dia ainda estava para amanhecer. Meu anseio era de sair correndo dali e voltar para casa, de onde não devia ter saído. Eu estava sentada sob a cama, jogando meus pensamentos ao vento. Mas, em nenhum minuto sequer, a voz de Noah Urrea falando aquelas palavras saíam de minha mente.

Ele me queria. E eu também o queria.

A quem estou tentando tapear? Essas crianças jamais me perdoariam se eu tivesse alguma coisa com ele. A primeira a me martirizar seria Zoey. Ela me odiaria e, de certo modo, já não foi tão fácil conquistá-­la, do mesmo modo, difícil ainda mais seria fazer com que ela aceitasse qualquer relação amorosa com Noah.

Oh, Deus, eu estava meramente implorando para que ao amanhecer do dia, ele simplesmente saísse para sua empresa e eu não tivesse o desagrado de me esbarrar nele.
A carne é covarde, e o pecado atenta.

[...]

Dei uma ultima olhada no espelho, ajeitando uma mecha solta de meus cabelos dentro do coque bem feito. Minhas olheiras estavam, devo ressaltar, muito mais visíveis do que nos outros dias. Dei de ombros, e, por fim, alinhei a saia ajustada em meu corpo. O caminho do meu quarto para sala parecia ser como daqui ao fim do mundo: Bem longe. Eu estava nervosa, apreensiva,com medo. Eu estava um misto de emoções, tudo junto. Tudo ao mesmo tempo.

Mas é claro que tinha alguém nesse mundo que me odiava muito, por que, neste exato momento meu olhar pouso nos dele. Noah Urrea. Ele estava bem alinhado ao seu terno, e, em suas mãos carregava uma pasta preta.

- Bom dia, Sina. - ele sorriu me fitando com intensidade.

- Bom dia, senhor. - murmurei, já sentindo minhas bochechas se ruborizarem completamente.

- Minha presença parece estar deixando ­a um pouco tensa, sim? - Neguei freneticamente com a cabeça.

- Oh, claro que não. - sussurro dessa vez com deliberação na voz. Ele se aproximou um escasso de mim, mas eu espacei. - Não faça isso, por favor. - Quase exigi com minha voz falha.

- Sina, quero que saiba que sobre ontem, eu...

- O que aconteceu ontem... - soltei um riso pelo nariz. - Não... Não foi nada, senhor Urrea. Eu simplesmente deletei tudo e, sinceramente, espero que tenha feito o mesmo. - Disse rispída. Ele proferiu um longo suspiro.

- Daqui para frente será assim, então? - Condescendi, o fitando. - Tudo bem. Eu não vou persistir, senhorita Deinert. - Ele deu ênfase no "senhorita Deinert". Noah saiu rumo ao seu carro e me deixou ali, pensando em como eu havia sido idiota com um alguém que eu tinha certeza que era importante para mim.

[...]

Os dias se passaram e ver Noah Urrea todos os dias acabava comigo. A única coisa que ainda assim me alegrava eram as crianças. Elas me fazia tão bem. Com elas, me sentia viva.Meus instinto de protegê­-los era maior que tudo. Eu os amava mais que tudo. Eles não eram mais os filhos do patrão, eles eram minhas adoráveis criança e, para eles, eu era sua adorável babá.

- Sina, Sina! - A voz suave de Zoey me chamando, me tirou de meu pequeno transe.

- Oi, oi! - Sorri. - O que deseja meu doce? - Falei gentilmente e ela abriu um lindo sorriso asseado.

- Encontrei algumas fotos minhas com mamãe, não quer ver comigo? - Seus olhos brilhavam quando o assunto era sua falecida mãe. Assenti levemente e então, subimos para seu quarto.

~*~

- Veja, esta eu estou bem parecida com ela, não acha? - sorri.

- Sim, querida. Você está bem parecida. - ela sorriu.

- Olhe, eu, Enzo e papai juntos a ela. - Meus olhos pousaram em Noah. Seu sorriso era tão lindo. Tão maravilhosamente alinhado e verdadeiro. Senti, por um segundo, meus olhos choramingarem.

- Esta é minha preferida, Sina. Papai e mamãe. - Mostrou-­me uma fotografia já antiga. Nela estava Noah, segurando em seus braços a sua falecida esposa. Era uma foto do casamento de ambos. Eles se olhavam com um sorriso nos lábios. Ela mantinha suas mãos comprimidas, com delicadeza, na face de Noah.

Era uma linda foto, mas que, de alguma forma, estava acabando comigo por dentro.

- Você tá chorando, Sina? - Zoey perguntou, ao olhar uma maldita lágrima que insistiam descer dos meus olhos.

- Oh, n-­não, querida. - Gaguejei um pouco, mas por fim, consegui manter postura. -Um cisco perverso caiu em meus olhos. - Forcei um sorriso.

- Sabe Sina, eu não gosto da Khadijha porque eu sei que ela quer tomar o lugar da minha mãe. - Assenti. - E ninguém. Exatamente ninguém, tomará o lugar da minha mãe.

A garotinha uniu todas as fotos e as colocou dentro de uma caixa mediana. Eu pude sentira armagura em sua voz. E então aquelas palavras ecoaram em minha cabeça: "Ninguém tomará o lugar da minha mãe".

- Vou brincar com Enzo, você vem? - Ela perguntou me fazendo encara-­la.

- Porque não desce logo? Eu já vou descer, tenho só que pegar algumas roupas sujas e coloca-las para lavar, certo? - Ela assentiu, depositando um abraço rápido em mim.

Definitivamente eu teria que esquecer Noah Urrea.

"Difícil não é lutar pelo que se quer, difícil é desistir do que mais se ama!"

nossa adorável babá | noartWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu